OS CAÇA OVNI'S - capítulo 14

CUIDE DELE PARA MIM

No dia seguinte, às 9:00h da manhã, no prédio dos Caça OVNIs...

Ruben fazia algumas pesquisas no computador, Edna organizava uma montanha de papéis e João Paulo se concentrava em sua revistinha de palavras cruzadas.

- Alguém sabe: "nome informal que também se dar à úvula"?

Diiing dooong!

- Campainha.

- C-a-m-p-a-i-n-h-a... É! Obrigado, Edna.

Ruben levantou-se e foi ver quem estava na porta, ao abrir, seu semblante alumiou-se e um sorriso surgiu em seus lábios. Uma mulher mui formosa e com um rosto meigo sorria do mesmo modo para Ruben. João Paulo, que desfocou-se da revista ao ver a mulher, perguntou para Edna:

- Quem é ela?

- É Diana, amiga de Ruben. Ele é apaixonado por ela, mas ela não sabe ainda.

Na porta, Ruben continuava com os olhos vidrados na amiga, e disse:

- Diana? Que surpresa!

- Oi, Ruben! É, sei que não costumo muito aparecer por aqui... Você está ocupado?

- Não! Pra você eu nunca estou ocupado.

- (riso) então você poderia cuidar do meu sobrinho Pedro? É que preciso ir no velório de um parente e a mãe dele também está lá, não tive com quem mais deixá-lo.

Somente nesse momento foi que Ruben percebeu a criança de seis anos ao lado de Diana e Edna e João Paulo deram uma pequena risada pelas costas do amigo.

- Claro que... Posso.

- Obrigada, você é um amor!

Ela se agachou de frente ao menino e falou:

- Pedro, a titia vai te deixar aqui, mas você vai se divertir muito com o tio Ruben! Não é, titio Ruben?

- Anh... Sim, nós vamos nos divertir muito!

Ruben pôs as mãos nos ombros de Pedro e Diana se ergueu, olhou para Ruben e disse:

- Depois passarei aqui para buscá-lo.

- Não! Melhor, quando você sair de lá vá para casa, deixe que eu levo ele.

- Sério? Nossa, Ruben, você é mesmo um anjo! Tchau, Pedro! E não dê trabalho ao tio Ruben! Tchau, Ruben.

- Tchau, Diana... Ah! E cuidado com os alienígenas!

Diana riu e foi no táxi. Ruben entrou com Pedro e Edna e João Paulo começaram um teatro...

- Olá, Ruben! Você pode ficar com ele pra mim?

- Ó! Mas é claro, Diana! Por você eu faço qualquer coisa!

- Obrigada, pãozinho doce! Você é um amor!

- Mas, não vai querer mesmo mais ele?

- Não, pode ficar pra você, sei que adora crianças. Ah! Não está chateado por eu não ter te convidado para sair, está?

- Claro que não! Eu adoro crianças e vamos nos divertir muito!

Eles riram, mas Ruben os repreendeu e disse:

- Parem com isso!

Ele sentou Pedro no sofá e ligou a TV.

- Vamos ver se está passando algum desenho... Olha, Vila Sésamo! Que legal! Fica aí assistindo que o tio Ruben vai pesquisar umas coisas ali, tá bom?

Pedro consentiu e cada um voltou a fazer o que fazia antes. Mas o volume da TV estava alto e João Paulo acabou se descentrando de sua caça à palavras e acompanhou a voz do personagem do programa infantil.

- Biscoito! Biscoito!

Edna e Ruben o olharam pasmados e João Paulo disfarçou. Não passaram-se dois minutos e Pedro saiu do sofá e foi até Ruben, dizer:

- Tio Uben, eu quero biscoito.

- Biscoito?

Ruben levantou-se e foi até a cozinha, abriu o armário à procura do lanche, sem achar, perguntou:

- Acabaram os biscoitos?

E disse João Paulo:

- Edna acabou com os biscoitos!

- Mas é pra isso mesmo que os biscoitos são feitos, pra você acabar com eles!

Edna falou. Então Ruben colocou o casaco e falou para Pedro:

- Eu vou comprar mais biscoitos, tá? Enquanto isso, fica aí sentadinho, o tio já volta. Cuidem dele!

