A Feiticeira Escarlate - O Despertar.

Zurique levantou e dirigiu-se até a sala para tomar café, porém no meio do caminho ouviu Abadiel conversando com um outro empregado.

- Hoje é o grande dia e temos que deixar tudo preparado para que o Mestre não fique zangado.

- Pode deixar Abadiel, já esta tudo pronto conforme os desejos do Mestre.

Zurique continuou sua caminhada até a sala para poder tomar o café e quando chegou lá, encontrou seu pai sentado, esperando-a para o desjejum.

Bom dia, Zurique!

Bom dia, meu pai.

Nossa, fico muito feliz em ser chamado de pai.

Como Zurique tinha o poder de ler os pensamentos das pessoas, fez uma leitura rápida dos pensamentos de Abadiel e do outro empregado, descobrindo que teria uma espécie de ritual logo mais a noite, quando tentou fazer a leitura dos pensamentos do seu pai, encontrou um grande bloqueio e quando olhou para ele, ele estava com um ar de sorriso no rosto.

Então quer ler meus pensamentos, filha?

Imagine pai, de forma alguma.

Você não sabe a fonte de poder inesgotável que você é, basta canalizar tudo.

E você, meu pai, me ajudaria com isso?

Com toda certeza, teria uma satisfação muito grande. Hoje é noite de Lua Nova perfeito para um ritual assim, se você aceitar, podemos providenciar isso para hoje a noite mesmo.

Claro, com certeza, pode providenciar tudo que for necessário.

Zurique não tinha o controle pleno de seus poderes ainda, mas tinha um plano que se desse certo, ela escaparia daquele lugar e acharia um jeito de trazer sua mãe de volta.

Mephisto tinha um plano para pegar todos os poderes de Zurique com a ajuda de sua mãe que estava aprisionada e na hora certa, ele iria solta-la para assim, pegar o que era seu.

Quando terminou o café, Zurique foi levada até uma sala e quando chegou lá, Abadiel explicou que ela ficaria ali até de noite se preparando para o ritual do "Despertar".

Zurique parecia um pouco preocupada e com medo, será que tudo daria certo conforme os planos que ela estava arquitetando? Isso só seria possível se ela se concentrasse e desse tudo de si, para que seus poderes pudessem aflorar.

A jovem Zurique havia aprendido com sua mãe algumas técnicas de meditação, onde conseguia canalizar um pouco dos seus poderes, passou o dia naquela sala, sozinha e aproveitou para meditar e ficar tranquila, alimentou-se bem para sentir-se forte e assim conseguir o que queria.

Mephisto estava com o anel de citrino em seu dedo anelar, vestiu uma roupa preta, pegou sua capa escarlate, sua bengala e dirigiu-se ao jardim da casa, um lugar que parecia uma outra dimensão, cheio de plantas ornamentais diferentes, flores muito coloridas, girassóis, rosas, uma espécie sem fim de plantas, no meio do jardim tinha um portal enorme e embaixo desse portal, havia um grande altar com pedras negras.

Mephisto posicionou-se debaixo desse portal, pegou o anel de citrino e invocou Zurian que imediatamente materializou-se em sua frente, porém ela estava sob seu controle, tomou o seu lugar e ficaram os dois esperando por Zurique.

O tal do ritual consistia no seguinte: Para poder apoderar-se dos poderes de sua filha, Mephisto precisaria de sua mãe e do seu anel, teria que coloca-lá deitada sob esse altar e juntamente com sua mãe, a meia noite em ponto, teriam que sacrificar a jovem e quem estivesse com o anel, teria a posse de todos os poderes.

Quando Zurique adentrou o jardim, ela vestia um longo vestido escarlate e em sua mão esquerda, usava um anel com uma pedra de ametista negra, quando seu Pai viu aquele anel, ficou desesperado e disse para Zurique:

- Onde você conseguiu esse anel?

- Mãe? Como você chegou até aqui?

- Zurique me responda, como você conseguiu esse anel?

- Não te interessa, Eu descobri todo o seu plano, e agora vou acabar com você.

- E como você descobriu?

- Hipnotizei Abadiel e ele me contou todos os detalhes do seu plano maligno, que você pretende apoderar-se de meus poderes, mas para isso, iria precisar da minha mãe e eu tenho certeza que você fez algum encantamento para poder domina-la, pois em sã consciência ela jamais aceitaria um plano desses.

Enquanto Zurique falava com seu pai, Zurian olhou para sua filha e lançou um encantamento sobre a garota, fazendo com que ela caisse desfalecida ao chão.

Sem acreditar no que acabara de ver, Mephisto dirigiu-se até onde Zurique estava caída, a pegou no colo e a depositou sobre o altar para começar o ritual do "Despertar".

Com tudo preparado e faltando alguns minutos para meia noite, Mephisto começou o ritual e com isso, os poderes de Zurique começaram a despertar, fazendo com que a garota levitasse e ficasse envolta com uma luz escarlate, o seu anel brilhava em volta do seu dedo.

Mephisto começou a invocação para que pudesse roubar os poderes de sua filha, porém quando estava perto de terminar as últimas palavras e faltando 1 minuto para meia noite, Zurian tirou um grande punhal de dentro de sua roupa e cravou bem no meio do peito de Mephisto que caiu sem vida ao chão, o punhal era especial e era capaz de eliminar qualquer feiticeiro por mais poderoso que fosse. Com Mephisto morto, Zurian deu fim ao ritual, libertando sua filha dos poderes de Mephisto.

- Zurique, minha filha, acorde.

- Mãe? Que felicidade em vê-la e viva. O que aconteceu?

- Seu pai ia sacrifica-la para poder apossar-se de seus poderes, ele me prendeu em uma espécie de dimensão alternativa e achou que havia ficado com meu anel, porém o que eu usava era falso e assim pude resistir as suas magias. Quando te vi, tive que me controlar para não por tudo a perder, agora estamos livres da influência maligna desse homem.

- Isso é o que você pensa, sua maldita.

Dizendo isso, Zurique pegou o punhal que sua mãe segurava na mão esquerda e cortou sua garganta, ceifando a vida de sua mãe, levantou-se do altar e transmutou-se na figura sombria de Mephisto, ao lado do corpo de Zurian estava Zurique sem vida.

- Essas tolas, achavam mesmo que iriam me derrotar, com meus poderes de transmutação enganei as duas e agora tenho o poder delas.

Com esse golpe de sorte e de astúcia, Mephisto tornou-se um dos mais poderosos e temido bruxo e estava disposto a destruir tudo e todos que ficassem em seu caminho.

Ele já havia convocado os antigos membros de sua ceita e agora faziam planos para controlar todos ao seu redor.