A PULGA PIPOCA E O TOTÓ

A pulguinha Pipoca é muita levadinha, amiguinha do totó, o cachorrinho da vizinha. Para onde ele vai, ela vai atrás sozinha, não desgruda nunca dele e se esconde nos seus pelinhos. Pipoca danadinha pula para todo canto, dar cambalhota no ar dobra muito as perninhas, dobra aqui, dobra acolá que chegam a dar um nó. Os olhinhos da Pipoca estão de olho na dona Filó que cutuca o totozinho sem pena e sem dó. Um dia a peralta deu um pulo tão maluco que se chocou contra o muro. Tum! Tum! Tum! Bateu o seu coração, quebrou o seu narizinho e deslocou o seu bumbum. – E agora meu totó, como fico aqui sozinha? Preciso do seu carinho, do seu abraço e do seu ninho. Pipoquinha então pensou: ‘’tem o meu amigo carrapato, vou pedir uma ajudinha, ele anda arrastado, vou bem escondidinha na barriga do danado’’. Toda espatifada chegou cedinho na casa do amiguinho a patroa cantava alto de alívio  da pulguinha, pois totó já não se coça e nem balança o rabicho. Pipoca ficou num cantinho olhando para o seu cãozinho, tinha muito medo da malvada, tremia todo o corpinho, ela com um pente bem fininho, tadinho do totozinho! A danadinha então pensou: ‘’se eu tivesse umas asinhas seria impossível me pegar dentro dessa cozinha’’. Na espera se arrastou mais para lá só um pouquinho, de repente, um pezão por um triz não lhe achatou, seus pelinhos levantaram um friozinho lhe causou. Ufa! – Por pouco o meu cérebro inteligente não virou uma massinha, disse, a pulguinha. E o coitadinho do totó grunhia e mexia os olhinhos, viu a amiguinha de longe e ficou assanhadinho – O que está vendo, meu cãozinho? parece ver um fantasma, deixa de latido e fica de boca calada, disse dona Filó. Mas totó estava aflito com saudade da Pipoca, não dormia e nem comia, não esquecia o seu picado, a coceirinha no bumbum era o que mais lhe agradava, tinha que dar um jeitinho para trazer novamente, a sua amada pulguinha para coçar outra vez o seu peludo rabinho.