MORTE LENTA

Hoje a saudade perguntou por você e fiquei sem palavras. Insistindo, questionou-me sobre como anda o seu sorriso, se você ainda joga o cabelo para trás naquele gesto lindo de sensualidade, quis saber a respeito do calor de sua voz, se ainda era tão doce como outrora e fez questão de indagar o quanto seu olhar continua dizendo tanta coisa e fazendo promessas como sempre foi do seu feitio.

Tentei ignorar a saudade, fiz de conta que não a escutava, procurei ler algum romance interessante, liguei a tv, procurei ouvir músicas, mas como? Ela não saía do meu pé um só momento, tirava minha atenção de qualquer outro objetivo que eu buscasse. E as músicas fizeram foi realçar a presença quase física dela e as tantas e inesquecíveis lembranças de tempos idos. Desliguei a televisão e saí do YouTube.

O dia inteiro a saudade me perturbou o sossego, não parava de atazanar meu juízo na ânsia de saber de você, por onde perambulava, se ainda pensava em mim e desejava voltar, ou se talvez me tivesse esquecido entregando-se a outros braços. Eu, claro, não tinha resposta para tudo que a saudade gostaria de saber, porque as indagações dela também eram as minhas.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 09/03/2023
Reeditado em 16/03/2023
Código do texto: T7736429
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