O vento mau

A historinha que lhes vou contar hoje, aconteceu comigo alguns anos atrás, quando criança gostava muito de fazer caretas várias, minha mãe um pouco apreensiva com o que os outros iriam pensar, se colocava logo a me corrigir, mas não sabia como, então, me dizia, olha menino! Existe um vento mau que entorta para sempre a boca das pessoas que fazem careta, aquilo me deixou inquieto e um tanto amedrontado no momento, contudo pensei que fosse por isso que havia umas velhas que falavam com dificuldade com suas bocas tortas, pensava que aquilo era devido ao “vento mau”, fiquei divagando em meu mundo, pensava, um vento mau que só esperava as velhas senhoras fazerem caretas para entortar suas bocas enrugadas para sempre! Aquilo me divertiu muito. Logo, com espírito investigador que eu tenho, quis contar minha aventura a minha prima, que confirmou toda a estória da minha mãe, disse-me que já havia conhecido diversas pessoas que tinham sido vítimas do tal vento mau, e me advertiu que nem precisava fazer caretas, que a mãe dela havia contado que o tal vento entortava mãos e pés, de qualquer pessoa e que por isso haviam aleijados, eu escutava tudo catatônico, como poderia haver um vento mau e sem punição e pior ninguém podia vê-lo e ninguém quereria senti-lo, à noite, quando já estava recolhido escutava na janela da casa aquele barulho que sibilava, então soava de medo daquele algoz que me perseguia, Meu Deus! E agora? Como saber se este vento é maligno ou benigno? No meio da noite chamei a minha mãe até meu quarto, ela estava cansada e queria repor suas energias para um novo dia de trabalho, mas eu rogava sua presença para espantar o medo, então lhe expliquei o que me amedrontava, ela enfim se explicou, e disse que dissera aquilo unicamente para as crianças levadas deixarem de fazer caretas! Ufa! Que bom! Naquele dia me dei conta que os adultos apesar de nos dizerem que não devemos mentir também mentiam, deixei-me, como diz um amigo, cair nos braços de Morfeu. Fim

J Carlos
Enviado por J Carlos em 28/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
Código do texto: T5526003
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