O limoeiro e o cão.

Era uma vez uma escolinha muito pequena localizada numa rua sem calçamento, com esgoto a céu aberto, sem a ponte de acesso, onde todos tinham que se equilibrar sobre uma tábua colocada pela comunidade do bairro sobre o riacho para que as criancinhas pudessem chegar à escola.

Tudo na escola era aproveitado. O material escolar, o pátio do recreio etc.. Mais o lanche era o mais esperado por todos. Principalmente quando era limonada (quase sempre era limonada) com biscoito.

No muro dos fundos da escolinha, havia um grande pé de limoeiros, alto, com suas folhas verdinhas e cheirosas, apesar dos espinhos pontiagudos. E o melhor de tudo, recheado de limõezinhos no ponto de ser saboreado.

Quase todas as crianças da escola adorava a limonada que a dona Gertudes fazia com seus frutos colhidos fresquinhos no pé. As mães ainda chegavam a levar para casa, sacolas cheinhas de limão do limoeiro que não parava de botar o ano todo.

Certo dia, para surpresa e tristeza de todos amanheceu dormindo bem em baixo do limoeiro, tutu, um cachorro vira – lata, peludo, malhado em branco e preto, forte e de latido amedrontador. Nem mesmo o vigia da escola se atrevia a mexer com ele.

Todos ficaram desapontados, não era possível se aproximar do limoeiro para retira o fruto e fazer a deliciosa limonada. A fera estava sempre deitada por lá. Desconfiado de que sempre tinha alguém disposto a invadir seu território, sombrio, frio e aconchegante.

Depois de vários dias sem limonada, os alunos, os professores, os funcionários e o diretor todos ansiosos por tomar uma saborosa e gelada limonada naquele dia de extremo calor puseram-se a perguntar:

- O que vamos fazer para afastar tutu de lá?!

Pedrinho que tinha em casa um cãozinho muito esperto chamado Didi, teve a idéia.

- Professora que tal se agente construir uma casinha de madeira para o tutu, só assim ele vai sair de debaixo do limoeiro. Ele mora lá por não ter casa para morar.

Deu certo tutu foi para sua casinha nova e todos voltaram a tomar a gelada limonada de dona Gertudes.

David Bandian
Enviado por David Bandian em 27/10/2010
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