O OLHO MÁGICO

Colou goma de mascar no lado de fora do olho mágico na expectativa de não ser visto. Mas e sua voz? Certamente seria reconhecida, então haveria de ter alguma estratégia, imitar, falar fino como se mulher fosse, qualquer coisa que fizesse a porta ser aberta. A faca já tinha sido afiada, amolada ao extremo. Se desse certo o planejado tudo terminaria muito rápido. Pressionou a campainha.

Lá da sala a mulher escutou o chamado da campainha. Levantou-se e olhou através do olho mágico para ver de quem se tratava. Assustou-se notando ser impossível, o artefato estava borrado, sujo ou coberto por alguma substância que não havia antes. Por quê?, perguntou-se espantada. " Quem é? ", resolveu indagar. Uma voz estranhamente esquisita respondeu: " Sou eu, o Carlos da farmácia!"

Que negócio era esse? Ela não pedira delivery na farmácia, não conhecia nenhum Carlos e percebeu ser forçada a voz do desconhecido. O medo a dominou, sentiu o cheiro do perigo. Não teve nenhuma dúvida, era ele certamente disposto a mata-la. Correu até o armário, abriu a gaveta e tirou de lá uma Beretta. " Espere, vou abrir", disse. Botou o cano da arma no olho mágico e questionou: O senhor pode chegar mais perto do olho mágico? Não estou vendo bem." Ele riu divertido, fez por chacota o que ela pediu. "Pronto!" Avisou. Ouviu apenas o disparo. Não sentiu dor.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 19/09/2022
Código do texto: T7609833
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