MUITO ALEM DAS CANÇÕES

MUITO ALEM DAS CANÇÕES

1º CAPÍTULO - O NASCIMENTO DE RIVALDO

Rivaldo por muito pouco não nasceu no banco traseiro de um automóvel.

Ele seria o primogênito de um casal de cantores famosos. Esses tentavam despistar a imprensa que os assediava em busca de notícias sobre o nascimento dessa criança.

eram cantores que faziam grande sucesso no mundo inteiro, cantavam em três idiomas, eram os maiores vendedores de discos e vez ou outra, até formavam uma dupla, e com gigantesco desempenho vocal. Definitivamente, eram e seriam ainda os maiores cantores brasileiros, inclusive estrelando vários filmes nacionais. Para evitar a imprensa, e ainda, para que seu filho fosse mineiro como eles, Mafalda Oliveira e Jerônimo Oliveira retornaram para Dois Morrinhos, no Triangulo Mineiro a terra natal de ambos, era, onde Rivaldo nasceria. Estava tudo preparado, o mais conceituado médico da região contratado, e o melhor aposento do hospital reservado.

A chegada do bebê estava prevista para os dias 23/ 25 de junho, mas, quis o destino que Mafalda tivesse suas contrações por volta das 14 horas do dia 21. Jerônimo liga para Dr. Eduardo, mas este estava passando o dia em Uberlândia que distava dali 70 quilômetros, e, a estrada era sem asfalto, logo demoraria de carro cerca de duas horas, assim, o médico pede a eles para irem direto para o hospital e aguardar sua chegada. Displicente, Mafalda não havia preparado sua mala para internação e nem a do bebê, assim levou mais um tempo sentindo as dores, mas arrumando tudo. Quando, finalmente, entram no carro para irem ao hospital, por causa do trânsito, não conseguem andar 100 metros, as ruas estavam todas tomadas por homens, mulheres e crianças empunhando bandeiras brasileiras. O Brasil acabara de conquistar, no México, o tri campeonato mundial de futebol. As partidas todas tinham início às 12,00 horas, e a nossa seleção derrotara a da Itália por 4x1 e se tornara o primeiro país a ganhar por três vezes essa taça. Desesperado, Jerônimo abandona o seu tão sonhado anonimato, sai do carro e aos berros pede para as pessoas se afastarem. De imediato é reconhecido, e o que seria uma festa de conquista futebolística, vira uma procissão de pessoas diante do hospital.

A polícia foi avisada e uma guarnição foi aguardar Dr. Eduardo na entrada da cidade, permitindo sua chegada a tempo no hospital. Mas nem tudo correu como os cantores queriam, Mafalda não conseguia ter a dilatação suficiente para a passagem do bebê.

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2º CAPÍTULO – CURIOSOS SÓ ATRAPALHAM

O tempo vai passando não havia um anestesista no hospital para ajudar a fazer uma cesárea, este viajara para uma cidade maior onde poderia assistir à partida de futebol transmitida a cores pela primeira vez no país e Dr. Eduardo é obrigado a recorrer à uma alavanca auxiliar chamada de fórceps, e abrir passagem para o nenê.

Este método que é usado em raras ocasiões, provocou danos ao bebê. Rivaldo teve um afundamento malar. Os curiosos permaneciam diante do hospital, e horas depois quando já tudo havia se acalmado Mafalda e o bebê foram levados para um hospital com mais recursos em Uberaba, a maior cidade do Triangulo Mineiro. Ambos precisavam de cirurgia reparadora, a mãe no períneo rompido e o bebê com o afundamento facial. A imprensa, desta vez, não soube do paradeiro dos artistas, e estes se refugiaram na fazenda de amigos, evitando, assim definitivamente, que a mídia tirasse sua tranquilidade.

Mafalda, em dias, já estava recuperada da microcirurgia, mas o neném precisaria de mais cuidados, seriam necessários outros procedimentos cirúrgicos para que a face de Rivaldo chegasse próxima do normal. Fretam um avião em nome de parentes e sem serem vistos, viajam para o exterior, onde fariam as cirurgias. Dois meses depois voltam para São Paulo, driblam a imprensa o quanto podem, mas por fim para acalmar a mídia informam que a cantora teve que se submeter a microcirurgia, já curada, mas omitem o acontecido com Rivaldo, que mesmo após as operações, ficara com uma cicatrícula numa das faces. Mas, a cantora ficou abatida, ela sempre imaginou ser o seu primeiro filho, mais um motivo para se tornar capa de várias revistas, entrevistas na TV, programas para mostrar a todos seu bebê. Sentia-se culpada, por querer que o neném fosse um mineiro como ela, privou-o de ser atendido no melhor hospital do país, onde ela poderia ter os mesmos problemas de dilatação, mas fatalmente faria uma cesárea e as sequelas do fórceps seriam evitadas. Na mesma semana, incumbiram familiares de comprar um sítio em um Estado pouco povoado e em uma cidade longe da civilização.

Ela agora queria esconder do mundo seu próprio filho, vítima de algo que poderia ter sido evitado e ela se sentia culpada pelo ocorrido. Agora, só aceitava convites para se apresentar cantando onde ela poderia chegar a bordo de seu jatinho particular, e voltar logo após o show então sua carreira foi declinando, apenas o marido seguia na ativa. Em seu sítio, Mafalda contratou para cuidar de Rivaldo, suas primas e sua própria mãe. 02

3º CAPÍTULO – AULAS DE CANTO E MÚSICA

Ninguém poderia ver o menino, apenas elas. Em idade pré-escolar a cantora contrata professores particulares, mas a criança sempre era vista usando toucas de aviador feitas em crochê, teria umas duzentas delas. Mas, para cursar o ensino fundamental e médio, alugou uma casa na mesma cidade, e todos imaginavam que seria a prima de Rivaldo a sua mãe, Mafalda nunca era vista para nada. Reclusa por muitos anos com seu filho, Mafalda, ou para se entreter ou até mesmo para ensinar Rivaldo a cantar, mostra a este como tocar vários instrumentos musicais e canto.

O tempo não tirou dela esse dom, seguia cantando maravilhosamente, e com pai e mãe passando ensinamentos Rivaldo se torna um excelente cantor e instrumentista. Anos depois, já na adolescência, Rivaldo deixa sua barba crescer e dessa forma esconde sua cicatriz no rosto. Namora com várias meninas, mas nunca contou para ninguém sua filiação. Mafalda então reaparece, não para cantar, mas sim abrindo portas para sua cria. Naturalmente Rivaldo tem tudo facilitado, passa a se apresentar em vários programas musicais, mas odeia quando lhe apresentam como filho de Mafalda, queria ser ele mesmo, mas o fato é inevitável, a mídia sempre dizia Rivaldo filho de Mafalda.

Seus pais, já estavam deixando de lado suas carreiras quando o filho em apenas um ano emplaca seu primeiro sucesso musical. A família tinha um sucessor à altura, o menino era mesmo muito bom cantor e instrumentista. Satisfeitos com o sucesso que já haviam alcançado e cansados das inúmeras viagens, Mafalda e Jerônimo se afastam definitivamente da mídia, agora seria Rivaldo quem seguiria cantando e encantando a todos.

Mafalda não dizia abertamente ao filho, mas nas oportunidades que o tema era levantado deixava claro que, agora, queria tornar-se avó, e cuidar apenas de netos.

Rivaldo, sabendo dessa obsessão da mãe, nunca se cuidou com

parceira alguma, queria também ter essa criança, não lhe importava

como, pois, pretendia criar o bebê embora não pensasse

em se casar. Mas o tempo foi passando e nenhuma de suas aventuras se

apresentava relatando estar à espera de um bebê seu. Resolve buscar orientação médica. Descobre um especialista, depois de realizar cinco exames de

espermograma, e estes detectaram ser ele portador de HIPOSPERMIA, que é uma baixa quantidade de esperma, nada muito sério, com muito pouco sêmen, uma gravidez seria bem mais difícil. 03

4º CAPÍTULO = UMA NOTÍCIA CRUEL

Rivaldo apenas gravou em sua mente que uma gravidez seria bem difícil. Não buscou mais nenhuma orientação, simplesmente anunciou uma viagem para Europa onde passaria um bom tempo.

