Ana Banana e suas irmãs.

Ela nasceu num bananal, numa moita viçosa e seu cacho era tão grande que o umbigo chegava ao chão. Foi numa época de boas chuvas e Ana Banana e suas irmãs cresceram e engordaram rápido e logo suas irmãs mais velhas que estavam na parte de cima do cacho começaram a amarelar, não amarelar de medo, não, amarelar de maduras e logo apareceram pássaros, saguis e gambás para saborearem a doçura das bananas, atraídos pelo cheiro de maturidade. Então veio o lavrador com um facão enorme e vapt, cortou o cacho, que caiu no chão fofo e úmido forrado de folhas mortas e no baque algumas irmãs de Ana Banana despencaram do cacho, pois estavam bem maduras e lá ficaram espalhadas pelo chão para o deleite de vários animais. O lavrador cortou o umbigo do cacho e com dificuldade colocou nas costas e saiu pelo carreador, rumo a carroça puxada pelo Piau, seu fiel cavalo. O cacho foi colocado atrás na carroça junto com outros e o lavrador sentado no banco da frente da carroça, com as rédeas nas mãos incentivava o Piau a ir em frente falando com ele em "piauês". Lá no fundo da carroça Ana Banana e suas irmãs estavam curiosas para saberem onde iriam parar, pois conheciam seu destino que é de alimentar pessoas e animais. Chegando em casa o lavrador descarregou a carroça e dividiu o cacho em grandes pencas e guardou tudo na tulha, onde ficariam até o dia seguinte quando seriam levadas para a cidade para serem vendidas no mercado. Ao amanhecer as pencas foram colocadas em sacos de estopa e colocadas novamente na carroça e lá se foi o lavrador com seu amigo Piau pela estrada poeirenta, aos solavancos rumo ao mercado. Ana Banana e suas irmãs de penca iam conversando, curiosas para saberem quem iria compra-las e como seriam consumidas. Cada uma queria ser consumida de um jeito: a Ana Banana queria ser consumida in natura, pois achava mais saudavel, a Bananete queria virar uma deliciosa bananada e a Bananélia queria ser transformada num bolo fofo de banana.A Bananércia queria ser empanada e frita e Bananalva sonhava virar banana-passa, pois achava muito chique e a Bananusa queria ser comida cozida com açucar e canela. A Bananica que era a menorzinha de todas queria ser amassada com açucar e aveia e a Bananésia queria virar deliciosas balas de banana. Por fim falou a Bananilza dizendo que gostaria de enriquecer uma bela salada de frutas e a Bananice queria ser batida com aveia e mel. Convenhamos, todas as opções deliciosas, não? Chegaram enfim ao mercado e foram logo negociadas por bom preço, pois tavam bem granadas e com muita boa aparência e Ana Banana e suas irmãs com sua parentela foram colocadas em bancas, bem arrumadinhas, no setor de horti-fruti do mercado e o lavrador foi embora feliz da vida pela recompensa do seu trabalho. E lá no mercado logo começou a aparecer os fregueses que olhavam e apalpavam as bananas para verem se estavam no ponto prá consumir e quando apalpavam, as bananas davam risadinhas, pois sentiam cócegas, mas ninguém ouvia pois elas riam em "bananês". Aos poucos as pencas foram vendidas, eram colocadas em sacos de plástico transparentes para ser pesado no caixa. Ana Banana e suas irmãs foram as primeiras a serem vendidas pois a penca delas era bem bonita. Graúda! No final do dia só restavam na banca algumas bananas soltas e amassadas e uma penca miúda e verde que foram jogadas num grande tambor de plástico junto com restos de outras frutas e verduras destinados aos criadores de porcos. E assim terminou a saga de Ana Banana e suas irmãs, cumpriram a missão, alimentaram homens e animais, nada foi desperdiçado, tudo foi transformado em nutrientes.

Viva as bananas!

Madaja Dibithi
Enviado por Madaja Dibithi em 04/06/2010
Código do texto: T2299147
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.