Eu, minha família e as memórias da minha comunidade
_Nós seres humanos somos seres sociais, ou seja, temos a necessidade de viver em grupo. _ Afirmou Meirinho _ Por isso, meu filho, em 1944 quando os Senhores Hermenegildo e José Manoel de Abreu derrubaram o cerrado que aqui existia para construir suas próprias casas, outras pessoas também veio construir outras casas e morar aqui, dando origem ao Povoado Rasinho, a comunidade onde moramos.
_ Pai, então, essas pessoas construíram grupos de convívios: famílias, vizinhanças, escolas e associações comunitárias, como disse a professora na escola! E esse convívio é importante por que as pessoas compartilham experiências que formam histórias, e elas podem transformar o local, a comunidade, a vida de povos nações. _ disse Luidi _Mas, pai, o senhor já morava aqui nessa época, que sabe disso tudo?
Merinho riu, pois não podia acreditar que seu filho acreditasse que ele fosse tão velho, e respondeu:
_ Não, não! Eu conheço esses fatos históricos porque fazem parte das memórias das pessoas mais velhas. E embora aqui não existam historiadores, antropólogos ou paleontólogos, temos vestígios guardados pelas famílias locais como: objetos, textos, fotos, pinturas, filmes, depoimentos, gravações e vários outros registros, que contam esses acontecimentos. Afinal de contas, meu filho, eu ainda sou jovem não posso ter vivenciado tudo isso.
_Ah! Isso faz parte da história do nosso lugar. E eu aprendi na escola que a história é a ciência que estuda o passado para explicar o presente.
_Exatamente! Nós fazemos a nossa própria história, e juntos construímos a história do nosso lugar. Quando estudamos essa história conhecemos as mudanças e permanências nas formas de organização política, econômica, social e cultural ao longo do tempo.
Nesse momento Maria Rita interrompeu:
_ Luidi! Vá estudar! Amanhã tem prova de história e você perdeu dois dias de aula essa semana.
_ Mãe, já estou estudando! Mas, agora vou parar por noventa minutos, para assistir o jogo do flamengo com o meu pai.