O que na verdade o cantor queria era um tempo para refletir, afastou-se da companhia feminina e estando anônimo no exterior ficou 45 dias

sem se relacionar com mulher alguma, estava decepcionado com o resultado de seus exames, dificilmente poderia dar o presente que sua mãe mais queria. Em sua volta ao país, refugiou-se em uma das fazendas de seus pais em Dois Morrinhos seguia ainda sem querer novas aventuras amorosas, e assim apenas voltou a cantar quatro meses depois de sua visita ao médico. Nada mais lhe dava animo, nem os aplausos do público o motivava.

Estava depressivo e pensou então em contratar alguém muito parecido com ele fisicamente, um sósia, essa pessoa, seria encarregada de nós finais dos shows voltar ao palco, agradecer aos aplausos, receber as homenagens e substitui-lo nas

coisas que antes amava fazer, mas agora, quando possível evitava.

Certa noite, após uma apresentação, saiu rapidamente deixando seu

sósia em seu lugar, é quando Jurema, uma moça de seus 25 anos entra

em seu camarim. Ela não sabe de nada, e se insinua para Leandro o sósia de Rivaldo a ponto de este sem pensar em consequências consegue possui-la e por várias

vezes. Ela deixava claro que não queria ser esquecida, e que ele lembras

se muito bem dela. Por mais alguns meses tudo seguia assim. Rivaldo já pensava até

abandonar a profissão, mas, assistindo a TV num desses programas

das tardes, viu fazendo uma declaração que estaria grávida de Rivaldo, e era

Jurema a moça que havia feito amor com Leandro, seu sósia.

O apresentador, Sócrates, desde muito tempo, nutria forte ciúmes e

desprezo por Rivaldo, em sua opinião, ele cantava melhor, mas fora

preterido por ser o outro filho de um casal famoso.

Imediatamente, a mídia em geral, toma conhecimento disso, e passam a

exigir um exame de paternidade. Rivaldo confuso, mas para ganhar tempo concorda.  Iria esperar a criança nascer para tanto.

É chegada a hora do parto dessa criança, agora tão comentada, todos já

declaravam ser ele o pai, e exigiam reparações morais e financeiras. 04

5º CAPÍTULO = A GRANDE SURPRESA

Rivaldo queria que o teste de DNA desse positivo, mas, ele não se

lembrava de Jurema, e pelas datas, não seria possível ser ele o pai, mas

ele gostaria e muito de ser. No hospital problemas sérios de saúde fazem com que a moça venha a óbito no momento do parto. A criança, um menino, está bem de saúde.

Consternados, e esperando o melhor momento para comentários, a imprensa se cala.

É quando Rivaldo anuncia. _ sei que o filho é meu, e não farei exame

algum, vou cria-lo com muito amor. Mafalda chega às lagrimas ao visitar o neto no hospital e lhe deram o nome Moacir. Desiludido com a vida artística, e sem motivação

para continuar cantando Rivaldo anuncia o encerramento de sua carreira.

Demite Leandro seu sósia, este já não teria utilidade alguma.

Na semana seguinte, naquele mesmo programa das tardes na TV, lá

estava Leandro o sósia de Rivaldo, declarando ser ele o pai da criança

que o cantor criava. Novamente, enorme escândalo. Sócrates, o apresentador e a mídia exigem que sejam realizados testes de paternidade e agora com jornalistas acompanhando a coleta dos materiais necessários. Rivaldo chega às lagrimas, ele estava amando aquela criança. Seria desmascarado, e perderia a guarda do menino.

Os exames ficam prontos rapidamente. A imprensa e vários jornalistas

confirmam ter acompanhado todos os procedimentos, a verdade seria

descoberta. Sócrates abre o envelope, lê o que está escrito, perde o fôlego, procura

ajuda, pensa estar lendo errado, mas ali estava escrito. 99,99% de que Rivaldo era o pai da criança. Rapidamente entram os comerciais, e na volta, já era outra pessoa que

conduzia o programa, seu titular havia tido uma queda de pressão.

Rivaldo volta para casa, atordoado, incrédulo. Aquilo tudo não podia ser

verdade, mas se cala e em pensamentos conclui. - Vou criar meu bebê.

Da mesma forma que a mídia cria o fato, dele se esquece com muita

rapidez. Dois anos depois, o alvo da mídia era Sócrates, o apresentador. Um escândalo envolvendo-o e sua esposa não se falavam claramente, mas seria assunto de traição conjugal. O apresentador injuriado com tudo declara que irá se separar, mas que o filho do casal ficaria com ele, pois sua esposa não teria condições de

dar a criança o mínimo de conforto e estudos. As brigas tomam enorme repercussão.

Em entrevista para um jornal que não se importava com a verdade

apenas com a notícia, o irmão de Cândida, mulher do apresentador

declara: _ O filho não é dele, essa criança, Marcos. e filho do cantor Rivaldo. 05

6º-CAPÍTULO = AGRANDE DESCOBERTA

A essa altura o escândalo já era internacional e ganhava as páginas

da mídia mundial. Rivaldo pensava: O médico afirmou que por ter Hipospermia,

dificilmente eu engravidaria qualquer mulher, e agora já sou acusado

por mais uma? Novamente, no mesmo programa, lá estavam, a moça, a criança, o

apresentador e Rivaldo, chegara a hora da leitura dos resultados.

99,99% de que Rivaldo é o pai da criança.

O apresentador parte para as vias de fato. Agride a Rivaldo e a sua

mulher. Garante a ela que não receberá nenhum centavo na separação

e que irá processá-la por infidelidade. Novamente como sempre a mídia perde seu interesse no assunto. Procurada por amigos e parentes a moça não nega que Rivaldo seja o pai da criança, mas nega infidelidade. Ninguém nada entende como isso

seria possível? A separação ocorre, mas a mãe segue com o pátrio poder.

Rivaldo, a partir daquele dia, bem como Mafalda, a sua mãe, eram vistos

seguidamente visitando essa criança, e todos acreditavam que embora

com sua negativa tivesse sim, havido infidelidade, mas o caso foi

lentamente se tornando apenas passado. Alencar, o irmão da moça que alertará ser o menino filho de Rivaldo evita encontrá-lo, pois sabe que, fatalmente, terá que revelar como sabia que aquela paternidade seria confirmada através do DNA.

Mas esse dia chegou e por força do destino. ele não sabia que Rivaldo

estaria visitando sua irmã e seu alegado filho, e iria até a casa

dela. Quando estacionava seu carro, um grupo de adolescentes

marginais tenta assaltá-lo, e Rivaldo percebe essa ação e afugenta a

todos eles, porém com ferimentos sérios pelo corpo Alencar precisa de

atendimentos médicos. Rivaldo prontamente o socorre, leva-o ao pronto socorro mais próximo. Ele embora fora de perigo fora obrigado a ficar no hospital em

observação médica, e precisa que alguém seja responsável por ele e

seu acompanhante. Rivaldo aguarda pacientemente que ele acorde da anestesia que tomou para levar os pontos cirúrgicos, e quando este abre os olhos se depara

com quem evitara encontrar por muito tempo.

Um sorriso sem graça dá início a uma conversa que seria definitivamente reveladora.

Claro que, Rivaldo assim que pode, faz a pergunta que o intrigava por

anos. Como você sabia que o teste de DNA revelaria ser eu o pai de seu

sobrinho? 06

7º-CAPÍTULO = NOVAS REVELAÇÕES

Alencar respira fundo, tenta evitar essa conversa, mas, finalmente diz:

Vou lhe revelar coisas, que poderão ou não, apenas dependerá de você,

me levar à prisão, mas também não aguento mais manter esse segredo.

