Nestor, o Boizinho

          Era uma vez um lugar onde o céu sempre acordava azul. Lá borboletas coloridas brincavam entre as flores. Os passarinhos sempre estavam alegres e cantavam sob o sol da manhã.

          Plena estação das flores e Nestor, um boizinho muito sonhador, respiravam bem devagar para sorver a beleza e paz que chegara junto com aquele amanhecer.

          A fazenda era pequenina, mas, comportava um grande e belo lago e também vários animais, felizes a se esticar sob o calor.

          Era mesmo um animalzinho diferente, pois, desde que nascera, mugia tentando imitar a melodia dos pássaros.

          Um dia, ele teve a idéia de voar. Então, com grande entusiasmo, subiu numa pedra, cantarolando posicionou-se abrindo as patas dianteiras e, ....plaft! Estrondou no chão. Caiu sobre uma rãzinha que aproveitava o sol da manhã à beira da lagoa. 

          Alguns animais que estavam por ali riram e disseram-lhe que boi não fora feito para voar. A rãzinha, porém, teve pena do pobre, embora, quase tivesse sido esmagada.E olhou-o enternecida, enquanto, cabisbaixo, triste pela tentativa frustrada, ele nem se quer olhou para os lados e afastou-se.

          Já estava cansado de tanto andar quando percebeu que a noite tinha descido. Decidiu descansar um pouco e acabou adormecendo debaixo de uma frondosa árvore. Era um bom lugar! Pensara se recostando. 

          A noite estava linda. Muitas estrelas brilhavam no céu e como uma mágica, eis que um cavalo alado visitou os sonhos do adormecido bichinho. Disse-lhe que se ele sonhasse com toda vontade do seu coração a estrelinha do desejo lhe concederia tornar esse sonho real.

          Quando ele despertou pela manhã seguinte, levou um susto ao ver que uma linda bezerrinha o olhava carinhosamente. 

          Tímidos, inebriaram-se e sentiram um pelo outro uma profunda ternura.

          O momento romântico, porém, não durou muito tempo. O então enamorado Nestor percebeu não ser o único a se encantar pela princesinha berreza.

          Furacão era um bezerro bem maior. Marrom com manchas pretas instigava maldade à medida que aprofundava seu olhar. Tinha recebido esse nome por destruir tudo por onde passava.

          Tão logo que o bicho bravo viu que o casal se olhava com ternura, encheu-se de raiva e partiu em disparada na direção do rival, na intenção, é claro, de derrubá-lo num despenhadeiro, há poucos passos de onde se encontravam.

          Encurralado, o amedrontado Nestor não tinha para onde fugir. Em total estado de pavor, veio lhe à lembrança o cavalo alado, o do sonho que tivera durante a noite. 

          Só me resta desejar forte, pensou. E como não tinha nenhuma outra alternativa,fechou seus olhos e concentrou seus pensamentos no grande anseio que tinha de voar. Desejou muito, mas, muito mesmo poder voar. Teve esperança de que a estrela dos desejos o atendesse. Ou voava agora ou voaria barranco abaixo empurrado pelo monstro que se aproximava a todo vapor.

          Furacão se aproximava rápido demais. Nestor não teve saída a não ser, correr e se lançar no precipício antes que seu inimigo o atingisse em cheio. 

          Quando saltou pensou ser aquele seu fim, mas, sentiu uma leveza em seu coração. E grande foi a surpresa, não é que ele flutuou! Flutuou como um pássaro, um grande e desajeitado pássaro em seu primeiro vôo. O importante da história é que deu certo. Estava livre daquele terrível ataque.

          O brigão, que não tinha a habilidade de voar, despencou ribanceira abaixo e sem poder subir de volta, não incomodou mais ninguém. Seguiu seu caminho em direção ao curral. Vez ou outra olhava para trás e ia, sem entender nada.

          Nestor e Margarida, respiraram aliviados. Sorriram um para o outro e finalmente tranqüilos puderam desfrutar da harmonia daquele lindo lugar, naquela manhã quentinha de sol. Vez ou outra ele se perguntava como poderia ter acontecido de ele, sendo um boi, conseguir flutuar. Em seguida repousava seus pensamentos, para não dar nenhum lado para a falta de crença.




                                                  





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AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 23/07/2010
Reeditado em 17/08/2012
Código do texto: T2395957
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