Rogerinha, A Lutadora.

Rogerinha, A Lutadora.

Rogerio andava pela rua sem grana, quebrado, pensando no que iria fazer para pagar suas contas.

Foi quando ele viu um cartaz dizendo:

“Grande Competição:

Vale tudo feminino!!!

Apenas mulheres e mulheres trans.

Prêmio 1° lugar: 8 mil reais.”

Foi a primeira vez que Rogerio virou Rogéria.

Botou uma mini saia, uma peruca e se inscreveu.

Nunca havia lutado, apesar se ser um rapaz forte.

Malandragem da zona sul.

Na arena não deu outra:

Das 15 competidoras, 3 estão na uti, umas outras 4 com braços ou pernas quebrados, a segunda e a terceira colocada parecem ter saído de um acidente gravíssimo de trem.

Rogéria, carinhosamente chamada de Rogerinha, se tornou a melhor atleta de sua categoria.

Passou a treinar para outras competições, o que a tornou ainda melhor lutadora e a tirou do perrengue.

Hoje já não se preocupa com dinheiro. Afinal, ela fez fortunas com lutas e propagandas.

Rogerinha é casada com uma linda moça, Samanta. Rogerinha é querida por ser uma mulher lgbt+...

Ou seja, nasceu homem mas se identifica como mulher lésbica. E hoje, nem faz questão de usar saia ou peruca. Ela se livrou da opressão das aparências que a mídia nos impõe e se sente mais feliz se vestindo como homem.

Esse ano, abandonou os rings, justamente quando Paulo, ou melhor, Paulinha Porrete ingressou no esporte.

Chamou a atenção quando, na semana passada, denunciou que alguns homens estão se infiltrando nos esportes femininos apenas para obter lucros.

É Rogerinha, esse mundo não tá fácil.