CONTOS DE GENTE JOVEM. A PRAIA

*TEXTO NARRATIVO*

O dia amanheceu muito quente, depois de uma noite muito fria e de muita ventania. Curiosamente, o dia amanheceu quente, mudando todas as previsões meteorológicas que diziam que o dia seria de frio e chuva.

Luana amanheceu cheia de energia e ansiosa para lanchar e ir logo para a praia encontrar com suas amigas e primos.

Sua mãe advertiu para levar agasalho, e guarda-chuva apesar do sol quente. Afinal, Florianópolis na primavera tinha o clima muito inconstante, na mesma hora que chovia, podia vir um sol quente de rachar mamona.

Em geral, a menina iria questionar com a mãe que não precisava, porque o dia estava simplesmente maravilhoso, mas naquela manhã, ela não deixaria que nada tirasse sua alegria.

Meia hora depois de ter levantado, tomado uma ducha, e comido um sanduiche leve de pão integral, patê de atum com cenoura, e um suco de laranja,

montou uma lancheira, com frutas, maçãs, laranjas e bananas, que são mais fáceis de levar e de digerir.

Chegou na praia, foi logo montando seu guarda-sol, e ficou esperando a galera chegar.

Olhou bem a praia e percebeu que estava um pouco vazia, como se o povo esperesse algum temporal e estivesse com medo de se molhar.

Uma hora depois de chegar, Luana finalmente avistou duas das cinco amigas que combinaram de se encontrar na praia.

Estavam com um ar de tristeza e preocupação. Luana correu até a que a que se chamava Sandra e perguntou, o que tinha acontecido. Sandra ao ver a amiga, foi logo desabando no ombro dela, toda chorosa, disse que teriam que remarcar porque o primo dela o Antônio Gusmão, aquele gato que Luana tinha cobiçado no dia anterior, tinha sofrido um acidente de moto e tinha quebrado o pé e a costela.

Luana ao ouvir a notícia, teve um segundo de respiração suspensa e em seguida perguntou se a amiga precisava de alguma coisa e foram correndo para o hospital.

Na correria, ela acabou esquecendo o celular na bolsa da outra amiga, Geovana.

Queria ligar para sua mãe e avisar sobre o acidente, e que iria com as amigas para o pronto socorro, mas esqueceu.

Ao chegar no hospital, todos ficaram consternardos com o estado clínico do jovem que era grave.

Ele estava respirando com dificuldade. Já tinha sido submetido a uma cirurgia, e estava em recuperação. Porém o local ferido estava muito roxo, e sua respiração estava muito ofegante.

Logo, chegou o médico responsável e conversou com o pai do paciente e o pai de Sandra, tio de Antônio.

O pai do jovem estava com uma aparência nada animadora, uma vez que se acreditava ser o culpado de seu filho estar naquele estado grave, pois na noite anterior, tiveram uma discussão muito séria.

o pai deu uma dura no rapaz e chegou a chamava o filho de irresponsável e relapso com sua vida financeira e com sua faculdade. O rapaz recebia mesada e não estava sendo ponderado e previdente. Muito ao contrário. Cursava engenharia florestal, mas gastava muito com noitadas nas baladas, e tinha reprovado em duas matérias obrigatórias, do quarto semestre.

Depois da discussão, o rapaz saiu de moto. Como o clima estava com muito vento e choviscando, tudo indicando uma chuva torrencial, ele derrapou na curva, caiu numa ribanceira e ficou como todos já sabiam.

Seu curso na faculdade era de 10 semestres. E se no começo já estava assim, quando estivesse no final, o que poderia acontecer?

O médico responsável disse que Antônio requeria cuidados sim, mas tensão e estresse não o ajudariam. O correto era ficar tranquilo e se acalmar. Se culpar, não iria resolver o problema.

Depois de todos aqueles sobressaltos, todos foram pra suas casas. Cada um com um pensamento.

Luana iria pedir a sua avó que era rezadeira e benzedeira, para orar e benzer o rapaz a distância.

O pai de Antônio, fez um depósito numa conta extra para o tratamento de seu filho Antônio.

O pai de Sandra que era advogado, foi verificar se tinha como processar o estado pela má conservação da estrada, onde Antônio derrapou e quase morreu na lama da estrada.

O pai de Luana que era Bioquímico e farmacêutico foi pesquisar alguns produtos de manipulação botânica para preparar para o rapaz caso fosse necessário.

A mãe de Luana, ao saber do acontecido, foi fazer uma prece aos seu guias e protetores pela vida do jovem, ela era espírita e umbandista, e como um dos principais preceitos da sua religião era praticar o amor e a caridade e fazer o bem sem olhar a quem, acendeu uma vela branca e ofereceu ao anjo da guarda do rapaz.

Invocou uma prece a Deus. Rezou um pai nosso e pediu intersecções aos anjos, médicos de cura e aos Guardiões da lei e da vida.

Depois de um dia conturbado, todos tiveram uma noite, mais amena e dormiram com a esperança de dias melhores.