Medo de mariposas

Alexa, cravando um olhar zangado no primo, pergunta se ela não tem medo de mariposas grandes. Então, numa resposta negativa dele dá de ombros, repentinamente.

— Não te entendo! — fala triste e sem fôlego.

E numa adrenalina própria das crianças corre para o quarto da avó. Por que estava tão triste? Bruno já tinha demonstrado que era do mato mesmo (coisa de meninos!). Ele é menor que eu, ora bolas! Não deveria ter medo de bichos? Ainda mais aquele tipo de inseto que ficava voando às tontas perto da lâmpada da sala...

Seus pensamentos são tão visíveis em seus olhos grandes, que numa atenção a ela, nota-se que não está bem.

— O que minha menininha tem? — murmura, preocupada, a avó.

A intenção da pequena é tão evidente. Fugir para um mundo dela, debaixo dos lençóis.

O quarto tem o aconchego de sonhos bons que a conforta, o tecido macio – cheiro de alfazema da avó. Fica quieta, assuntando o que os outros fazem. A avó caminha em direção à cozinha e Bruno é um silêncio, talvez na sala admirando a mariposa, com seu voo atrapalhado. Continua escondida, debaixo do lençol, sentindo o coração acelerado. Não a viram com medo? Ela levanta o pano e olha na direção da porta.

Nesse exato momento a mariposa entra no quarto.

— Cuidado, prima! Ela voou para cá!

E na alegria do menino, Alexa reúne coragem, sem se notar, e está lá rodopiando no quarto, braços abertos, como se fosse uma mariposa... Afinal, criança é feliz brincando!

Noite de barulho

As crianças quando brincam

Não querem parar

Teresa Cristina flordecaju
Enviado por Teresa Cristina flordecaju em 19/01/2018
Código do texto: T6230503
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