Por favor, não interrompa, quero me libertar desse peso.

Você nunca me reconheceu, pois, sempre que estivemos frente a frente e por cinco vezes, eu usava máscaras. Sou o enfermeiro que lhe ajudou na coleta dos espermas quando se consultou com o Doutor Assis, para tratar de sua infertilidade.

Nas cinco coletas, o resultado foi de hipospermia. Mas, eu a enfermeira e

outro médico recém-formado, congelamos todo o material.

Queríamos fazer chantagem com você. Assim, a enfermeira se

prontificou a receber por reprodução assistida seus espermas bons.

Ela é a mãe de seu primeiro filho, que acabou falecendo no dia do parto.

Para podermos afirmar que você seria o pai, ela, após um dos seus

shows, invadiu seu camarim, mas nosso plano começou a fracassar

naquele momento já que ela não sabia estar se entregando ao seu sósia.

Com a morte dela, abortamos a chantagem, e até evitamos que isso

viesse a público. Ninguém jamais saberia da trama se, e aí por infertilidade de minha

própria irmã, que receando ser abandonada por Sócrates seu marido,

que sempre exigiu dela, um filho, propôs ser ela também submetida a

uma inseminação artificial. Seus espermas seguiam congelados, e os usamos novamente e nela. Assim, quando Sócrates, o marido dela, anunciou que iria tomar-lhe a criança resolvi contar que você era o pai. O que vou lhe revelar agora é

pior ainda. Você tem mais cinco filhos, mas não saberei lhe dizer o nome das mães, destruí todos os arquivos dessas inseminações. Na manhã seguinte Alencar tem alta médica e retorna para sua casa e Rivaldo faz o mesmo. O agora ex-cantor, ainda aturdido pelas

revelação de Alencar se recolhe em seu quarto, pede a todos que não o

incomodem, alegando que tentará compor uma nova música.

A verdade é que ele precisava assimilar as novidades, se tudo viesse a

público, muitas coisas importantes mudariam, inclusive, o seu relacionamento familiar, e ainda não teria sentido enviar para a prisão o homem que por linhas tortas permitiu a ele agora ter sete filhos. Uma semana depois, sai de seu quarto, não criou música alguma, mas seu semblante era de total felicidade. 07

8o-CAPÍTULO = SEM TEMPO PARA SENTIMENTOS MESQUINHOS

Não queria mais perder tempo com sentimentos pequenos e mesquinhos. Sabia que

jamais conheceria esses outros cinco filhos e suas mães. Contudo, estava eufórico, feliz e satisfeito, afinal o médico lhe garantira que ele não engravidaria mulher alguma.

Concluiu que muitos passam pela vida sem perceber o que tem valor. Seu coração transbordava paz e gratidão, seu bem maior e sua maior riqueza era a sua família esta seguia saudável, e ainda mais unida.

Com essa paz e alegria, volta a cantar, e a cada dia com maior sucesso, vez ou outra se permite, vagamente, imaginando como seriam, como viveriam e onde estariam seus outros filhos. Sabia que, por terem sido efetuadas as inseminações com seus espermas, sem sua autorização, fatalmente, jamais os conheceria, mas, por vezes olhava para rapazes e meninas com as idades que eles teriam, e pensava: Quem sabe por onde andam, como serão? E via nestes, como estariam.

Seguiu se assim por 5 anos, é quando Alencar lhe telefona, com o tom de voz de quem está sofrendo de ansiedade, marca um encontro para contar uma grande novidade. Quando esta acontece, lhe é revelado o mistério: _ Maristela, uma das mulheres que tinha feito a inseminação com ele o havia procurado na clínica de fertilização.

Queria ela, agora, que sua filha completara 6 anos e por insistência de seu marido ter o segundo filho, contudo, queria que o doador fosse o mesmo da vez anterior ou alguém semelhante, para que o marido de nada desconfiasse, já que ele não sabia que a menina, não era dele.

O coração de Rivaldo acelera, seus olhos brilham simplesmente pelo fato de que ao menos, de longe veria um de seus filhos. Alencar, informa Maristela, que atenderia seu pedido, e que segue suas orientações, e, principalmente mantivesse muita discrição em tudo, ambos haviam enganado seu esposo, e deveriam manter esse segredo.

Combinam que, primeiramente, fariam exames de sangue na criança, o objetivo seria em caso de ser outro doador, que ao menos este tivesse o mesmo grupo sanguíneo e dessa forma, retiram o material, mas a finalidade mesmo era, sim, fazer um DNA com ele e confirmar a paternidade de Rivaldo.

Rivaldo finalmente pode ver, através de uma janela, inicialmente, a mãe de sua filha sentada em um sofá, enquanto ela aguardava a retirada do material sanguíneo para exames, e depois quando a criança sai da sala de coleta. 08

9º- CAPÍTULO – AS LAGRIMAS DE FELICIDADE

Rivaldo vai as lagrimas, sua filha lembrava traços da sua própria mãe, os olhos, o sorriso, a forma de andar, tudo ela herdara de Mafalda, sua avó paterna. Tal semelhança o convence de algo que, inicialmente, estava contra e resolve: _vou doar meu sêmen, será meu oitavo filho ou filha, mas estes, eu já sei quem são. Na semana seguinte, e na primeira tentativa, Maristela é informada que o procedimento obteve êxito.

Restava à ambos, unicamente acompanhar sem despertar suspeitas, a gravidez de Maristela. Três meses depois, em um telefonema feito de um orelhão, Alencar ouve alguém lhe passar sem se identificar a informação:

_ Amigo, está dando tudo certo, fiz ultrassom, será um menino, assim terei o casal que meu marido tanto deseja, serei eternamente grata a você, lamento não poder lhe dar no futuro mais detalhes, já que, você mesmo pediu total discrição. E agradecendo se despede.

Rapidamente Alencar liga os fatos e conclui que o recado, a voz e as informações ouvidas eram de Maristela, liga para Rivaldo e comenta o fato, este aos berros comemora, mas, queria mais, pretendia, a distância, acompanhar essa gravidez e quando chegasse a hora do parto estar por perto, sempre anonimamente.

Mas tudo voltava a falta de informações, ele, precisaria saber onde ela iria fazer seu parto. Rivaldo sempre fora um homem muito reservado mas ao longo de sua vida, fizera inúmeras e incontáveis amizades, e quando se lembra que um membro de seu relacionamento, no passado seu nome, Tenório, usando os serviços de um detetive particular, imediatamente, entra em contato e no encontro em um restaurante, após colocar os assuntos em dia, pede a Tenório, que proponha ao detetive, sempre sem dizer quem realmente busca essa informação, descubra em qual maternidade Maristela havia feito o parto da menina sua primeira filha.

Com a data aproximada desse nascimento e o nome da mãe, O detetive em 30 dias descobre o que Rivaldo pedira, e este imagina: _ certamente, será no mesmo lugar que Maristela irá ser atendida nesse novo parto. Faltando dois meses para essa data, o detetive passa a visitar aquela maternidade para descobrir se o dia da reserva estava confirmada.

Na mesma semana, ele descobre que, no final daquele mês, as vésperas de um feriado prolongado, Maristela faria uma cesárea. 09

10º CAPÍTULO = TEMPOS DE ANSIEDADE

Foram dias de muita ansiedade, Rivaldo nunca havia passado por momentos de expectativa e espera, exigiu que o detetive ficasse sempre próximo da maternidade para que havendo uma antecipação no parto, como ocorrera no seu, ele soubesse rapidamente.

E no dia marcado, o detetive confirmou a internação para o parto de Maristela.

Rivaldo seguia cada vez mais conhecido, então logo precisaria um bom disfarce para após o parto, no berçário, ver o rosto de seu filho.

Fazia muito frio naquele dia, e, isso ajudou bastante, com um gorro na cabeça e um cachecol enrolado no rosto, sem ninguém por perto, pôde ele realizar seu desejo de ver seu bebê.

