O PERIQUITO QUE QUERIA SER PAPAGAIO

Na floresta viviam muito animais entre eles os belos passarinhos e no reino dos passarinhos apareceu um periquito querendo ser papagaio. Um dia apareceu dizendo que procurou o bruxo velho da floresta que iria lhe transformar, mas esses poderes nunca aconteciam e o periquito inconformado viva afirmando que logo seria o papagaio mais famoso da região.

- Mesmo se conseguir continuará tendo coração de periquito, não importa a aparência, o que vale é a essência que tem dentro de cada um. Disse uma sábia águia.

Mas o periquito estava decidido a mudar de personagem, um belo dia resolveu que iria viajar para encontrar a melhor forma, logo que o bruxo velho não havia conseguido e assim partiu em direção ao bosque encantado dos papagaios. Antes se trajou com uma roupa verde escura assim poderia passar por um filhote de papagaio e ser aceito naquele bosque.

Quando se olhou no espelho viu que estava mesmo um verdadeiro papagaio e foi todo contente mostrar aos passarinhos convencido de que todos os bichos o aceitaria e saiu cantarolando. Curupaco....papaco...

Chegando à floresta, todos perceberam que havia ali um falso papagaio e correram para conferirem, o periquito estufou o peito dentro daquela roupa enorme e começou a se exibir o que fez com que todos caíssem na gargalhada.

Em cima de uma árvore, um verdadeiro papagaio observava. Não se aguentando mais resolveu acabar com aquela farsa.

- O que há por aqui? – ele perguntou se dirigindo a todos os passarinhos.

O periquito metido a sabido foi chegando e com pose de bom foi gritando: Não venha atrapalhar a festa de um pobre papagaio. Sou ainda pequeno, mas logo estarei enorme...

O papagaio se sentindo incomodado olhou para aquele esnobe metido a besta:

- Pode até querer imitar um verdadeiro papagaio, mas nunca será um deles. Você não tem tamanho e nem classe para ser um dos nossos, agora pare de palhaçada. Disse o papagaio arrancando a roupa e deixando o periquito pelado.

O periquito ainda tentou mas só conseguiu foi a raiva do papagaio que gritou: Pare de ser bobo, Os papagaios possuem algo que um periquito nunca vai conseguir. Classe, tamanho e inteligência. Concluiu o papagaio.

O periquito envergonhado voltou para casa muito pensativo e decidido a ir até a floresta encantada procurar uma fada para realizar o seu desejo, ser um famoso papagaio.

Na manhã seguinte partiria bem cedinho, o dia nasceu lindo com o sol brilhando e um lindo arco-íris atravessando a janela da sua casa.

Quando outra ideia maluca surgiu em sua cabeça vazia.

- Já sei irei até onde nasce o arco-íris e lá peço para me engolir, quando sair do outro lado meu desejo será realizado. Pensou o periquito.

Decidido pegou a sua sacola colocou o que precisava e partiu cheio de confiança. Eu voltarei o mais lindo papagaio de penas verdes brilhosas, causarei inveja em todo o reino, e seguiu cantarolando em direção ao inicio do arco-íris.

Passou um dia, dois e nada de encontrar o arco-íris, os animais que passavam por ele olhavam com curiosidade, mas nada diziam.

A coruja muito esperta e cheia de sabedoria resolveu intervir naquela loucura do periquito.

- Faz dias que ando observando esse vai e vem sem chegar a algum lugar, desista e se conforme com, se Deus te fez periquito deve permanecer assim. Você nunca será um papagaio, é o mesmo que eu uma coruja inventar que serei um falcão. Criticou a coruja.

O periquito pensou, pensou, até que a noite chegou e ele parou para dormir, no dia seguinte partiria outra vez em busca do arco-íris.

Ao deitar olhou para o céu, viu uma estrela enorme que piscava sem parar, imaginou que se pedisse a ela com certeza realizaria o seu desejo e assim o fez: Minha adorada estrela eu sei que pode me ajudar, me transforme em um papagaio e depois volto para casa todo feliz.

A estrela pegou sua varinha mágica, girou em direção ao periquito iria dar uma bela lição assim ele deixava de querer o que não podia, o periquito ao ver o raio de luz vindo em sua direção esbugalhou os olhos e caiu no mais pesado sono. O dia já estava claro nem abriu os olhos, se sacudiu na certeza de que era um papagaio, estava feliz, mas ao abri os olhos a tristeza pincelou o seu olhar. Não acreditava no que estava vendo em seu corpo.

- Há..há...há... gargalhava a coruja sem acreditar no que estava vendo, o periquito tinha crescido, mas estava totalmente pelado sem um fiapo de pena e para piorar era sem duvida um dos papagaios mais esquisitos de toda a floresta.

- Bem feito, isso é para aprender que Deus faz cada animal de uma forma, foi querer ser outro agora veja que esquisito. Disse a coruja mostrando o espelho.

O periquito não balbuciava um som tamanho era a sua decepção e vergonha, a estrela em vez de realizar o seu desejo lhe castigou, começou a chorar e implorar para que voltasse a ser periquito e nunca mais ter inveja de beleza e tamanho do papagaio. Eu prometo nunca mais tentar, deitou-se na grama e olhando para o céu implorou para que a estrela revertesse o seu castigo.

Mas era dia e com certeza a estrela dormia, a coruja partiu com certeza para espalhar a noticia, aos poucos ele foi se acalmando esperaria até a noite para falar com a estrela, avistou um passarinho que ao sair do ninho quase cai ao ver a feiura do periquito.

- Isso sim que é uma mudança, você pediu tanto agora está ai um monstrengo sem penas. Disse o passarinho.

Quando a noite chegou, o periquito voltou a olhar o céu para fazer o seu pedido dessa vez queria voltar a ser o que era, mas a estrela precisava dar-lhe uma lição e para isso ordenou que o mesmo voltasse para o reino dos pássaros onde vivia e ao chegar lá reunisse todos e mostrasse arrependido da sua ambição e inveja.

O periquito não discordou e seguiu em direção ao lugar indicado, Ao chegar a coruja foi a primeira a exclamar:

- Vejam! Vejam! O periquito pelado está chegando.

Foi àquela euforia todos chegavam, ao ver o periquito tão feio assim paravam de olhos esbugalhados.

-Ah que pena seu desejo se realizou ao contrário. Disse o bem-te-vi. Não foi mesmo periquito pelado.

- Foi sim e a culpa foi causada pela minha inveja e ambição, agora vejo que o mais importante é ser feliz e aceitar quem somos e como viemos ao mundo. Eu prometo ser de hoje em diante um periquito que irá ajudar a todos sem esperar nada em troca, e mesmo que não nasça mais uma peninha vou ser feliz vivendo com os meus companheiros que eu havia abandonado.

O periquito estava se sentindo em paz e foi dormir, a noite estava escura e nem uma estrela pintava o céu. Sonhou que uma estrela descia até ele e despejava luz em seu corpo, mas era apenas um sonho, voltou a dormir e quando o sol abriu os olhos ele despertou. Estava mudado havia voltado o que era, agora as suas penas brilhavam com aquele colorido na ponta das asas.

O periquito aprendeu que daquele dia em diante queria ser periquito e viver feliz do seu tamanho.

autoria- Irá Rodrigues

Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil