A transformação (para crianças)

Ela percorria aqueles corredores frios e enigmáticos duas vezes por dia, olhava cada canto, cada ranhura na parede e não encontrava a saída.

Tudo havia começado há uma semana, Luciana estava no jardim , sentada na relva olhando as formigas que carregavam pequenos pedaços de folhas, seu vestido estava úmido da grama molhada.

Uma coisa chamou-lhe a atenção, o barulho do pequeno córrego que corria ao lado havia desaparecido, era como se ele nunca tivesse existido.

Aproximou-se lentamente e olhou para o córrego onde via o fundo seco.

Estranho ... secar assim de repente.Quando ela chegou de manhã tinha água correndo...

Luciana foi subindo margeando o caminho do córrego, esperando encontrar uma explicação, para o acontecimento.

Avistou uma pequena casa que ficava próximo de onde ela estava e que parecia estar abandonada , dado o estado precário em que se encontrava.

Chegou mais perto, abriu o portão e entrou, deu quatro batidas na porta e ela lentamente foi-se abrindo.

Na sala estava um homem muito bonito cabelos castanhos, olhos verdes

e pele alva, virou-se para Luciana e indicou-lhe uma poltrona vermelha convidando-lhe para sentar.

Aproximou-se com uma taça vermelha nas mãos e ofereceu a Luciana.

Ela parecia enebriada pela cor da taça e da bebida doce, tomou um gole e foi quando tudo mudou.

A sala tornou-se imensa, seus olhos já não visualizavam todo o espaço, suas mãos eram mais frágeis do que se apresentavam e só pensava no doce da bebida doce que engolira. Sentia-se estranha, fragilmente estranha.

Seu gentil cavalheiro, a olhava mas ela não entendia mais seu rosto parecia um grande e tenebroso inseto, sim era isso um inseto.

Luciana olhou por toda sala a procura de um espelho, e por fim encontrou um que estivesse à sua altura e quando aproximou-se do espelho gigante, soltou um grito de pavor!!

Seus cabelos haviam se transformado em dois pequenos tentáculos, e seu corpo finamente redesenhado como se fosse uma, uma não podia ser uma ............ formiga!

Sim, uma formiga daquelas que ela vira no jardim carregando as folhas.

Até hoje ela procura um espaço para fugir daquela sala, mas não consegue passa todos dias a lamber os respingos doces da bebida vermelha.

"Não aceite nada de estranhos, não sabe em que pode se transformar"

Joaquina Affonso
Enviado por Joaquina Affonso em 31/01/2015
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