A passarinha parecida com a Carol.

Dia de chuva era um dia que não se tinha nada para fazer, resolvi então visitar minha vovó. Ela era muito legal fazia bolinhos de chuva e convidava meus amigos para ver filmes. Entre eles havia uma menina que se chamava Carol, ela era descendente de japonês e gostava muito dela, tinha os olhos puxadinhos e a boquinha com lábios carnudos e vermelhinhos fazendo biquinho.

Nesse dia a Carol trouxe um filhote de andorinha que achou no jardim, talvez tenha caído do ninho, era tão bonitinha parecida com a Carol. Fomos alimentar e dar água para a andorinha. Sem saber exatamente o que dar para ela comer pegamos um pouquinho de farinha-de-rosca feita de pão duro e água, colocamos em potes e deixamos perto dela. Mesmo com tanto cuidado ela morreu, ficamos muito tristes, minha vovó disse que talvez fosse porque a farinha inchou no papinho dela com a água e a sufocou.

Minha avó falou “não fiquem tristes, vocês não sabiam, vamos fazer o enterro da andorinha”. Colocamos a passarinha filhote em uma caixinha de fósforo e cavamos uma covinha no jardim enterramos e fizemos uma cruzinha de palitos amarrados com linha de costura, pegamos algumas florzinhas despetaladas e jogamos por cima da covinha, demos as mãos e oramos o Pai Nosso tudo isso com ajuda de minha avó, a Carol ficou tão triste que desceram lágrimas dos olhinhos dela.

Voltamos para dentro de casa, minha vovó fez bolinhos de chuva deliciosos passados em uma mistura de açúcar e pó-de-canela e colocou o filme para que assistíssemos, enquanto víamos o filme saboreávamos os bolinhos, por coincidência a história era sobre uma passarinha parecida com a Carol, só que essa do filme teve o final muito feliz, casou-se com o amigo dela que a salvava de todos os perigos. Bem que eu podia casar com a Carol. Carlos e Carolina felizes para sempre, até o nome combina... he he.