O MEDO DO ESTILINGUE
Certo dia o sabiá Lily resolveu mandar o filhote para a floresta colher sementes, uma vez que o pai estava com a asa ferida e não poderia voar.
-Mamãe eu tenho medo, nem sei voar direito, como vou andar sozinho pela floresta tão grande? – Eu posso me perder. Disse o
Gigi.
- Sinto muito meu filhote, mas você já é adulto e tem que ajudar no lugar do seu pai, ou, morreremos de fome. Eu estou chocando meus ovinhos e não posso abandonar. Disse a mamãe, decidida a fazer com que o filho deixasse de ser criança.
Gigi ainda tentou encontrar uma outra desculpa, mas a mãe estava decidida e o filho teria que obedecer ou nunca seria independente para criar a sua própria família.
- Eu tenho medo dos moleques com seus estilingues foi um deles que feriu a asa do meu pai, e se um me acertar lá mesmo eu fico e nunca mais vou ver vocês. Ou ele me levam ou serei devorado pelas formigas. – Lamentou o filhote tremendo de medo.
- Não seja infantil, você já é um adulto e precisa se libertar da nossa proteção. Gritou a mamãe.
O filhote começou a tremer- eu tenho medo, vamos esperar o papai melhorar e eu vou com ele buscar sementes.
A mamãe decidida ordenou que o filho parasse de covardia e voasse em busca de alimento. Ela só não sabia o tamanho da maldade dos humanos.
O filho mesmo assim pegou a sacola colocou nas costas e partiu. Passaram-se muito tempo e Gigi não retornava.
Os ovinhos chocaram, nasceram dois lindos filhotes, mas a alegria não estava completa a mãe se culpava por ter sido responsável pela perda do filho, ele estava certo não era o momento e sem nenhuma experiência com certeza estava perdido ou morto pelo estilingue de algum desumano.
Muito tempo depois o papai foi dar um passeio na floresta a mamãe Lily e os dois filhotes que já voavam sozinhos pela redondeza.
Ao adentrarem a floresta fechada viram um pomar e onde tem frutas tem passarinhos e voaram naquela direção, quando ao passarem perto de um curral ouviram o canto triste de um sabiá, o papai não teve dúvidas, era o seu filho Gigi, e lá estava preso numa gaiola na cerca.
Não foi difícil os quatro com bicos e pés abriram a portinhola e logo voaram felizes para a liberdade.
Autoria- Irá Rodrigues
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