A Caverna Iluminada

James, um renomado escritor de suspense, estava de mudança para uma cidadezinha do interior, Saint Augustine. Ele mora com sua filha Anna. Ela tem dezessete anos e não estava muito satisfeita com a mudança por causa do colégio em que ela estudava e teria que se acostumar com uma nova rotina.

A casa que ambos iriam morar era muito bonita e charmosa. Tinha um jardim na frente e um quintal com árvores frutíferas. Anna ficou encantada com a casa, embora não pudesse expressar sua alegria por causa do colégio.

Eles estavam esperando Mary a moça que ele contratou para ajudar a cuidar da casa e principalmente arrumar a mudança. Ele foi até a cozinha fazer um café, eles já tinham almoçado na estrada.

Eis que chega Mary, era uma bela moça que parecia ser bem mais velha do que a sua filha. Ela trabalhava para custear os seus estudos. Muito simpática e quando viu toda aquela bagunça, logo se ofereceu para ajudar. Mas antes James lhe convidou para tomar um café. Ela sem jeito recusou, mas ele insistiu. E todos sentaram à mesa, ele fez questão que fosse assim. Passaram-se algumas horas e pediu que Mary o acompanhasse até o mercado para comprar o que fosse necessário.

Chegou a noite, o céu estava lindo, cheio de estrelas. Eles estavam exaustos. Mary foi pra cozinha e se ofereceu pra fazer o jantar. Ela ficava olhando pra ele como se o conhecesse. No que ele perguntou;- Algum problema? E ela respondeu: - O senhor é James Garner? Ele disse que sim. Ela sorriu e disse que já havia visto um de seus livros na livraria. Ele perguntou: - Você gosta de ler? Ela afirmou balançando a cabeça. E ele: - Que bom!

Todos se sentaram pra jantar. Ele mais uma vez a convidou para que se juntasse à eles. Ela aceitou. Depois ela lavou a louça e se despediu. Ela só voltaria no dia seguinte depois do almoço porque de manhã ela estudava.

A filha de James era muito estudiosa, talvez o novo colégio não fosse tão ruim assim. Depois das férias do meio do ano, costumavam entrar muito aluno novo, ela estava torcendo que pudesse fazer amizade logo.

Amanheceu, desceu as escadas com o coração na mão, estava muito ansiosa. O pai já havia preparado o café e os dois conversaram um pouco e saíram. A estrada que os levava para o colégio era muito bonita, ladeada de árvores.

Não ficava distante de casa, mas mesmo assim ele fez questão de levá-la no primeiro dia pra escola. Ele poderia fazer todos os dias se ela quisesse, ele estava trabalhando em um novo livro, mas seu horário era flexível. Ele sempre escrevia os seus livros para uma mesma editora. Era sempre um sucesso de vendas. Em seus livros tinha sempre uma foto dele, que deveria agradar muito ao público feminino.

No dia seguinte o pai a levou para o colégio e ela lhe disse que voltaria pra casa sozinha.

E isto aconteceu. No caminho ela resolveu pegar o que ela achou que fosse um atalho. Depois de alguns minutos ela passou ao lado do que mais parecia uma caverna. Parou e ficou observando, ficou com vontade de entrar. E se fosse perigoso? Será que era muito escura? Foi quando teve a ideia de deixar pra fazer isso no dia seguinte e convidar uma amiga pra entrar com ela. Ela então foi caminhando e avistou a estrada e resolveu pegar o mesmo caminho que fez com o pai dela.

Chegou em casa e não contou nada ao pai dela. Acho que ele não gostaria da ideia dela entrar naquela caverna. Almoçou e foi para o seu quarto. Fez os deveres de casa e estudou um pouco. Aquela caverna não saía de sua cabeça. Ficou com receio de conhecer por dentro. E se fosse uma caverna condenada? A noite chegou e ela sentou-se à mesa para jantar com seu pai. Ele lhe perguntou como foi o seu dia e ela lhe contou as novidades da nova escola. E o seu livro pai? Ele disse que estava tudo bem, que era uma história bem interessante com muito suspense. E que dessa vez ele mesclou com um pouco de terror, mas que ele lhe adiantou que não morria ninguém no final como era de se esperar de uma história de terror. O forte mesmo era o suspense.