Muito emocionado e com lagrimas nos olhos, aguardou um tempo para se acalmar e, dirigiu-se a recepção da maternidade perguntando se havia algum parente ali, com quem pudesse conversar, do bebê que havia acabado de nascer.

Na sala de espera, estavam o marido de Maristela, sua sogra e sua filha, quando chegou perto para conversar com eles, precisou segurar novamente as lagrimas por estar tão perto de sua filha, após, dirigindo-se a ONOFRE, marido de Maristela, e logo ao retirar o gorro e o cachecol, foi reconhecido por todos eles, algo que facilitou o que Rivaldo iria propor.

Iniciou dizendo que havia composto uma música, e esta levaria o nome de VIDA, e ele pensava colocar na capa do disco, três fotos, a primeira seria de um bebê no dia em que nasceu, a segunda aos 10 dias e a terceira, quando este completasse um mês de vida. Onofre sentiu-se privilegiado com a oferta, e com a anuência da maternidade, usando uma máquina fotográfica de alta qualidade, faz dezenas de fotos daquela criança, alegou que iria avaliar qual delas teria ficado melhor. Onofre, já havia autorizado as outras duas, pediu apenas para aguardar um telefonema para concluir, pois queria saber a opinião de Maristela.

Já em casa, e com as fotos reveladas, Rivaldo passou horas vendo o bebê que, pela primeira vez, havia conhecido no dia do nascimento, fazia planos e olhando as fotos dirigiu-se ao piano e realmente compôs a música VIDA.

No dia seguinte, recebe a confirmação de Onofre, e vê nisso, nova oportunidade para voltar ao hospital e rever sua filha e o bebê, inclusive, conhecer de perto e conversar com Maristela, mostra as fotos que ele havia tirado e revelado. 10

11º- CAPÍTULO = PADRINHO DE SEU PROPRIO FILHO

Deixa uma cópia a eles e combina que agora iria à sua casa no 10º dia para fazer a segunda fotografia

Rivaldo estava em êxtase de felicidade, fazia planos, pretendia arrumar alguma maneira de poder frequentar, sempre mais, a casa onde estavam dois de seus quatro filhos. Queria protegê-los de alguma forma, e decide, como sendo a melhor dela, informou a Maristela e Onofre que pela gentileza deles, ofereceu e deu a garantia de uma bolsa de estudos até a faculdade a ambos, aulas de música e canto para o bebê e bale para a menina. Diante dessa demonstração de carinho, o casal, convida Rivaldo para ser padrinho de batismo de Mauro, nome escolhido para a criança. Emocionado, o cantor aceita de imediato, como padrinho de seu próprio filho, ele acompanharia sempre o crescimento de Mauro e Marcia, seus dois filhos.

A data do batizado é marcada para 60 dias depois, quando o bebê já estaria com 2 meses, nesse tempo, Rivaldo, para não despertar suspeita, aparecia na residência de Maristela esporadicamente, e na semana do evento, chama seus pais, que fatalmente iriam comparecer ao batizado e relata a eles que a criança que irá receber o batismo era seu próprio filho. Levou horas e horas contando tudo o que envolvia essa paternidade, e alerta a sua mãe: _A menina é a cópia exata de você, o que deixa a avó mais ansiosa para conhecer a neta sem poder se apresentar como tal, e realmente, no dia da festa, ela veio as lagrimas de alegria, e a partir daí, sempre e quando seu filho ia visitar seu “afilhado” ela ia junto.

Por mais 3 meses, Rivaldo teve uma vida artística intensa, pois, sua música VIDA alcançara de imediato o primeiro lugar nas paradas, mais um motivo para comemorar com a família de Maristela, visitando-os.

Essa paz, dura poucos dias, foi quando Rivaldo recebe outro telefonema de Alencar avisando que outra mãe havia lhe procurado, rapidamente marcam encontro para que o cantor se inteirasse de detalhes, e nele Alencar conta: _ Noêmia, esse é o nome da mulher que me procurou, conta ela que fez uma inseminação comigo clandestina, pois pretendia dar o golpe da barriga em seu namorado, queria apresentar uma gravidez, dizer que a criança era dele, e força-lo a casar-se com ela, imaginando ser o namorado de família riquíssima, mas, só descobriu que ele era até mais pobre que ela, e mesmo depois do casamento. 11

12º- CAPÍTULO = MAIS FILHOS DESCOBERTO

Sua vida se tornou um tormento pois dificilmente, pela falta de qualificação o marido arrumava um emprego com bom salário, e para piorar tudo, trabalhando de moto frentista, sofreu um acidente grave e ficou paraplégico, e está aposentado por invalidez com aposentadoria mínima que mal dá para sustentar a criança dela.

Como posso ajudar, pergunta Rivaldo? Inicialmente farei um DNA para confirmar que você foi o doador, responde Alencar, depois veremos, só confirmo que a mulher realmente deve estar passando apertos financeiros já que pediu para que a inseminação que fez fosse parcelada e ela só me pagou uma única e sumiu.

Dias depois, a confirmação do 5º filho de RIVALDO estava provada, mas como sempre, ele não poderia aparecer, de imediato, pede que Alencar descubra o número de uma conta bancária, e que faça um razoável depósito permitindo Noêmia de se manter por meses, alegando que este ele mesmo o fez, para evitar que a inseminação clandestina fosse descoberta e que ele iria tentar descobrir quem foi o doador do sêmen que a engravidou.

Na semana seguinte, Alencar contata Noêmia, e diz a ela ter descoberto o doador, mas ele morava, agora, em um país na Ásia e que dificilmente, poderia ajudá-la na criação de sua filha, apenas tentaria localizá-lo e narrar as dificuldades que ela estaria tendo para manter e educar a criança, assim, que ela aguardasse notícias. Dias depois, retorna o contato, dizendo que o doador fora localizado, agora está casado, que também vive de seu trabalho, contudo, teria uma reserva em dinheiro e que ajudaria uma única vez, e da seguinte forma: Que ela escolhesse a cidade em que pretendia morar definitivamente, procurasse nela um terreno de 30x50, bem localizado, onde ele mandaria construir 5 casas, sendo que em uma ela a filha e o marido morariam, e as outras quatro seriam alugadas e a quantia arrecadada com os aluguéis seria suficiente para educar sua filha, Maira. Alertou que todas as propriedades ficariam em nome dela, e com uma cláusula que proibiria qualquer pessoa, vende-las antes que a menina Maira completasse 21 anos.

Noêmia agradeceu muito, seria realmente a solução de seus problemas. Rivaldo, assim que escolheram a cidade, compra o terreno ainda maior que pretendia, e cumpre sua promessa, construindo as casas. Nesse meio tempo, Alencar alerta ter sido procurado por mais uma provável mãe dos filhos inseminados. 12

