A MENINA QUE PLANTAVA SONHOS

Manu não tinha tudo o que as crianças poderiam ter, mas tinha o amor que reinava naquela família, cresceu numa casinha simples no meio da vegetação rodeada pelos pais, avós e irmãos. Ela era a mais velha de seis irmãos, e talvez por isso vivia inventando algo para entreter os irmãozinhos mais novos. Durante o dia ela corria pelos campos falando com os animais, pois é na imaginação de Manu todos os bichinhos entendia o que ela falava e sempre respondiam. Mas o que ela mais gostava era chegar à noite e no seu quartinho ficava olhando a Lua pelas frestas da janela e contava historinhas inventadas para que os irmãos dormissem.

Enquanto os pais e os avós saiam para fazerem as suas tarefas que era cuidar dos bichos e da roça de mandioca, feijão e milho, ela aproveitava para criar os seus sonhos, sua imaginação viajava em busca de algo que realmente ela pudesse fazer e logo corria para o curral onde fingia estar num belo teatro e ali poderia dramatizar as suas invenções, os irmãozinhos ficavam encantados com a irmã e se divertiam até esquecendo a hora de voltarem para casa.

As tarde a mãe não saia e Manu aproveitava para ficar sozinha no lugar que mais gostava, embaixo de uma amendoeira gigante onde os galhos pendiam formando um belo abrigo. Ali a menina fechava os olhos e imaginava que estava num castelo encantado, com fadas e todos os bichinhos fazendo uma grande festa. Muito curiosa e inteligente nunca parava de inventar coisas, na escola da vila onde estudava a professora ficava admirada com a menina que mesmo com os pais sem cultura ela era muito dedicada e lia tudo que encontrava.

A noite com a luz de um fifó ela devorava os livrinhos que a professora emprestava e assim ela enchia o caderninho de historinhas que imaginava viver.

Mas os sonhos da menina Manu não paravam por ai, falando com os passarinhos que apareciam no pequeno jardim de margaridas o qual ela cuidava com todo carinho ela sorriu pois disse que teve a melhor resposta para os seus sonhos.

- Se você nunca planta eles nunca brotam! Assim disse ela foi a resposta de um passarinho.

E assim começou a escolher um cantinho para construir o seu jardim e ali iria plantar seus sonhos como bem disse o passarinho.

E de manhãzinha ela acordou toda eufórica correu pegou uma enxadinha e começou a cavar o solo, em cada buraco colocava um pedacinho de papel onde trazia escrito o seu sonho.

Os dias se passavam e a menina ficava desanimada, o passarinho não falou a verdade, como plantar sonhos poderiam brotar – Pensava triste.

E assim passavam os dias com o Sol ardente, as noites a chuva caia, e com certeza as sementinhas dos sonos de Manu foram regadas e brotaram, nasciam versos pendurados em galhos, escritos nas asas das borboletas, as flores confabulavam aquele lindo mistério, os passarinhos em coro declamavam os versos perfumados. E assim, Manu batizou aquele lugar como “O Jardim que brotavam Versos.”

A menina não parou mais, queria escrever poesia para cada bichinho que vivia ali, para cada flor que brotava na maior folia. Até um jardineiro ela teve que contratar ou não daria conta de todas as tarefas.

E assim a menina da imaginação tão fértil quanto os sonhos, contava histórias para os irmãos, na escola para os colegas e até começou a participar de um concursos que os professores organizaram para incentivar a leitura. Manu trazia sempre a história da menina que plantou sonhos e colheu versos.

Dias depois o resultado saiu e Manu foi a vencedora, nessa noite ela não mais precisou plantar sonhos, agora vivia a realidade.

Autoria- Irá Rodrigues

https://iraazevedo.blogspot.com.br/

irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 19/10/2020
Código do texto: T7090899
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.