(Imagem Google)


Que essa criança que existe em nosso interior esteja sempre
presente em nossas vidas para nos mostrar que
tudo se resolve com amor e simplicidade!
Feliz Dia das Crianças! 



Coração de Criança


 
Era uma vez... uma menininha sonhadora, chamada Ludmila, que adorava a natureza e tudo que se movia dentro dela, fosse de duas ou quatro patas, de pelos, plumas ou asas. Ela sonhava e falava com os animaizinhos e eles respondiam, cada qual na sua língua estranha.
Em uma de suas andanças pela floresta, encontrou um leãozinho perdido, faminto, chorando pela falta da sua mãezinha. Muito comovida com a dor do pequeno animalzinho, Ludmila o tomou no colo e andou por toda a floresta em busca da mamãe leoa mas não a encontrou. O leãozinho estava inconsolável e chorava de frio e fome.
Então, Ludmila, num gesto maternal, aconchegou o leãozinho em seu colo e decidiu adotá-lo, levando-o para casa.
Sua mãe ficou preocupada com a surpresa que se encontrava nos braços da filha mas resolveu alimentar o animalzinho bebê, que tinha os olhinhos mais lindos do mundo.
E ele era faminto, muito faminto, tomou todo o leite da tigelinha e depois, com a barriguinha estufadinha, estendeu-se no tapete e resolveu tirar um cochilo de tão satisfeito.
Ludmila começou a pensar em um nome para a criaturinha, que mais parecia um gatinho indefeso, de tão dócil. Pensou, pensou, e então chegou a conclusão: o nome dele seria “honey”, ao que sua mãe indagou: honey, filha? Por que escolheu esse nome?
Ludmila respondeu: porque ele é tão meigo e doce!!! vou cuidar dele com todo carinho.
Sua mãe já estava sentindo a gravidade da situação e prevendo um sofrimento maior no futuro porque sabia que o animalzinho iria crescer e em sua fase adulta não se adaptaria ao ambiente humano, mesmo porque as origens falariam mais alto e isso acarretaria muitos problemas para ambos.

E assim aconteceu, o animalzinho cresceu, continuou muito dócil e querido por todos da casa mas ele sentia falta de seu habitat, de sua mãe e seus irmãos felinos.
Suas brincadeiras já exigiam um certo cuidado porque suas patas eram imensas e pesadas, continuava um babão mas tinha uma presas afiadas e toda atenção era pouca, principalmente em se tratando de pessoas com as quais não tinham convivência.
Honey tinha muito espaço na casa, um jardim grande e bonito e vivia solto mas era algo de preocupação para a vizinhança que temia pelas próprias vidas, a de seus filhos e de seus animaizinhos de estimação.
Mas Ludmila não o via assim, ele era o seu bebê gigante, e não queria se separar dele.
Honey, porém, começou a ficar triste, já não se alimentava direito, vivia quietinho em seu cantinho e não achava graça nas brincadeiras em família, nem mesmo nos brinquedinhos que sempre ganhava. O veterinário da família foi consultado e Honey, em sua linguagem interior, física, demonstrava que queria liberdade, e às vezes lágrimas escorriam dos seus olhinhos denotando que ele sentia muito mas que precisava tomar seu rumo. Ele queria ser mais feliz, constituir família...já era adulto! 
E ele conseguiu falar isso ao coração de Ludmila que chorou muito mas aceitou e respeitou a sua decisão de ir embora, para uma terra distante, um lar próprio, e que também seria possível que nunca mais se reencontrassem.

E assim aconteceu....
Honey foi levado para um zoológico distante onde vive até hoje, agora mais responsável e feliz, pois tem uma família grande e muito bonita.
Ludmila? Sim, ela o visita de vez em quando para matar a saudade e verificar se a família está bem.
Quando seus olhos se cruzam...é puro amor!
Honey ruge, como se estivesse dizendo: Olá minha, amiga...eu também te amo!!!!

Sonho ou realidade? O que importa?  Para o coração de uma criança tudo é possível!!!!

 
Música: http://youtu.be/-2klPS7toWU
Trilha do filme Rei Leão - O Ciclo Da Vida (Versão Brasileira)




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