13º-CAPÍTULO = ASTUCIA DE ALENCAR

Juraci era seu nome, mas, não pretendia fazer nova inseminação e sim a sua irmã, e que marcara um novo encontro entre elas na clínica, dessa forma, Rivaldo poderia vê-la e provavelmente, também seu outro filho. Na data marcada, apenas as irmãs compareceram, frustrando a possibilidade de saber ou ver o menino ou menina, mas, Alencar, espertamente, marca uma nova consulta na clínica, convoca seu amigo detetive e o incumbe de acompanhar na saída das senhoras e saber o endereço onde que elas vivem. O plano se confirma, e dias depois Rivaldo, discretamente passa várias vezes na porta da casa da mãe da menina, esse detalhe ele só descobre quando a vê brincando no quintal de uma enorme casa, e concluiu que diferente das demais, esta não precisaria de ajuda financeira para cria-la. Apenas faltava confirmar de alguma forma que a menina era mesmo uma das crianças geradas por inseminação com o sêmen de Rivaldo. Essa prova, só foi possível quando Juraci e sua irmã, em uma das consultas, leva a menina junto, e esta estaria com a garganta inflamada, Alencar se prontifica em ver o grau de infecção e com um cotonete, retira saliva suficiente para um exame de DNA, e ainda colhe mais material em um copo que a menina havia bebido um refrigerante. Novo DNA indica: _Rivaldo, localizamos mais um de seus filhos, o nome dela é Mônica. Agora, faltava apenas, descobrir as mães de duas crianças, que haviam sido inseminadas com o sêmen de Rivaldo, e não demorou muito para que mais uma delas procurasse Alencar. Elaine era seu nome. Desta vez, ela queria ter mais um filho ou filha com propósitos bem inusitados. Esse detalhe, o clínico só descobriu ouvindo a conversa da moça com sua própria mãe que a acompanhava naquele dia, e o que ele ouviu realmente o deixou muito triste, e por isso nem mesmo ligou para Rivaldo para contar as novidades. Ela queria ter mais uma criança por esse motivo: sabendo que seu sogro estava com uma doença incurável, e viveria mais um ano no máximo, tendo mais um herdeiro lhe permitiria receber uma parte maior nessa herança, a qual ela iria administrar. Alencar, mesmo contrariado, inicia o processo, não sem antes fazer um novo DNA para confirmar a paternidade, e, quando este já fica pronto, a surpresa foi grande, depois de efetuar dois exames lhe vem a memória que, no dia que concluiria o trabalho, ele estava alcoolizado, e ao retirar do freezer o esperma congelado de Rivaldo, deixou o tubo cair no chão, e como esse seria o último material doado pelo cantor, não teve dúvidas, colheu ele mesmo seu sêmen e injetou na paciente. 13

14º - CAPÍTULO = RESULTADO DE UMA BEBEDEIRA

Ao descobrir e lembrar desse fato, chorou de vergonha pela falta de escrúpulos que demonstrou. Dessa forma, Alencar descobriu ser ele e não Rivaldo o pai dessa criança, seguiu adiante, fez a inseminação que Elaine irmã de Juraci buscava, conheceu seu filho e somente depois disso contou tudo para o cantor, que agora só teria que descobrir mais uma mãe.

Mas, essa que seria a última das mulheres que foram inseminadas com o sêmen de Rivaldo, não aparecia, todos já davam como impossível localizá-la, e com esse pensamento os anos foram passando. Alguns anos depois, quando o filho de Cândida, irmã de Alencar, o convida para ir, pela primeira vez, acompanhá-la na escola onde seu filho iria estudar, ele ficou surpreso, mas aceitou o convite, sua irmã morava em um bairro próximo ao dele, assim, não perderia muito tempo e poderia rever o sobrinho e a irmã de uma só vez. Ao chegarem, bem adiantados, ficaram na porta da escola, esperando estas serem abertas, e conversavam assuntos dos mais variados, até que um automóvel bem moderno e importado ali estaciona, todos os presentes ficaram observando, pois, a escola, também, era para alunos da alta classe. Alencar, inicialmente levou um susto, surpreso olhou várias vezes para a mulher que acompanhava o menino e concluiu: Aí está ela, a última das mães que procuramos. Naquele dia, preferiu não ser visto, resolveu antes ligar e contar a novidade para Rivaldo, que, prontamente, se ofereceu para acompanhá-lo nos próximos dias. O cantor seguia muito famoso, e aparecer na porta de uma escola poderia causar espanto, contudo, ele sabia muito bem o que diria aos curiosos, e seria a verdade: Diria ser o pai, e realmente era, do menino filho de Cândida, claro que todos ali iriam relembrar o escândalo da época do DNA em que Sócrates o apresentador descobrira não ser ele o pai daquela criança, mas, isso já era passado, porém serviria para que ele iniciasse uma conversa com aquela mulher. Quando Alencar, e Rivaldo esperavam o portão abrir, eis que chega quem eles esperavam, e como todos conheciam o cantor, essa mãe o cumprimenta, diz ser sua fã, e em meio a conversa, Nádia, este era seu nome, comenta: Lembro, e bem do dia em que Sócrates lhe agrediu por descobrir que ele não era o pai desse seu menino, e ouvindo apenas um pois é, a vida é assim, Nádia afirma: _ também já fiz uma inseminação, na época eu pensava ser infértil, descobri depois que era meu antigo marido sim, quando nos separamos, conheci meu atual marido, e com ele tive de forma normal este aqui, nesse momento para e mostra o seu filho. 14

15º-CAPÍTULO = COMO ACOMPANHAR E AJUDAR SEUS FILHOS

Com essa descoberta, Rivaldo pergunta: e seu primeiro filho, estuda aqui também? E ouve desolado: _não, ele faleceu nos primeiros meses de vida, vítima de uma virose. Nesse momento Rivaldo suspirou, pois não iria conhecer um de seus filhos inseminados, mas, agora já sabia por onde andavam seus seis filhos. Moacir, Marcos, Mauro, Monica, Maira e Marcia, o destino e onde encontraria, os que todos já sabiam e os demais que só ele e Alencar descobriram. Seu dilema era um só, como poderia ajudar na criação deles. Tinha um pensamento sobre isso que fazia questão de seguir e era: Se der tudo o que um filho pedir, você estará criando um vagabundo, acreditava piamente que apenas com estudos e boa educação todos eles venceriam os desafios e que certamente, cada um encontraria em suas trajetórias, e adotou uma postura que, realmente, para ele seria a ideal: enquanto puder, seguirei de longe seus passos, darei proteção sempre que algum problema de saúde os atingir, facilitarei a vida de todos eles quando julgar extremamente necessário, de resto, que vivam as suas vidas. Propõe a Alencar, mudar de endereço, e que doravante, apenas faça seu trabalho legalmente, pela maneira errada que seu parceiro nessa louca caminhada, lhe proporcionou ter herdeiros de seu sangue, e monta com equipamentos dos mais modernos a nova clínica do amigo. Vez ou outra, ainda se exibe com sua linda voz. Vai morar com seus pais em uma das fazendas deles. Várias vezes, deitado em uma rede, é visto com os olhos fechados, mas sorrindo, quando lhe perguntam o motivo dessa alegria, ele responde: pela VIDA, e todos imaginam que ele esteja se referindo a música que ele compôs, e que foi seu maior sucesso e a que teve maior vendagem de discos, mas, só ele sabia que os sorrisos são das lembranças que tem dos DNAs que transformaram para melhor sua caminhada nessa passagem por essa vida.

Mas Rivaldo queria mais, e em seu pensamento, não existia ninguém para lhe dar algumas informações que o ajudaria na busca de uma aproximação maior de todos seus inseminados, e este seria seu próprio pai. Jeronimo, era um homem muito vivido, sua carreira artística lhe deu vivência para responder suas perguntas, esperou um dia que estavam apenas ele e seu pai, descansando em uma de suas fazendas e iniciou depois de um chá de camomila seu “papo” 15

16º CAPÍTULO = CONSELHOS PATERNOS

Jeronimo pai de Rivaldo, sempre foram muito unidos, devido ao parto desastroso do rapaz a dedicação de toda família em superar o trauma deixado no rosto de Rivaldo, isso sempre foi acompanhado de perto pelo pai, que embora artista consagrado, era muito reservado e de poucas palavras, porém em família era o que chamamos de “paizão” e quando Rivaldo iniciou sua conversa, ele ouviu atentamente a cada palavra, e sabendo o que ele pretendia falou: _ Vamos lá: Desculpe vou anotar, mas preciso de todos os detalhes para opinar: Quantos são os seus filhos e o nome de suas mães? Rivaldo sem pestanejar foi relatando: _ Jurema, mãe de Moacir, Cândida, mãe de Marcos, Maristela, mãe de Márcia e Mauro, Noêmia, mãe de Maira e Juraci, mãe de Monica. Jeronimo rindo comenta: _acho que as mães combinaram, todos eles têm seus nomes iniciados pela leta EME, e segue: _como é a vida de todas elas?

