A pescaria

Bem no sul do Brasil Marcos tinha uma turma de pescaria composta de amigos que se reuniam esporadicamente para acampar beber e por último claro, pescar.

Naquele ano tinham combinado de ir na ilha da feitoria, era uma ilha banhada pela lagoa dos patos que ficava a uma hora de barco pertinho da vila de pescadores Z3 localizada dentro do município de Pelotas no extremo sul do país.

Já vinham planificando a pescaria a meses pois demandava uma certa logística entre transporte equipamentos apetrechos e comida.

Eram cinco amigos e Marcos era em última instância quem sempre colocava tudo em ordem e checava as coisas para que dessem certo, afinal ficariam dois dias acampados numa ilha isolada e desabitada.

O dia esperado chegara, saíram cedo pois até a vila de pescadores levariam cerca de vinte minutos de carro, depois teriam de carregar tudo o que levavam no barco, para só depois partirem, ficaram de chegar oito horas mais acabaram se atrasando por conta de um ou dois que não respeitavam horários, Marcos ficava muito desapontado com isso, mesmo assim o tom da turma era de brincadeira sabiam que era meio rabugento mesmo e já tinham se acostumado com o humor do amigo.

O barqueiro já estava esperando no atracadouro, já se acostumara a levar aquela turma e fora o atraso, tudo corria normalmente.

Após uma hora navegando na lagoa com mar relativamente calmo chegaram no local onde acampariam, o barco não conseguia encostar na beira porque era uma praia rasa demais ,então deviam descer dois ou três na água e transportar tudo até o o local do acampamento, mais era perto, uns dez ou quinze metros do barco e já estavam acostumados, valia a pena pois o lugar era de uma beleza extasiante.

Assim que chegaram e desembarcaram as coisas montaram o acampamento armaram as barracas para dormir e uma lona onde ficava uma cozinha improvisada,

A ilha tem sete quilômetros e meio de extensão, sendo totalmente banhada pela água doce da lagoa dos patos, é repleta de banhados com uma fauna variada composta de jacarés, capivaras, zorros e todo tipo de aves migratorias, mais perto da praia é composta por vegetação rasa e arbustos nativos, possui uma areia extremamente branca, um verdadeiro paraíso.

Enquanto seus amigos começavam a pescar Marcos se ocupava de fazer o almoço, ia fazer um arroz de carreteiro, comida tradicional da culinaria gaúcha, era simples consistía num arroz bem solto e temperado com carne ou charque (carne salgada) era sua especialidade.

Marcos queria deixar para pescar de noite pois tinha um bom presentimiento e sabia que o Jundiá (bagre de água doce) saia de noite principalmente os grandes, e fazia um bom tempo que ele sonhava com pegar um dos grandes ,após o almoço e algumas cervejas foi preparar seus caniços e linhas para mais tarde.

Era inverno e apesar do tempo bom começara a esfriar cedo, no sul o frio era intenso e a temperatura já descera á uns dez graus celcius era preciso vestir roupas quentes para aguentar .

Passavam das dez horas da noite quando jantaram peixe frito, entre gritaria bebida e brincadeiras foram cansando, e um a um se deitaram nas barracas.

Marcos jogou as linhas na água, tinha esperado por esse momento e gostava de pescar sem barulho, era uma noite gelada mais banhada pelas estrelas que se refletiam na lagoa, uma maravilha escondida no sul do país, ele não cansava de admirar aquilo e sempre que ia se apaixonava ainda mais,.

Já passara da meia noite e além de algumas corvinas Marcos ainda não pescara nenhum jundiá, ficaria a noite toda se fosse nescessário , ainda divagava em pensamentos quando percebeu uma luz branca surgindo a uns cem metros lagoa adentro, no início achou que fosse alguma embarcação.

Marcos estava paralisado sem saber o que fazer, aquela luz agora estava encima dele e vinha de um objeto enorme, tinha pelo menos cincuenta metros de diámetro, quiz se levantar mais nesse momento uma luz azulada desceu do seu interior e em alguns segundos ele estava dentro, não podia acreditar, ele conseguia ver a ilha á uns trinta metros por cima do acampamento.

Era como uma redoma de vidro, ele podia ver tudo em ângulo de 360 graus, alguns minutos depois entraram duas figuras altas e esguias com o rostro brilhante grandes olhos pretos e boca pequena , de alguma forma entendia o que eles falavam mesmo sem emitir nenhum ruido, nao sabia como conseguia fazer aquilo.

Eles disseram-lhe que poderia viajar para qualquer lugar do planeta em poucos segundos somente com o pensamento e que ele podia tentar, Marcos pensou nas pirâmides do Egito pois era um lugar que sempre quiz conhecer e no instante que pensara já estava sobrevoando a grande pirâmide de Gizé aquilo era incrível, visitou vários lugares pelo mundo perdendo assim a noção de tempo e espaço.

Já amanhecia quando Marcos abriu os olhos, parecia que a noite tinha passado em alguns minutos, subia uma Bruma leve na lagoa, olhou para seu caniço e a ponta quasse encostava na areia do puxão, segurou-o na mão e brigou com o peixe por vários minutos, finalmente conseguira tirar o grande jundiá que perseguia á tantos anos.

Diego Tomasco
Enviado por Diego Tomasco em 23/06/2021
Reeditado em 23/06/2021
Código do texto: T7285044
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.