Amanheceu e Anna não parava de pensar na caverna. Quando chegou na escola ela contou para sua nova amiga sobre a caverna..Ela disse que conhecia uma caverna a poucos quilômetros dali. E que achava que deveria ser a mesma, mas que não tinha conhecimento se alguém a conhecia por dentro. O sinal do colégio soou e já estava na hora de ir embora pra casa. Ela então chamou a nova amiga e juntas foram caminhando até chegarem na caverna. Sua amiga Helen estava um pouco apreensiva mas concordou em entrar. Ela tinha uma lanterna dentro da mochila, as duas entraram.

Não vamos caminhar muito, pode ser difícil para voltar. E de repente elas escutam um barulho e resolvem parar. Uma claridade surge do nada e elas ficam assustadas. O que será isso? Depois de alguns minutos elas ouvem um choro que parecia ser de uma criança. Anna perguntou em voz alta:

-Tem alguém aí? -Está precisando de ajuda? E o choro parou. As duas então resolveram sair da caverna, conseguiram achar logo a saída. Estavam muito assustadas! E se aquele choro fosse de alguma alma que estava perdida lá? Elas precisavam fazer alguma coisa pra ajudar. Chegando em casa, não contou nada para o pai. Ele só achou que ela demorou pra chegar em casa. Ela disse que estava junto com uma amiga e que elas paravam sempre pra admirar a paisagem.

No dia seguinte Anna resolveu perguntar para alguns alunos se eles conheciam a caverna perto da estrada. E um aluno disse que as pessoas comentavam que uma criança havia se perdido na caverna há vinte anos atrás. mas que nunca foi encontrada. Ninguém gostava de entrar lá, porque deveria ser amaldiçoada. Imediatamente ela contou o que soube pra Helen. E as ficaram conversando a esse respeito. Decidiram que voltariam lá só no dia seguinte, pois Anna gostaria de deixar alí um crucifixo. Queriam ajudar de alguma maneira. Foram pra casa e Anna não deixou que o pai percebesse que ela estava ansiosa. Chegou então o dia de entrarem na caverna.

Só não poderiam demorar muito para que o pai não desconfiasse. Estava tudo escuro apenas com a claridade da lanterna. Sentaram no chão e ficaram esperando ouvir alguma coisa. Depois de alguns minutos ouviram novamente o choro de uma criança, dessa vez mais baixinho. Anna pegou o crucifixo e deu alguns passos e uma luz apareceu no teto da caverna. Ela deixou o crucifixo no chão e o choro parou. Anna perguntou a Helen: - Será que a alma dessa criança está presa aqui? Escutou alguns barulhos e quando olharam para a parede da caverna, estava escrito: Obrigada! Anna disse: - Essa cidade é pequena. Será que alguém soube da nossa visita a caverna e escreveu isso? Resolveram ir embora.

Chegando em casa Anna decidiu que contaria tudo para o pai. E assim fez. Ele ficou espantado e disse: - Vocês correram perigo dentro dessa caverna. Poderia ter um homem com más intenções. Ele disse que no dia seguinte entraria na caverna com ela.

Ele levou Anna para a escola e disse que a buscaria. Quando eles chegaram na caverna, o silêncio imperava, nenhum ruído sequer. Ela o levou até a parede que estava a palavra escrita. Mas qual não foi a surpresa quando viu que a palavra tinha sido apagada. Foi então que lhe mostrou o lugar que tinha deixado o crucifixo. Mas ele também não estava lá. Nenhuma luz, nenhum ruído. O pai disse pra Anna que acreditava nela. Será que você não pensou que a palavra escrita pode ter um significado de libertação? Quem sabe o crucifixo foi o instrumento para essa libertação. Anna por um momento ficou satisfeita só de pensar que ela pode ter ajudado aquela suposta criança que desapareceu há vinte anos atrás. James disse:- Você me deu uma grande ideia! Vou escrever sobre a Caverna Iluminada! Não fique triste, você tinha um propósito quando entrou aqui. Sinta-se feliz porque sua presença não foi em vão. E Anna disse: -Obrigada pai por acreditar em mim. Quando eles saíram da caverna uma luz muito forte surgiu e eles olharam pra trás e viram a luz. O pai sorriu pra filha e disse;- Está tudo bem!

Katia Naegelle
Enviado por Katia Naegelle em 09/03/2023
Código do texto: T7736196
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.