Rivaldo, tenta lembrar cada detalhe sobre cada uma, e inicia por Jurema, mãe de Moacir.

_Jurema, eu não a conheci, foi a mãe de meu primeiro filho, ela era enfermeira de Alencar o dono do laboratório onde fiz meus exames e fiquei sabendo ter hipospermia, que é uma redução muito grande de esperma em cada ejaculação. Havia um outro médico, mas não teve grande participação na trama, e até se mudou do país com receio de ser expulso pelo Conselho de Medicina. Usaram meus espermas para inseminar várias mulheres, e estas acabaram gerando meus seis filhos. Jurema teve problemas no parto, piores que teve mamãe no meu, pois acabou falecendo naquele mesmo dia ao dar à luz. Até Moacir completar 5 anos, ele morou comigo, depois para ele estudar, foi morar com a avó materna, mas sempre que posso, faço uma visita, sem compromissos, fico um final de semana inteiro com ele, nos damos muito bem.

Jeronimo comenta: _sobre seu primeiro filho Moacir, eu sei tudo sobre ele e o ocorreu no parto, sua mãe Mafalda é apaixonada por ele, mas para ajudá-lo, já que sua mãe faleceu, o que já fez para ajudar a família cuidar dele? _ Pouco, muito pouco, tenho um pensamento que é: Se você der tudo o que um filho pede, criará um vagabundo. _Concordo com sua tese, mas, você acabou de dizer que pouco fez por ele e pela família. –¬¬ Diga pai, então o que devo fazer? – Para seu filho, garanta seus estudos até completar um ensino superior e para a avó, pergunte diretamente a ela suas necessidades. Assim, chegara a hora do almoço e combinam seguir a conversa no dia seguinte. 16

17º CAPÍTULO = MAIS HISTÓRIAS

Naquela noite, reunidos na sala, fazia frio, e toda família após o jantar apreciava um bom vinho, e em meio a conversa sobre a altíssima qualidade de nosso vinho comparado aos estrangeiros, Mafalda, mãe de Rivaldo, se aproxima dele com um álbum de fotografias e diz: _ sei que você e seu pai conversaram hoje pela manhã sobre meus netos, passei boa parte da tarde, revendo as fotos deles, saiba que todos, sempre poderão contar comigo para o que precisarem, eu os amo muito. Como iria passar na TV uma partida de futebol, como ela não gostava do esporte despediu-se e foi dormir.

Na manhã seguinte, conforme combinado, no mesmo local, pai e filho seguiram a conversa iniciada no dia anterior.

Jeronimo, com um bloco de anotações em mãos pergunta: _ agora vamos falar do seu segundo filho.

Rivaldo, ainda com uma xicara de café em mãos, em tom jocoso inicia dizendo: _O nascimento do Mauro, meu segundo filho só aconteceu quando, Sócrates o apresentador de televisão cobrou de sua esposa Cândida, que é irmã de Alencar, dizendo que agora queria ter com ela um filho mas ela imaginava ser estéril, pois, mesmo depois de casada a muito tempo, ainda não havia engravidado, e só ela sabia que nunca havia tomado um único comprimido anticoncepcional, por receio de perder seu marido, então pediu a Alencar que fizesse nela uma inseminação artificial, e como no laboratório os únicos espermas armazenados eram os meus ,e assim sem que eu nada soubesse, tornei-me o pai de mais um menino. Essa revelação só aconteceu, quando, após muitas brigas o casal iria se separar, e Sócrates, por ter uma situação financeira melhor, queria ficar com o pátrio poder, e nesse momento, Alencar informou a todos que o apresentador não era seu filho, mas sim eu.

Nesse momento, Jeronimo pergunta: _como é seu relacionamento com a mãe e com seu filho? E ouve: _naquela época, mamãe e eu passamos frequentar a casa de Cândida, eu já estava e mais ainda, encantado com o fato de ter mais um filho, pois imaginei jamais teria um único, e queria descobrir como Alencar tinha tanta certeza ao afirmar que eu era o pai do filho de sua irmã. Anotando tudo, Jeronimo arremata, o que já fez para ajudar em sua criação? E ouve.

Pai, Alencar custeia tudo naquela casa, e jamais me pediu nada. 17

18º CAPÍTULO = REPRIMENDAS

Rivaldo começa a narrar as histórias de seu 3º e 4º filhos então rindo, ele diz: _ Maristela a mãe de Marcia, depois de 6 anos, procurou Alencar, ela queria agora ter mais um filho e a pedido do marido, e como esse também era infértil e jamais soube disso, pretendia que o doador fosse o mesmo da menina, ao saber disso, procurei me informar quem eram e como viviam, o casal eram de classe média alta, e poderiam sim criar mais um filho sem nenhuma dificuldades, contudo, Alencar, não tinha mais meus sêmens congelados e ao me consultar sobre nova doação, busquei conhecer a menina e só consegui vê-la , quando Maristela aguardava para fazer novos exames. Pai, emocionado então Rivaldo fala: _ naquele dia, por pouco não choro copiosamente, pois Marcia, lembrava em tudo minha mãe, e isso me convenceu a doar naquele mesmo dia material para inseminar e gerar Mauro, e deste eu sou padrinho de batismo, e frequento, seguidamente sua casa, onde posso rever meus dois filhos e inclusive me tornei amigo de toda família.

Jerônimo, então concluiu: _Filho, então, com esses dois filhos, creio que você não precisa fazer mais nada, e se fizer que seja como padrinho de um deles.

Ainda era cedo e Rivaldo pôde contar sobre Noêmia, e Maira.

Essa moça, Noêmia, depois de anos que fizera a inseminação com Alencar, o procurou, contando que se casara imaginando que seu noivo fosse um homem rico, mas estava enganada, ele era até mais pobre que ela, e para piorar, o marido sofreu um acidente e está aposentado com salário-mínimo, ela pedia ajuda ao doador para poder criar a menina. Quando soube disso, comprei um terreno e mandei construir 5 casas em uma cidade próxima daqui uma para eles morarem e as outras 4 para viverem de aluguel, mas nunca vi a criança até hoje. Jeronimo interrompe afirmando: _ aí você falhou, garantiu que eles tivessem uma vida tranquila, mas, não entendo como você não quis conhecer essa menina, até hoje. _Sabe pai, não gostei do fato de Noêmia ter engravidado para forçar um casamento e pior, só pensou nela, em como poderia se arrumar na vida com um bom casamento. _Nisso você está certo, mas, anote aí minha primeira recomendação, descubra a cidade em que foram viver, marque um show lá e procure notícias deles, podem estar precisando de algo, e seu filho não tem culpa pelo erro da mãe, vá conhecer a menina.

