- A moça na janela da casa amarela!

Os anos se passam e não percebemos e voltando onde andei um dia

Lembrei-me de uma moça que ficava na janela de uma casa amarela.

Um dia mudei meu itinerário e passei por uma rua estreita arborizada

Havia uma casa amarela e na janela a moça linda que eu avistei, bela.

Chamou-me atenção a sua beleza com sua pele alva e os cabelos pretos.

Descia aos ombros como um riacho de aguas doce tal beleza seduziu-me.

Na primeira vez senti o seu olhar esguelhado como não dou confiança.

Não me importei e outras vezes passaram e lá estava a moça na janela.

Senti que havia certo interesse no seu olhar, pois, já não esguelhava.

Cumprimentei e fiz-lhe uma pergunta singular, gostaria de comigo namorar?

Ela meio encabulada pediu-me tempo e breve daria uma resposta. Certo!

Mas, quis o destino que para outro lugar eu fosse e embarquei para o Brasil.

Para ir completar os estudos como fazem todos que querem progredir.

Anos se passaram e no meu retorno, confesso já não me lembrava dela.

A minha vida tomou o rumo que devia e que muito vivo à celebrar, alegria.

Passando por essa rua hoje avistei uma senhora já com cabelos prateados.

Esguia e de uma beleza marcada pela tristeza e sulcos diziam a sua idade.

Não poderia ser aquele que eu um dia um convite fiz e nunca respondeu!

Adiante estava um velho gordo e careca com cara de neném à varrer.

Perguntei-lhe por aquela senhora que estava na janela da casa amarela.

Disse-me ele com uma certa tristeza. Ela é uma velha caduca ou maluca.

Por muitos anos atrás, disseram os seus familiares recebeu uma proposta.

De um jovem que com ela quis namorar e ela ficou de uma resposta dar.

O jovem sumiu e ela nunca mais o vendo ficou triste e nunca quis casar.

Deu-me um frio na espinha e um arrependimento que quase me fez chorar.

Por que fui encantar uma moça tão bela com um pedido fútil, sabia que viajaria.

Jurei nunca mais por lá passar para nunca mais enxergar a moça na janela.

Palavras devem ser medidas para não haver um falso encantamento.

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LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 08/05/2019
Reeditado em 08/05/2019
Código do texto: T6641891
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