O velho casarão

Existia no bairro da Boa Vista em Recife

considerada ser a Veneza brasileira

por ser uma cidade literalmente um metro abaixo

das águas do oceano atlântico

e, portanto bem perto onde residíamos

existia na esquina da rua um velho casarão

que pertencia a uma família de portugueses

que, segundo os vizinhos nunca tiveram filhos

mas, aparentemente não fora o caso

pois, depois de quase cinco anos dele ausentes

porque tinham lhe colocado a venda

e, logo em seguida para Portugal viajado,

finalmente essa propriedade fora vendida

para um casal onde o marido era médico

e a sua esposa da religião espírita

e tinha poderes mediúnicos além de ser uma vidente,

começou a ver um lindo menino

aparentando ter quatro ou cinco anos

que todas as noites corria pelo imenso corredor

desse realmente velho casarão

e, quando chegava de frente a porta do seu quarto

para ela sorria e corria até ao banheiro

que se encontrava paralelamente do quarto

onde ela e o seu marido médico na cama estavam deitados

e, por serem ainda relativamente jovens

não pensavam filhos terem, é claro,

pois só queriam ter uma família quando estivessem ricos

e, esse era o plano que tínham combinado.

E, encucada com aquelas frequentes visões

então finalmente decidiu isso pessoalmente investigar

e, em profunda meditação com umas amigas

que ela própria tinha convidado para serem testemunhas

ela teve uma visão que realmente lhe chocou

porque tinha acabado de ver o crime

cometido naquele bonito menino pela sua mãe

que, dentro da banheira quando lhe dava banho lhe matou

pois, propositalmente dentro dela soltou

um rádio que estava ligado e cujo fio descascado

automaticamente lhe eletrocutou

e, como se isso não bastasse

colocaram o seu corpo dentro de uma parede falsa

que se localizava no final desse corredor

exatamente de onde todas as noites o seu espírito saía

para ir brincar de correr como quando estava vivo provavelmente fazia.

Assustada chamou a polícia e contou

tudo que espiritualmente vinha ocorrendo

e, quando o delegado ordenou que a parede fosse quebrada

ali estava com a mesma roupa que ela lhe via e descreveu

só que, por ser o seu corpo não lhe sorria e apenas dormia

como se fosse um belo anjo, qual, ela lhe sepultou

e, em relação dos seus portugueses pais nunca foram encontrados, de fato,

apesar da polícia portuguesa vos terem inutilmente procurado

e, após o seu sepultamento o espírito desse lindo menino nunca mais retornou

e, dois anos depois ela concebeu e um belíssimo menino nasceu

parecidíssimo com ele segundo ela, é claro.

Silvio Parise
Enviado por Silvio Parise em 13/01/2023
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