A VIDA DO JUCA

Nascido e criado num sítio em contato direto com a natureza, o menino quando não estava na escolinha da vila, passava as tardes catalogando passarinhos. Tudo ele descrevia, a cor, o tamanho, de que se alimentavam. Um dia quando ficasse adulto escreveria um livro, mas por enquanto era melhor viver as aventuras de ser criança. Assim junto com alguns primos adorava confeccionar pipas e depois subir no alto do morro para empinar e ver dançando pelo ar.

Certa manhã de domingo, o Juca pegou seu caderno e foi observar os pássaros, quando deparou com a ave mais linda e colorida de que já tinha visto. Era um pássaro pequeno de cauda longa, diferente e por isso chamou a sua atenção deixando -o de olhos esbugalhados. Conforme a posição que ficava, os raios do Sol refletiam em suas penas dando vários coloridos, desde o azul esverdeado ao vermelho alaranjado. E quando abriu suas longas asas planejando voar, o menino perdeu o fôlego diante daquele espetáculo e ao mesmo tempo ficou triste. Não teria como fotografar e se nunca mais pudesse ver aquele belo pássaro. Será que iriam acreditar apenas no que ele descrevesse registrado em seu caderno e na sua memória?

Juca ficou até que o pássaro voasse e desaparecesse entre as árvores.

Correndo para casa foi falar com seu avô. Como era um homem sábio e tudo entendia da floresta com certeza ele iria lhe entender e quem sabe conhecia aquele pássaro. Onde o avô não soube explicar e também desconheciam o pássaro pela descrição. Juca voltou para casa ainda mais triste. Quando um canto cheio de magia chamou a sua atenção. E lá estava o passarinho bem pertinho da sua casa.

Autoria Irá Rodrigues.