Edna e João Paulo não deram a mínima para o que Ruben disse antes de sair e Pedro sentou-se no sofá, mas isso só por alguns minutos, ora, João Paulo viu o sofá vago e que o menino brincava com algo no chão, foi até ele e tomou o rádio comunicador das mãos da criança.

- Não não, isso aqui não é pra brincar, Pedro.

João Paulo pôs o menino de volta no sofá e voltou para seu canto ao lado de Edna. Mas, ao olhar outra vez para o sofá viu que Pedro havia saído de novo e mexia nos botões da televisão.

- Ei, aí não, Pedro! Não...

O menino olhou para João Paulo mas continuou a reinar nos botões e João Paulo precisou colocá-lo mais uma vez no sofá. E pela terceira vez Pedro saiu e foi bagunçar nos livros da estante. Nessa, Edna perdeu a paciência e dirigindo-se até Pedro, segurou o braço dele e falou:

- Escuta aqui, pirralho, esses livros não são brinquedos, aquilo ali também não é brinquedo, nada disso aqui é brinquedo! Você me ouviu?

João Paulo soltou a mão de Edna do braço de Pedro e disse:

- Calma aí, Edna, ele só é uma criança!

- E muita levada, pro meu gosto!

- Vem cá, Pedro.

João Paulo segurou a mão do menino e foi levando-o para o quarto, a cantar:

- Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar...

E fechou a porta com força, deixando Pedro lá dentro, no que Edna riu. Passa algum tempo e Ruben retorna com sacolas cheias de biscoitos e põem sobre a mesa. Notando a ausência de Pedro, ele estranhou e perguntou:

- Onde está Pedro?

E João Paulo, mordendo os lábios, respondeu:

- No quarto.

- Vocês trancaram ele no quarto?

- Não o tranquei... Só deixei ele lá dentro e fechei a porta por fora.

- Você é maluco? Se algo acontece com ele eu nunca que vou ter uma chance com a Di...

- Hummm... O Ruben tá apaixona-do! O Ruben tá apaixona-do!

- Cala a boca!

Ruben destrancou a porta do quarto e Pedro correu para seus braços, a chorar.

- Calma, está tudo bem.

- Tio Uben, ela apertou o meu braço! (choro).

Ruben fitou Edna com reprovação e ela explicou:

- Ele estava mexendo em tudo!

- Calma, Pedrinho... Olha, eu comprei biscoitos!

Falou Ruben, mostrando a sacola, mas o menino fez cara feia e negou. Então Ruben mexeu em outra sacola e disse:

- Olha o que eu também comprei, canetinhas coloridas! Sei que você adora desenhar!

Ele remexeu na mesinha de trabalho e pegou alguns papéis.

- Ah, e aqui tem papéis pra você desenhar o quanto quiser! Agora senta aqui no tapete e fica brincando.

Horas depois, Diana ligou para Ruben, avisando de que já tinha voltado do velório e que ele já podia levar Pedro.

- Vamos pra casa, campeão? Olha só... Você pocou todas as canetinhas!?

Ruben saiu com Pedro na caminhonete para levá-lo para casa. Chegando lá, ele bateu na porta e Diana abriu.

- Ruben! Pedro!

- Incomenda entregue (riso).

Diana acolheu Pedro e o perguntou:

- E aí? Se divertiu lá na casa do tio Ruben?

- Tia Di, aquela mulhé machucou o meu bra...

Pedro ia dizendo, mas Ruben o interrompeu e falou:

- Pedrinho, vai lá pra dentro, deixa eu me despedir da sua tia, hã?

Ele correu para dentro e Diana, sorrindo para Ruben, falou:

- Obrigada por ter cuidado dele.

- Que é isso? Não foi nada.

- Ah, hoje à noite haverá um grande concerto musical no teatro da cidade, você vai assistir?

- Não sei... Você vai?

- Sim!

- Então acho que vou (riso).

- Então nos vemos lá?

- Está bem.

- Até mais, e obrigada mais uma vez.

- De nada...

Diana deu um beijo na bochecha de Ruben e ele paralisou, quase foi preciso um guindaste para movê-lo dali meia hora depois.

Continua...

Lyta Santos
Enviado por Lyta Santos em 23/03/2016
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