Daniel na Cova dos Dobermanns

O orgulho da família era Daniel, um menino de doze anos de idade que possuía qualidades raras. Mais maduro que a maioria dos meninos da sua idade, sempre prestativo, muito inteligente, tinha uma alimentação saudável, e ao contrário dos garotos, não gostava de jogos eletrônicos, ler era sua maior diversão. Todas as noites, orava, agradecendo pelas bênçãos que recebia a cada dia.

Como sua família não tinha posses, estudava em uma escola pública do bairro simples em que morava, com suas altíssimas notas e dedicação conseguiu um prêmio cobiçado por muitos, ficou em primeiro lugar numa olimpíada de conhecimentos, promovida por instituições privadas, e de grande notoriedade na região. Ganhou então uma bolsa para estudar em uma escola particular conceituada na cidade. Não queria deixar sua antiga escola e a amizade que tinha por todos, mas ouviu o conselho da família, que a mudança seria bem melhor para seu futuro, e o pedido especial da mãe, para que não mudasse em nada o seu caráter, somente adquirisse mais conhecimento.

Já fazia dois anos que estava estudando na nova escola, tinha ganhado o respeito dos professores e a amizade sincera do diretor, Nabucodonosor, que via em Daniel um futuro promissor e exemplo para os demais alunos. Infelizmente tinha alguns garotos que não aceitaram a entrada de Daniel na escola, e passaram a lhe fazer constantes ameaças. Daniel ignorava o bullying e seguia seus estudos de forma séria e solitária.

Numa manhã de domingo, após os jogos da escola, os alunos que sentiam inveja de Daniel o seguiram e quando se viram a sós em frente a uma oficina mecânica, onde quatro dobermanns faziam a segurança, cercaram-no, e o obrigaram a pular o muro e entrar na oficina, depois fugiram, deixando o adolescente entregue às quatro feras, sozinho.

A mãe de Daniel procurou o diretor, desesperada com o sumiço do filho, contou-lhe que mesmo que Daniel nunca reclamasse, sentia que ele vinha sofrendo ameaças dos colegas da escola.

Depois de interrogados, os meninos confessaram onde o haviam deixado. Quando a mãe de Daniel e o diretor chegaram à oficina, viram uma cena única, Daniel estava sentado em companhia dos cães e não tinha nem um arranhão. Contou à mãe que se lembrou da passagem bíblica que ela adorava e por isso lhe dera o nome de Daniel, sabia que seu anjo o ajudaria e que os cães não lhe fariam mal algum. Pediu ao diretor que não punisse os outros meninos, queria que este final fosse diferente da passagem bíblica. Assim prosseguiu seus estudos e ganhou a admiração de todos os alunos da escola.

Conto escrito por mim e criado por Henrique, meu filho de nove anos, após a leitura de “Histórias da Bíblia – Daniel” editora Ática.

Lilia Costa
Enviado por Lilia Costa em 04/09/2011
Código do texto: T3200466