CARROSSEL ALADO (alguns Recantistas vão se achar por aqui)

(Conto em homenagem, conforme prometido)

 

Observando a paisagem, as árvores são frondosas e possuem um verde variado e, bem vivo. O solo não tem marcas perfeitas, pois são milhares de pisadas e passos de trabalhadores, que trasladam por sua textura, ora seca pelo Sol abafado, ora úmido pelo choro das chuvas e o orvalho das folhas. O visual é natural e produtivo pelo cacau e as verduras que sorriem organicamente, por adorarem as sombras, que impedem o queimar solar. Produção farta venerada pelos agricultores e, abençoada por Deus.

 

Moacir e Nádia, Joaquim e Elie, Ana e Martha, Arnor, Takinho, Aila e Yeyé, Roberto e Mary Jun e a fraterna irmandade dos Antônios  (Souza, Albuquerque, Jadel e Ferreira), são os donos das fazendas felizes e produtivas da Cidade.

 

Tudo é mixado, plantio, trato, prevenção, cuidado, colheita, venda, pagamento dos trabalhadores e divisão dos lucros. O amor e a dedicação de todos, torna a Cidade visada por prováveis novos moradores e, pelos invejosos que podiam ser perigosos, a vigilância era total, não importava a idade da pessoa, que amava estar naquele lugar abençoado.

 

Os comércios na Cidade, são muito parecidos, hospedagens, pequenos hotéis familiares para todos os gostos, vários restaurantes nas entradas das fazendas, divulgando os produtos locais, dois excelentes hospitais, farmácias, três grandes supermercados, cooperativas de rendeiras, doces caseiros, temperos e artesanatos de palha, seis escolas da infância até o fim do ensino médio, tudo funcional. Muitas charretes para passeio turístico à cavalo, sem cansar demais os animais, tudo e todos são muito respeitados.

 

Saindo do Sul do País e dos confins das Regiões Norte e Nordeste, vinham com as malas pequenas, mochilas, caminhonete, Kombi, carro velho ou cavalos, às vezes a sós ou com as famílias. O negócio era buscar trabalho e paz.

 

Ali era o lugar, Cidade Carrossel Alado, aos poucos você vai entender o porquê do nome e, saberá o que Luna e Juli tinham a ver com isso, belas meninas/moças, encantadas e só acentuavam o lado bom das pessoas. Saias de chita coloridas e repletas de imagens. Que rodavam, rodavam e, o mundo se ajoelhava em reverência aos profundos saudáveis desejos.

 

Assim chegaram Lumah e Barret com a família, Roberta, Lúcia, Lilian e Olavo os filhos, Silvanio o filho mais velho, com a esposa Augusta e os netinhos de Barret e Lumah, José, Patrícia e Ioiô Flor do Dia. Família grande, religiosa, trabalhadora e que buscava verdade, respeito, trabalho honesto e ficar o mais longe possível, de um garimpo clandestino no interior do Centro do País. Logo que viram a linda paisagem, sentiram na pele, um leve calor aconchegante, como um abraço afável de boas vindas...como isso fez bem pra eles. Seus corações já diziam e faziam repercutir na alma...Aqui é o meu lugar!

 

Só Pereira, Afonso Careca e Café Pequeno, eram os bandidos, que a mando de fundialistas invejosos, às vezes faziam alguma maldade na Cidade Carrossel Alado, mas, não vingava muito sucesso, só dor no lombo e muitos arranhões.

 

A Cidade Carrossel Alado, tinha a fé no Superior, Universo, Aliados, Terra, Fogo, Ar e Águas, Padres, Pastores, Filosofias, Centros, Mesas e Seitas, Antenor, Ansilgus, Laurita, Verdana, Rosa, Nachtigall, Norma, Fernanda, Fábio e Solano se misturavam no fervor, para que a paz e unidade solidária, fosse repleta de paz. Seus recantos religiosos eram muito prestigiados, onde aceitação, respeito e prestígio eram essenciais.

 

A família de Barret foi muito bem recebida, foi devidamente dividida pelas fazendas bem próximas, de Moacir e Nádia e na de Arnor, mas, apenas no âmbito de moradia, já a parte de trabalho era geral, porque se trabalhava em todos os lugares da Cidade Carrossel Alado, rateio e vitórias para todos.

 

A cada seis meses, os fazendeiros e donos de outros negócios, montavam um imenso galpão em planície aberta, como se fosse uma arena para venda de animais com comes e bebes, aberta gratuitamente por um Sábado inteiro, para todos os moradores da Cidade.

 

Justo na última festa, Pereira, Afonso Careca e Café Pequeno, resolveram aprontar. Se armaram de cordas e facões e, tentaram raptar o fazendeiro Elie, o que não deu nada certo, porquê Lumah e Olavo perceberam e deram o sinal, eles foram presos. Pra sentirem bastante, os policiais Cristian, Góis, Leandro e Eustáquio, carregaram os meliantes às chacoalhadas à pé, até à Delegacia, que ficava a trezentos metros da planície, onde era a festa. Eles chegaram lá inteiros, embora meio tontos e arranhados...bem feito!

 

Agora irá entender, o encanto de Luna e Juli e suas batinhas verdinhas curtas, de alças caídas e as saias que rodavam como carrosséis alados, onde as figuras pintadas no tecido de chita, hipnotizam, provocam um transe maravilhoso em dezenas de pessoas e, após alguns minutinhos muda as vidas dessas pessoas, realizando muitos desejos possíveis. De onde elas vinham, deste ou outro universo... ninguém sabia, mas, há anos elas meninas/moças apareciam e, desapareciam depois da festa, deixando a deliciosa magia encantada no ar.

 

 

 

 

 

Então, amigos e amados deixei um pouquinho de aventura, de sonhos possíveis e magia, como um carinho e homenagem à vocês, obrigada por todo amor e presença em minha vida.

 

 

 

 

 

Até breve...esperando o tempo de Deus, na minha recuperação.

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 25/01/2024
Reeditado em 28/01/2024
Código do texto: T7984330
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