PARECEU REAL - I

Era início de tarde e o sol ainda brilhava forte. Estávamos vindo, eu e minha filha (três aninhos), de algum lugar. De repente olhei para o céu e vi que o tempo mudava numa incrível e estranha velocidade.

Apressamos o passo rumo a casa, enquanto eu segurava firme a pequena mão, que a minha apertava com força, com medo do que presenciava. Nuvens carregadas tragavam o sol e vomitavam balas de gelo, que doíam em nossos corpos; era uma chuva de granizo, que nos surpreendia, e como balas perdidas, atiravam em todas as direções, tendo nossos corpos como alvos. Estávamos sozinhas a correr... Corríamos! A casa parecia está cada vez mais distante. Atônita, não sabia o que fazer. Ouvia minha filha gritar: mãeee... Corre, corre, vamos entrar logo em casa.

Em um certo momento, enquanto corríamos, olhei à esquerda e qual não foi minha surpresa, quando vi uma fila de anjos, com suas vestes de luz, brancas cintilantes, e lindos pares de asas transparentes, que caminhavam rumo à nossa casa. Coisa assim, nunca visto igual... Belo e assustador ao mesmo tempo! Corremos mais um pouco, e enfim, chegamos. A porta estava encostada, empurrei e grande susto levei! Diante de nós, erguia-se uma íngreme escadaria, no tom azul piscina. Começamos a subir... Subimos, subimos... Paramos por um minuto, no patamar, para recuperar o fôlego. Depois continuamos a subir... Sempre grudada à mão de minha pequena. Após alguns minutos, por fim, chegamos ao topo.

Uma visão indescritível surgiu à nossa frente. Uma ampla sala, toda decorada em ouro e azul celeste, e ao centro um belo e majestoso trono, todo trabalhado em ouro. Assentado nele, encontrava-se um Senhor, de feições meiga e bondosa; de pele escura e cabelos negros encaracolados, trajando vestes de luz. Segurava em uma das mãos, um cajado, com detalhes de um brilho incomum, resplandecente. Bradou o Senhor, com voz de trovão, sem gesticular os lábios, alguma coisa por mim indecifrável. Apenas, sentia que deveríamos nos aproximar. Quando nos aproximamos, ele, amavelmente estendeu a mão direita, deu três toques suaves sobre a cabeça de minha filha, e falou alguma coisa a mais. No entanto, nada conseguindo entender, angustiada, DESPERTEI!

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 11/12/2012
Reeditado em 26/10/2016
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