O GATO SEM BOTAS

Quando Chanim soube que seu primo, cujo nome ele não conseguia pronunciar por ser estranho e diferente, realizou a apologética proeza de, usando botas mágicas capazes de conduzi-lo a distâncias inimagináveis com uma simples passada equivalente a sete léguas, também por sua vez desejou ardentemente um par das tais botas miraculosas.

O primeiro e mais quase intransponível obstáculo foi descobrir onde o referido primo da apologia encontrou os pisantes de sete léguas. Não foi quase, na verdade, mas realmente intransponível. Por mais que ele entrasse em florestas encantadas, procurasse mágicos e indagasse a meio mundo onde descobrir a indumentária que fizeram o seu primo famoso no mundo inteiro, não chegou lá. Ou seja, botas de sete léguas só existiam na imaginação do criador do conto de fadas. Portanto Chanim não tinha nenhuma chance de ganhar a mesma fama mundial do pretenso primo.

Pensa que ele desistiu de realizar algo diferente para ser conhecido em todos os quadrantes? Nunca! Se havia um gato de botas admirado e reconhecido na literatura mundial e na arte cinematográfica, ele então se tornaria o gato tenor e cantaria árias e óperas ao redor da terra. Seria aplaudido e admirado, mimado e amado ao redor da Terra. O caminho a trilhar objetivando atingir essa meta sem dúvidas não era moleza, mas sonhador e cheio de vontade e devaneios Chanim percorreria todas as estradas e trilhas até o coroamento de seu anelo. Ocorre que os meandros de sua busca pelo sucesso se perderam nas brumas do tempo, nebulosa se tornou sua história, impossibilitando este desvalido escrivinhador de narrar o fim de sua saga. Infelizmente 😔

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 16/04/2023
Código do texto: T7765382
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