A CASA
A casa ficava no meio de um bosque lindo, mas percebi que ali, não ia ninguém há muito tempo, devido aos arbustos que a circundavam, e também a poeira acumulada durante muito tempo. Olhando bem, dava para perceber a arquitetura clássica e bela, que o tempo não apagou. Nas janelas, algumas vidraças estavam quebradas, e em cada uma delas as jardineiras, repletas de ervas daninhas. Apesar de tudo isso, mostrava o bom gosto de quem a construiu, valorizando cada detalhe. Tudo isso serviu para aguçar minha curiosidade e eu entrei... Empurrei a porta devagarinho e fiquei deslumbrada com o salão enorme, e a mobília que ali ainda estava, em bom estado de conservação. Pensei: alguém tem vindo aqui, porque tudo estava arrumado, até flores tinha nos vasos. As cortinas corroídas pelo tempo num lindo balé, embalançavam com o vento que soprava de fora. No canto um velho piano, me impressionou pela conservação, acima dele, na parede, um lindo quadro onde estava pintado uma belíssima mulher, muito bem vestida e repleta de joias, que chamou minha atenção. Quem seria? Bom, subi as escadas com cuidado, e entrei em um dos quartos, qual não foi minha surpresa, quando observei, a cama bem arrumada, na penteadeira, muito bem organizada, estava uma escova de cabelos, pentes, uma lavanda e num vaso, alfazemas, que perfumavam o ambiente.Cada vez mais, tinha certeza que alguém andava por ali, mantendo impecavelmente aquela casa.Tomei mais cuidado. E assim fui percorrendo todos os cômodos, agora, em busca de evidências para elucidar aquele novo mistério. Quem seria a pessoa, que com certeza queria manter aquele lugar, e que história ele teria para me contar? Sou escritora, curiosa por natureza e continuei... Ao abrir a porta da cozinha, vi um caminho florido, que percorri até da de cara com um maravilhoso jardim. Vocês não têm ideia do que estou dizendo, era realmente maravilhosooooo! E lá fui eu. Plantas e flores de todas as espécies, embelezavam aquele lugar, que mais parecia o paraíso, desses que contam pra gente, sabe? Fui caminhando anestesiada pelo perfume que exalava das flores, e encontrei logo a frente um lago, repleto de cisnes negros que nadavam elegantemente. Que coisa linda! Fiquei ali parada, extasiada com tanta beleza. De repente vi os pássaros, os coelhos e outros animais. Que lugar é esse, eu me perguntava. É claro que ninguém sabia dele, porque a uma altura dessas, já estariam explorando. Disso tinha certeza! Continuei ali, naquela paz, já desejando morar com minha família num lugar daqueles. De repente vi uma menina, vindo em minha direção, estranhei vê-la sozinha ali, mas, a essa altura, nada era mais estranho. Ela se aproximou sorrindo, e estirou a mão, eu imediatamente atendi e também, dei minha mão para aquela adorável e linda menina. Saímos correndo em direção a casa, onde um lanche estava sendo servido. A menina entrou gritando feliz, olha quem eu encontrei no lago...À mesa estavam, os pais da menina, um irmão e uma tia. Quando me defrontei com aquela cena, percebi que a mãe, era a linda mulher do quadro. Sentei-me e observei a felicidade que reinava entre eles. Tudo ali era refinado, um tremendo bom gosto. Quando terminamos fomos para a sala, e vi quando o mordomo fez sinal para a senhora, que saiu sorrateiramente, e depois voltou com uma linda rosa e me entregou. Que linda, exclamei! Obrigada pela gentileza. O que eu não sabia, era que, ao adentrar aquele espaço, isso mesmo, àquela casa, e percorrer àquele jardim, eu fiquei anestesiada e dormir. Acordei em casa, rodeada pela minha gente querida, que toda preocupada, depois que dormir um dia inteiro, chamaram o médico da família, que disse: calma, ela está só dormindo. Eu teria sonhado? Me perguntava... Mas, e aquela rosa branca sobre a cômoda?
Vera Jacobina
Enviado por Vera Jacobina em 09/10/2018
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