Estação Manhattan

Brian Telfs todos os dias tomava aquele trem, era uma tortura , a raiva e a maldade cresciam dentro dele , essa rotina degenerava sua sanidade mental cada dia mais...

Qual era o sentido da sua vida afinal ? Esses e outros pensamentos sombrios o atormentavam constantemente, mais aquele trajeto da parada seis do metrô que conectava o Brooklin a Manhattan nunca o deixava de chocar, as pessoas que entravam simplesmente eram um tormento para ele.

Se tivesse aproveitado as oportunidades que teve de ter um futuro sonhado pelos seus pais talvez não estaria ali, e agora com trinta anos sabia que seu discernimento das coisas estava comprometido.

Brian Telfs caminhava cerca de oito quarteirões após descer da estação para chegar no serviço, um escritório contábil onde trabalhava á alguns anos. Naquele dia decidira acabar com tudo,e enquanto aquela chuva fina e gelada batia nas vitrines daquelas lojas finas ele olhava o reflexo distorcido e pálido do seu rosto e planejava o fim.

Lembrava muito bem dos abusos que sofrerá do seu padrasto quando tinha apenas seis anos de idade e de como sua mae não fez nada para protegê-lo. Após a morte daquele monstro a vida continuou como se essas coisas nunca tivessem acontecido.

Enquanto pensava estas coisas sentado na sua mesa de trabalho sua colega Diana o observava, para ela apesar de conhecê-lo á mais de cinco anos Brian Telfs não passava de um colega fechado que beirava antipatia, afinal nesse tempo todo quase não se falaram salvo algumas vezes , geralmente para resolver problemas rotineiros.

No trajeto de volta para casa a chuva estava ainda mais forte, para ele não fazia diferença, acabara de jogar seu laptop e alguns documentos de seu emprego no lixo. Brian sabia que não voltaria.

Ao descer no Brooklin caminhou algumas quadras , entrou num comércio saindo alguns minutos depois. Brian e sua mãe moravam num pequeno apartamento no subúrbio, depois que seu padrasto morrera sua mãe acabou ficando com ele.

A relação de Brian com sua mãe era estranha, quasse bizarra , as vezes não se falavam durante meses a fio, outras vezes conversavam cordialmente e noutras brigavam com palavras de baixo calão de forma violenta chegando a assustar seus vizinhos.

Suas diferenças eram profundas e graves e Brian nunca a perdoara por não telo protegido quando estava frágil e indefeso. Assim que entrou preparou a messa como fazia sempre, só que desta vez decidira jantar com sua mãe.

Clarisse Telfs achará estranho o convite do seu filho, afinal já não lembrava a última vez que sentará á mesa com ele, então aceitou.

Sentaram sem dizer uma palavra, o cheiro da comida era ótimo, o sabor era bom apesar de estar um pouco amargo no final, após alguns minutos Clarisse sentiu uma dor muito forte no estômago e sua cabeça começara a rodar ,os espasmos a paralizavam estava morrendo.

A última coisa que sua mãe viu foi um sorriso assustador e uma pequena lata de raticida na mão de seu filho.

Brian caminhou e abriu a janela da sala, o mal tempo já tinha passado e o céu estrelado estava lindo, sentia-se bem como nunca antes, caminhou para o vazio , finalmente estava livre.

Diego Tomasco
Enviado por Diego Tomasco em 10/10/2022
Código do texto: T7624662
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