O DOCE ABRAÇO DA ESCURIDÃO

E eis que ele conseguiu, finalmente, olhar fundo nos olhos do abismo e ser igualmente olhado por ele em sua profunidade. Ao fazê-lo, ouviu o convite que tantas vezes lhe chegara à concha da alma, mas que ele nunca conseguira entender devidamente:

- Salta! Agora!

Não foi necessário repetir o chamado.

Sem titubear, projetou-se na escuridão e se fez um só com as trevas. E nelas não encontrou nem dor, nem medo e nem morte. Apenas uma sensação única de finalmente pertencer aonde sempre pertencera. De ser o que sempre fora, o que sempre desejara ser, mas jamais se permitira...

Alan Thanatos
Enviado por Alan Thanatos em 19/08/2018
Código do texto: T6423340
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