E naquele dia, Jeronimo resmungando deu por encerrada a conversa. 18

19º CAPÍTULO = EM BUSCA DA VERDADE

Na manhã seguinte, Jeronimo seguia de cara amarrada, o fato de Rivaldo ter evitado conhecer uma filha o havia deixado contrariado, mas, ao passar das horas, tudo voltou ao normal e puderam conversar sobre mais um filho de Rivaldo. Quando entram no assunto ele inicia dizendo: _ A mãe de mais um dos inseminados chama-se Juraci, e a filha Mônica, a descoberta dessa foi por pura sorte. Ela procurou Alencar, não para fazer nova inseminação, mas, sim para sua irmã, e dessa forma Alencar, marcou uma data para fazer os exames necessários, casualmente, levaram a menina junto, e esta estava com as amidalas inflamadas, assim, antes de tudo, Alencar se oferece para ver a garganta da menina, e com um cotonete, retira saliva dela e como ela havia tomado um refrigerante, juntou o copo, o cotonete com a saliva e no dia seguinte fez um DNA confirmando ser Mônica minha filha. Dias atrás já havíamos descoberto que a família de Juraci era de classe alta, moravam em um dos melhores bairro da cidade, assim, então não me preocupei em querer ajudar a menina; sei que falhei, também, em não me aproximar dela, e são para todas essas falhas que estamos tendo essa conversa, quero acertar, agora, conto com sua ajuda. Jeronimo, balançando a cabeça afirma: _Estou anotando tudo, então no final darei minha opinião sobre tudo que ouvi, mas, para irmã de Juraci, foi você o doador? _Não, mas, também não sei quem foi, nunca perguntei e não quero me envolver nisso. Naquele momento, Rivaldo parecia estar aliviado, acabara de contar detalhes sobre o nascimento de seus 6 filhos, e Jeronimo interrompe seu silencio perguntando: _ E os outros filhos das mulheres inseminadas? Rivaldo, pega em um de seus bolsos um canivete, inicia descascando uma laranja pera e fala: _Então pai, as coisas nem sempre são como imaginamos. _Não entendi, diz Jeronimo e ouve: _certo dia, apareceu na Clínica de Alencar, uma moça de nome Elaine, ela era uma das inseminadas que, ao descobrir que seu sogro não teria muito tempo de vida e era um milionário, queria ter mais um filho e assim poder receber uma parte maior da herança que, fatalmente, ele deixaria. Ficamos todos eufóricos pois teríamos encontrado mais uma das mães que buscávamos, mas para tanto e como sempre, ele teria que fazer alguns exames na paciente, e o, objetivo era sempre se fora eu, o doador do sêmen, mas, ao ver o resultado do DNA lembrou-se que no dia daquele procedimento, ao manusear o vidro que continha o meu material, ele estava alcoolizado, e deixando cair o material, e não teve nenhuma dúvida, ele colheu seu próprio esperma e assim inseminou Elaine. 19

20º Capítulo = TRISTE DESCOBERTA

Dessa forma uma das inseminações que imaginávamos que havia sido feita com meu sêmen, estava definitivamente esclarecida. _Você me pediu conselhos ema como agir e ajudar os seus filhos, mas, lhe pergunto: seu amigo Alencar, fez isso? Ajudou a mãe ou o filho dele? e Jeronimo ouve: Pai, novamente uma nova lição, eu nunca me preocupei com isso, e ouve: _ até aceito como normal, certos erros cometidos pelos jovens, mas, você filho, já passou desse tempo, anote aí, vou querer saber também sobre o destino dessa criança e de sua mãe, e com tempo, fale mais sobre algum outro filho inseminado. _Sabe, não tenho mais nada para contar, pois, o que seria meu último filho, teve um destino muito curto. _Seja mais claro, diz Jeronimo e ouve: _ Um dia, Alencar estava acompanhando Cândida, mãe de seu filho Mauro ela iria leva-lo, como fazia costumeiramente, a escola, mas, como havia chegado antes do horário das portas se abrirem, os irmãos conversavam sobre os temas mais banais, e nesse momento, encosta um automóvel importado, dirigido por um motorista particular e como passageira, uma jovem senhora, esta desce acompanhado de uma menina, ela estava muito bem vestida mas, Alencar a reconheceu, estava certo que ela teria sido mais uma inseminada com meus espermas, então procurou não ser visto. Após as crianças entrarem no colégio, Alencar me ligou e contando as novidades, claro que marcamos de no dia seguinte nos mesmos horários lá estaríamos, eu não estava muito interessado em conhecer a mulher, mas, sim em ver mais um de meus filhos. Quando ela chegou à frente da escola, de imediato me reconheceu, Alencar ficou afastado, preferia não ser visto, e com um sorriso e muito gentil, ela se aproximou e disse:_ Rivaldo, sou uma grande fã sua, não sabia que também tinha filhos estudando aqui, e eu arrematei: _ Sim, vim rever meu filho que tive com Cândida, e ela completou: _sei, ela era a mulher do apresentador Sócrates, lembro-me de ter acompanhado a divulgação do DNA pela televisão. E eu sigo o “papo” _Exatamente, mas não ouve, como todos imaginaram na ocasião, traição por parte dela, e sim, a criança havia nascido de uma inseminação artificial. E Nádia fala: _ sei como é isso e como é feita pois também já fiz uma. Eu de imediato pergunto: _ é esse o resultado do procedimento? apontando para o menino, e ela respondeu lacônica: _não, aquele outro menino, o da inseminação faleceu, vítima de uma virose. Nesse momento, suspirei, descobrira que um de meus filhos havia morrido, os portões se abriram e a conversa terminou, confesso que fiquei amargurado por uma semana. E essa criança, era a última a ser descoberta? Perguntou Jeronimo. 20

21º CAPÍTULO = MORTE E DESCOBERTAS

¬_Sim, Nádia foi a última das mães inseminadas com meu esperma, confesso, que por muitos dias após essa descoberta, andei macambuzio, mesmo, que, por um só momento eu gostaria de tê-lo visto, mas, desde o dia em que Alencar anunciou que eu teria outros 5 filhos e que, provavelmente, jamais os conheceria, ao menos os outros 4 eu tive esse prazer, assim, depois de uma semana triste, foi com esse pensamento que voltei ao normal, afinal, eu tinha conhecido os 3 e o 4º doei meu sêmen espontaneamente e não do material usado por Alencar.

Jeronimo, guarda o caderno no qual havia feito suas anotações, e comenta: _Por hoje, então, não vamos mais tocar nesse assunto, só lhe peço uns dias para lhe orientar sobre o que deve fazer.

A manhã ensolarada, era um convite para uma pescaria, assim, fizeram uma “matula” e se dirigiram a beira do rio, onde, praticamente, em silencio, lá, permaneceram toda tarde.

À noite, quando todos já haviam jantado e estavam reunidos como de costume tomando vinho, uma ligação de Alencar, traz notícias de Onofre, seu agora “compadre” ele havia se acidentado e estava gravemente ferido em um hospital, Rivaldo anota o endereço deste, se despede da família e quando chega, já na entrada encontra Maristela chorando, seu marido não resistira aos ferimentos e falecera.

Rivaldo após, confortar Maristela, se oferece para cuidar dos papéis necessários para o velório e sepultamento, e durante esse tempo, permaneceu ao lado dela.

Após o sepultamento, ainda em visita a Maristela, se prontificou a cuidar do inventários e outras atividades que se fizessem necessárias, e em um dia, nessas visitas, levou junto com ela Mafalda, que depois de colocarem os assuntos em dia, retira de sua bolsa um álbum antigo de fotos dela e mostra a Maristela, que se surpreende com a semelhança entre ela e sua filha Marcia, em seguida, outro álbum de fotos, agora de Rivaldo e novas surpresas com as semelhanças de Mauro, seu outro filho, com o cantor.

Maristela, imaginava que seria mera coincidência essas semelhanças, mas Mafalda, a propósito, pergunta a ela:_ Sei que você teve seus dois filhos por inseminação, você sabe quem foi o doador dos espermas?

Ai, a moça para, chora e pergunta. _Será que foi quem estou pensando? 21

22º CAPÍTULO = SEGREDO REVELADO

Sim, responde Mafalda, mas só estou lhe contando isso, para você saber que como avó de seus dois filhos, exijo que, sempre, e quando precisar de ajuda para cria-los, poderá contar comigo ou com Jeronimo, que também está a par tudo.

Mas, e Rivaldo também sabe? Perguntou Maristela: _Sim, claro, e até mesmo para evitar que seu falecido marido pudesse descobrir seu segredo; já que ele morreu pensando ser o pai de Márcia e Mauro, Rivaldo armou várias situações para estar sempre presente na criação deles, aceitou até ser “padrinho” do próprio filho.

Como descobriram? e com estão certos dessa paternidade? Mafalda, toma folego e arremata: _ Posso lhe contar tudo sobre suas crianças, mas, quero estar certa de que se Rivaldo um dia lhe contar, ser ele o pai, nunca diga que eu lhe contei, combinadas?

