AVENTURAS DE UMA SEMENTINHA

Era uma manhã daquelas em que o vento sem nada para fazer, sai fazendo estripulia, em menos de um minuto a sementinha foi arrancada da mãe e dos irmãos, sem pernas para andar nem asas para voar, a sementinha ficou ali sozinha.

Quando passou um passarinho a sementinha se encolheu de medo de ser engolida, muito triste ao ver a alegria do passarinho comendo sementes, - Mas com tantas sementes ele não iria querer uma sementinha amedrontada. Pensou.

- Ah! Se eu tivesse asas para voar, voltaria correndo para o abrigo da mamãe. Duas lágrimas caíram dos olhinhos tristes da sementinha.

- o que vai acontecer comigo, uma pobre e indefesa sementinha e tudo culpa do vento atrevido- Perguntou-se tremendo de medo.

À noite a chuva caiu tão forte lavando o chão e carregando tudo para o rio que corria a poucos metros. A sementinha foi levada e boiava na valente correnteza.

O medo aumentava, o rio engrossava, roncava tão alto que assustava até as cobras enroladas em cipó.

Com o embalo das águas a sementinha afundou, mas adiante retornou à superfície, o medo da sementinha era que afundasse e ficasse presa para sempre no fundo do rio.

Suspirando aliviada, fechou os olhinhos e deixou-se levar pela correnteza como fosse embalada por um sonho.

A noite, a sementinha tremia de medo do escuro, agarrou-se a um graveto que descia na correnteza. Ah! Se eu pudesse ter a minha mãezinha e os meus irmãos protegida pela natureza. Assim a sementinha adormeceu.

Quando o dia clareou o rio parecia fascinado com os raios de Sol, tudo iluminava, as águas dormiam o rio corria calminho, peixes apareciam dando cambalhota, passarinhos cantavam com alegria, a sementinha continuava triste .

Não se sabe quantos dias ou semanas, a chuva parou o rio se estreitou o graveto em que a sementinha se agarrou ficou pelo caminho. A sementinha pensou: Seria o seu fim, tentou se mover, passavam dias, chegavam as noites, o medo e a certeza que não sairia mais dali deixava a sementinha apavorada.

Um dia acordou com algo estranho, brotava dela duas folhinhas envergonhadas, era agora uma sementinha prestes a se tornar uma planta mãe.

A luz do Sol engrossava as suas raízes, nas noites o sereno alimentava deixando-a forte e com saúde,

O tempo passou a sementinha cresceu se tornou uma linda planta. Hoje exibe orgulhosamente os seus primeiros filhos, as novas sementinhas.

Um dia contaria aos seus filhotes as aventuras da sua vida até se tornar uma planta mãe.