PARECEU REAL - II

Era uma tarde tranqüila, e o dia transcorria normalmente... Mas de repente, o tempo mudou; e já não se podia divisar, se era dia ou se era noite.

Ao olhar para o céu, vi nitidamente a imagem de Maria, trazendo em seus braços o Menino Jesus, e sob seus pés, uma enorme serpente (nas cores: vermelha, negra e dourada). Assustada, olhei para uma amiga e disse-lhe, mostrando a figura no céu: É chegado o Fim do Mundo! Ela, porém, sorrindo falou: - Ainda não! O mundo só acabará, quando essa serpente crescer... Crescer, até nos alcançar.

Mas, enquanto falava não se deu conta do que acontecia (enquanto meus olhos, incrédulos, presenciavam). O réptil agigantava-se, e numa incrível velocidade, alcançou o chão; parando exatamente sob seus pés (porém, estranhamente, como se fosse uma pintura). Sobressaltada, ainda consegui apontar para os pés da amiga... E qual não foi sua surpresa ao ver o enorme bicho, bem ali! Soltou um estrídulo grito; e como por desencanto, despertou a fúria do terrível animal, que se agitava, e destruía tudo à sua frente... Enquanto dezenas de pessoas eram tragadas.

Por instantes, conseguimos fugir de seu alcance. Mas... Em certo momento, vi minha amiga ser engolida pela serpente... Sumiram! Em instantes, porém, retorna a fera, com toda sua ira. E outras tantas pessoas foram devoradas... Foi então que vi também minha filha, na mesma situação. Meu peito sangrava, de tanta dor... Não mais suportando a situação, virei de costas, fechei os olhos e chorei, chorei... Chorei copiosamente! E nesse exato instante, senti uma enorme força me sugar para dentro da boca do animal. Permaneci ali, aterrorizada, por longos e intermináveis minutos. Em seguida, senti uma dor aguda e muito forte, do lado direito do meu corpo, como se a serpente tivesse inoculado em mim, sua peçonha; paralisei.

Para minha enorme surpresa, reapareci, em uma sala ampla! Lá, se encontrava um Senhor; franzino, estatura média, feição bondosa, e trajando vestimenta branca (diáfana). De súbito, iniciou a leitura do livro da vida... Ali, constavam as máculas e as qualidades de cada um. Só então entendi, que era o início do fim, ou o fim para um novo recomeço! Agitei-me; quis sumir dali!

Enfim, despertei, e pude perceber que tudo aquilo não passou de um terrível pesadelo!

Será?

(Dedico esse conto, ao poeta Lorde.)

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 16/07/2015
Reeditado em 28/01/2021
Código do texto: T5312500
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