Claro, confirma Maristela. Anos atrás, meu filho Rivaldo fez vários exames laboratoriais com Alencar, inclusive um deles da quantidade de espermas para saber se estava gozando de plena saúde, como você sabe, Alencar também fazia inseminações nas mulheres cujos maridos eram inférteis. No primeiro dia que você procurou ajuda com Alencar, o material de Rivaldo lá estava, e ao fazer o procedimento em você, o esperma dele era o único disponível, e sigilosamente, o usou gerando Marcia. Seis anos depois, você procurou o laboratório para atender o pedido de seu marido que queria ter mais um filho, mas queria que o doador fosse o mesmo. Quando Alencar, contou toda essa “trama” para Rivaldo, ele procurou ver a menina, e quando isso ocorreu, viu que Marcia era minha “cópia” dessa forma, emocionado, aceitou ser novamente, e agora conscientemente, aquela encenação de que havia composto uma música por nome “VIDA” foi a forma que usou para se aproximar de sua família e por fim acabar sendo “padrinho” de Mauro.

Maristela, abraça a recém-descoberta “avó” agradece, as ofertas de ajuda, e das revelações, promete silencio total do que acabara de ouvir, e quando Rivaldo volta de um passeio a pé que fizera com as crianças, ela olha para ele, e tem que disfarçar pois, sempre pensou que jamais iria conhecer o pai de seus filhos.

Ao voltar para casa, durante o trajeto, Mafalda pergunta ao filho, como havia sido o passeio com as crianças e ele afirma: _Mãe, agora tenho um motivo a mais para frequentar aquela casa, como padrinho tenho o dever de amparar Mauro em tudo, mas gostaria mesmo era de lá estar todos os dias 22

23º - CAPÍTULO = CONSELHOS DE PAI

Mas como padrinho de Mauro, você pode ir sim, diariamente, fala Mafalda.

_Sabe mãe, lá no sítio, perguntei do meu pai como deveria me comportar com todos os meus filhos inseminados, vou combinar com ele e hoje mesmo saberei ou irei conhecer suas ideias. E isso aconteceu naquela mesma noite, Jeronimo com suas anotações inicia: _ preste bem atenção, ou anote, só vou falar uma vez.

Jurema e Moacir: Procure a avó que o está criando, e saiba dela suas necessidades, contrate um curso de canto para o menino e faça um deposito em poupança, que tenha rendimentos iguais ou superiores à inflação de modos que quando ele atinja idade de entrar em uma faculdade tenha recursos para pagar seus estudos, quem sabe, e aí o destino quem dirá, possa se tornar também um cantor.

Cândida e Marcos: embora Alencar tenha assumido os cuidados dele, faça também um deposito nos mesmos moldes para seus estudos e contrate um professor que lhe ensine tocar baixo e outros instrumentos, para menina aulas de canto.

Maristela e Marcia e Mauro – o mesmo deposito, e cursos de guitarra e baixo para ele, e piano para ela e sei que está frequentando a casa deles, mas no dia a dia descubra suas necessidades, e como padrinho, frequente bastante aquela casa onde vivem Noêmia e Maira: o mesmo deposito, cursos de canto e bateria, marque um show na cidade que vivem e vá conhecer sua filha, financeiramente as casas já resolveram. Juraci e Monica: Esta sua filha nasceu em família rica, não precisará de sua ajuda financeira, mas quero que busque uma forma de conhecê-la, mas aproveite e use sua fama como cantor para tal; acho que das minhas recomendações essa será a primeira a ser seguida, seu pai “desnaturado”, e o “papo” termina dessa forma. No dia seguinte, Rivaldo, descobre pela internet o local onde morava Juraci e Monica e realmente inicia as aproximações. Para tanto, usa um método bastante simples; para com seu carro em frente da mansão de Juraci e pede ajuda para indicarem um mecânico próximo, pois, alega que seu carro deu defeitos, e ao ser reconhecido, acaba conhecendo sua filha Monica e sua mãe Juraci. Ao saber que a menina era sua fã, promete voltar e vai ensinar a ela os primeiros acordes na guitarra, e tal fato, abre caminho para futuros encontros.

Na mesma semana tem uma longa conversa com Alencar, dizendo a ele que pretende ajudar na criação de Marcos e que ele diga como pode ser isso 23

24º CAPÍTULO = ATRAÇÕES INESPERADAS

Agora, Rivaldo quando estava na cidade, passa visitar a casa de Maristela, adorava ver seus filhos e acompanhar o crescimento delas, em uma dessas visitas, após fazerem uma boa caminhada, ao se despedir ele dá um beijo rápido de boa noite em Maristela. Na semana seguinte, o convite foi para irem a um lugar pouco frequentado para gozar de total privacidade onde pudessem jantar e dançar, e quando juntos dançando uma música bem lenta, Maristela aproxima seu rosto ao dele e este lhe dá um beijo, que é correspondido. Desse momento em diante, ambos sentem que estão se apaixonando. Procuram se conhecer melhor, e realmente passam a namorar, sem que as crianças saibam. O tempo passa, todos os filhos de Rivaldo já dominando os instrumentos e os vocais afinados, ele descobre uma maneira de convidar um a um e formaram uma banda que leva o nome de “FAMILIA OLIVEIRA” e quando a imprensa passa a divulgar esses músicos, questionam se são realmente parentes, e ouvem que são como irmãos pela facilidade que todos tem em se relacionar. Os anos passam, e todos os filhos de Rivaldo, agora adultos, preocupados apenas em se dedicar a música, eles já haviam terminado seus estudos, ao concluírem o ensino médio, e logo, seria o momento de ingressar na faculdade. Para não despertar suspeitas, Jeronimo reuniu todos os seus netos, eles imaginavam seria assuntos relativos a banda, mas, ele toma a dianteira e comunica a todos: _ Quando iniciei a formação desse grupo musical, abri, uma conta bancária para cada um de vocês, para que, quando estivessem completado o ensino médio e ter a idade exigida para prestar vestibular e adentrar no ensino superior, teriam condições financeiras para pagar os estudos, dessa forma, a partir de hoje, quando vocês tiverem passado no vestibular, me procurem ou também Mafalda ou Rivaldo para tomarem posse dessa verba. A alegria foi geral, e naquele mesmo ano, Moacir, passou cursar economia, Márcia, Filosofia, Marcos, Engenharia Civil, Monica, Pedagogia, Maira, Medicina, e Mauro entrou para um conservatório musical, pois, queria se tornar maestro Rivaldo, convocam uma coletiva de imprensa, e nela anunciam para o mês seguinte o casamento deles. No dia do evento, com toda a imprensa cobrindo o cerimonial, estão no altar os padrinhos de Rivaldo; Jeronimo, Moacir, Marcos e Mauro e de Maristela; Mafalda, Marcia, Monica e Maira, ao final, recebendo os cumprimentos Maristela ouve de sua agora sogra que ao seu ouvido e baixinho fala: _você está liberada, se e quando quiser, pode contar para seu marido o que lhe revelei. A banda ficou famosa quando lançaram uma música composta por Rivaldo com o nome de “Somos Todos Irmãos” e por muitos anos, a banda foi um sucesso mundial. nenhum nunca soube ser Rivaldo o pai biológico deles, e ele sempre dizia, Pai, é aquele que cria ou educa e que não tinha o direito de mudar isso, bastava era sua presença como empresário e amigo, para sentir-se feliz.

Maristela, esperou apenas para fazer um ano de seu casamento, para quando Rivaldo lhe perguntou se ela queria ter um filho dele, pode revelar que já tinha dois, e este embaraçado dia: _ Mas esses são de Onofre, e ela afirma com um largo sorriso: _Não meu amor, eu sei que são seus, sua mãe me contou, agradeço ao destino que fez você ser o doador nas inseminações que fiz.

Com lagrimas nos olhos de felicidade, se abraçam e se amam. 24

FIM – TITO CANCIAN