CADAFALSO

 

Sabe aquela sensação de sufocamento, como se o seu pescoço estivesse sendo apertado...apertado e, não conseguisse se livrar daquela situação ?

 

Era justo assim que eu me sentia. Cada célula do meu corpo fremia por Luiz, mas, tudo que eu recebia de volta, tinha frestas, ranço, acho mesmo que até, mofo. Sobras de amores passados, restos de beijos e muitas desculpas.

 

Manhãs de ...me atrasei...tardes de...tenho compromisso...noites de...dores de cabeça...e por aí vai.

 

Pergunto a mim mesma, todos os dias, porque aceito, os seus resíduos parcos de atenção e, me regozijo momentaneamente. Vibro cada nervo presente sob a minha pele, por instantes me sinto amada...ele parte sem palavras, para ele desnecessárias, só que pra mim, simplesmente deixaram de ser imprescindíveis, a verdade é dura, então, preferia esquecer que precisava dela.

 

O semestre passou e, muitas desculpas, viraram fumaça.. .como sombras que rondam mausoléus, deixando a imaginação flutuar pelas aléias marmorizadas.

 

Luiz sumiu de vez, o ar à minha volta ganhou aromas de flor, as manhãs eram mais claras, as tardes abriam as portas para noites suaves. Só que, por causa da falta que aquele frio 'amor' me faz, eu me flagelo em todas as madrugadas e, enfim consigo dormir.

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 02/09/2022
Reeditado em 28/09/2022
Código do texto: T7597012
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