O menino e o rio...

Aquele menino tinha os olhos fundos e tristes, seu humor era quase hostil, quando correra para o rio, daquele lugar bucolicamente alegre, era de manhã, e o menino, ainda tinha os olhos semi-cerrados, ele parecia chorar...seu avós o chamaram em vão..

Ele corria muito e chegara ao rio de forma calma, pois aquele era na verdade um grande conselheiro durante toda a sua vida, doze anos, de uma vidinha que hoje parecia desmoronar.ç

Ele balbuciava choroso que não queria que seu pai fosse embora, e molhava suas mãos no riacho que sempre amara, ele olhava em frente, e lembrava de quando tudo começou, suas primeiras visitas ao rio, com as mãos entrelaçadas a de seus pais e avós, os primeiros nados, e a alegria de viver atirando as pedrinhas dentro daquele forte amigo.

Ele não entendia a razão da partida de seu pai, e abaixou sua cabeça para chorar, ficou ali, assim durante meia hora, sem café, sem esperança, apenas ali, chorando as margens do riacho de sua infância, foi quando ouviu um barulho de quem sai de dentro da água, ele levantou sua cabeça lentamente, e viu seu pai, de terno e gravata emergindo das águas calmas...ele sorriu imediatamente e indagou...

Pai você vai ficar, que bom, eu sabia que algo maravilhoso fosse acontecer, porém seu pai estava seco e envolvido num luz azul, ele levantou-se e correu na direção daquele homem, que sorria e desaparecia com um olhar de paz...o menino gritou, e o rio ficou a sua frente firme, e impavidamente amigo....até seus anos mais longos, até o fim, de seu dias.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 11/04/2010
Código do texto: T2190126
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