ANUÁRIO DE HELOÍSA
 
O SUPERMIMOSO
 
          Um ano tinha se passado, talvez tudo tivesse mudado, quase tudo ou quem sabe, nada tinha mudado, mas esta resposta só se sabia com a chegada de Heloísa em um momento de sua vida e este momento estava para acontecer neste ano.
          Quais seriam as mudanças, novas manias, novas histórias, novos desafios, uma Heloísa diferente, talvez, mas, se tratando da “Menina da Chupeta Cor de Rosa” isso seria uma parábola furada, quem conhece essa pequena miúda sabe muito bem do que estou falando.
          Como sempre ela chega com um sorriso largo, sua roupa colorida, diferente, pois Heloísa é Heloísa, ninguém a copia, um olhar fixo e definido, mas nas mãos sua mania de antes, mesmo tentando esconder, não se engane que é por vergonha ou outro motivo.
          A brincadeira é apenas para que depois de se aproximar bem de você erguer seu pequeno braço e em sua mão ainda fechada lhe mostrar uma nova chupeta rosa, isso mesmo rosa, daquelas que chama atenção e ainda com um paninho alvo amarrado em sua extremidade.
          Pronto, um novo capítulo será iniciado, mas lembre-se, a protagonista dessa história é apenas uma menina, pois tudo a sua volta se torna coadjuvante, ninguém agora tem poder de tirar o estrelato da Menina da Chupeta Cor de Rosa, não pense que é por arrogância, prepotência, estrelato, capricho, etc., é por que ela consegue com sua simplicidade e meiguice roubar a cena daquele momento da história e nada mais.
          Lolly puxa a conversa, isso mesmo LOLLY, agora tinha um apelido, não pense que alguém o colocou isso foi um pedido seu, um apelido que quase não se via nas escolas com meninas de sua idade.
          Era coisa de Heloísa, nada anormal para quem queria ser e era diferente, tinha opinião, questionava determinações e como sempre depois de argumentos simplesmente convincentes, prevalecia facilmente sua decisão.
     - Quero te falar de meu Super-herói, eu tenho um sabia – Disse Heloísa, assim na bucha, sem piscar.
     - Um Super-herói, você tem um, me fale sobre ele. – Disse, portanto querendo descobrir quem era esse personagem de histórias em quadrinhos que tinha conquistado a Menina da Chupeta Cor de Rosa.
     - É o Supermimoso, ele chega lá em casa disfarçado todos os dias, mas depois eu descubro seu segredo. – Disse a pequena Heloísa expandindo ainda mais seu belo sorriso.
     - Que legal, e como você descobriu o segredo desse Super-herói. – Disse despretensioso querendo conhecer melhor seu Super-herói.
     - Ela mora lá em casa uai, então eu descobri tudo sobre ele. – Disse Heloísa ainda sorrindo, sua marca pessoal.
     - O que seu Super-herói faz, combate o crime, é forte, voa, é veloz, como ele é. – Tento descobrir mais sobre esse novo Super-herói.
     - Ele é um Super-herói uai, não sabe o que é um não. – Disse Heloísa com firmeza.
     - Sei o que é, queria apenas saber de suas habilidades, mas deixa pra lá, vamos saber mais sobre o Supermimoso, o que ele faz. – Disse não querendo forçar um debate, perderia é claro e isso não seria bom.
     - Ele chega lá em casa quando tá ficando de noite vem todo sujo de carvão, fica quase pretinho, mas dá pra vê os olhos, fica disfarçado assim, mas depois que toma banho eu descubro quem é. – Disse Heloísa com conhecimento pleno do disfarce de seu Super-herói.
     - Então você sabe sua identidade secreta, que bom, então diga quem é esse Super-herói, revela sua verdadeira Identidade. – Disse convicto de sua revelação.
     - Ele é meu Super-herói uai, não já falei, não entendeu, ele vem todo sujo de carvão e depois toma banho, ai vai brincar comigo, me faz cócegas, me faz dormir, é meu amigo, me protege dos perigos, dos bichos, de tudo uai. – Diz Heloísa com um olhar agora mais sério.
     - Ah, entendi, então ele vai lá só para brincar com você, te fazer dormir e te proteger dos bichos, só isso. – Disse querendo dizer que entendi tudo.
     - É só isso, não tá bom, queria que ele fizesse o quê. – Diz Heloísa enquanto coloca a chupeta rosa em sua boca e enrola o paninho amarrado na extremidade em seu braço direito.
     - Nada, é que eu pensei que ele fazia outras coisas, saia por ai combatendo o crime, voando ou andando num carro veloz, cheio de luzes, essas coisas assim. -Disse calmo não esperando uma explicação.
     - O Supermimoso é meu super-herói, ele não faz essas coisas não, tá pensando o quê, ele tem que cuidar de mim, mas ele tem carro, uma caminhonete, ela tem uma estrela do Botafogo no vidro, meu time sabia, sou botafoguense. – Diz Heloísa com orgulho de seu time.
     - Além dessa novidade de seu Super-herói, tem mais o que lá em sua casa. – Disse tentando provocar outros assuntos.
     - Agora tenho uma gata que eu coloquei nome dela de Sofia, também tem minha outra cachorrinha a chamo de bebê. – Diz Heloísa contando sobre seus novos amiguinhos.
     - Que legal, mas como eles sobrevivem com o Seedorf e sua cobra, eles não são ferozes, não brigar com seu gato e sua cachorrinha. – Disse relembrando de seus outros animais.
     - Meus bichinhos não brigam o Supermimoso não deixa que briguem, pra isso que tenho meu Super-herói entendeu, você não tem nenhum? – Diz Heloísa querendo saber de minhas amizades com super-heróis.
     - Não, não tenho nem um amigo super-herói, já pensei em fazer amizade com Super-homem, Homem-Aranha, mas não sei como fazer isso. – Disse querendo saber de sua opinião.
     - Você só tem que esperar ele tomar banho, depois você sabe quem é ele entendeu, fica esperando, quando ele sair do banho você fica sabendo. – Disse Heloísa explicando como descobriu seu super-herói, o Supermimoso.
     - Tudo bem, agora sei como é o truque, vou descobrir o  do meu super-herói e depois eu te falo. – Disse me despendido de Heloísa.
     - Quando eu voltar lá da casa de meus avós, tá bom, vamos lá pra casa do vovô Chaves e da vovó Lucila, eu e meu irmão Dudu, só volto depois tá. – Disse Heloísa enquanto olhava para trás segurando seu pano amarrado na extremidade de sua chupeta cor de rosa deixando o ultimo sorriso de o dia tomar conta daquele ambiente.
Léo Pajeú Léo Bargom Leonires
Enviado por Léo Pajeú Léo Bargom Leonires em 18/02/2014
Reeditado em 21/02/2014
Código do texto: T4696098
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