As aventuras de Piripipim

Piripipim era um pequeno vagalume que nasceu em uma floresta, à noite era quando Piripipim mais saia de casa. Sua mãe sempre o alertava:

-- Filho, não vá muito longe! Nada de ficar chamando a atenção por aí.

--Está bem, mamãe!- dizia o pequeno. Porém, ele amava brilhar.

Piripipim era muito obediente à sua mãe e não ia longe, brincava de imitar estrelas com os seus amiguinhos. Gostavam de brincar de pega-pega também. Só não dava muito certo brincar de esconde-esconde à noite, porque a luz que emitiam sempre estragava a brincadeira, então, eles só brincavam de esconde-esconde durante o dia.

Certo dia, depois de ter terminado suas tarefas, porque Piripipim sempre ajudava a sua mãe nas coisas que ele podia fazer, e também mantinha seu quarto arrumado e seus brinquedos no lugar, desse modo q bagunça não se espalhava e ele sempre tinha tempo para brincar, Piripipim saiu de novo para brincar com seus amiguinhos.

--Vem me pegar Luizinho!-- Gritou ele para seu colega de brincadeira, enquanto voava rapidamente.

Piripipim não percebeu uma forte corrente de vento que passava ali.

--ÔôÔô... -- Ele gritava enquanto a corrente o arrastava para longe.

Seus amigos ficaram muito assustados , mas sabiam que o certo seria chamar um adulto ao invés de tentar resolver aquele problema sozinhos

Então, correram todos para casa de Dona Luzia, onde ela tecia um gorro para Piripipim:

--Dona Luzia! Dona Luzia!-- gritaram todos ao mesmo tempo -- O Piripipim sumiu! O vento o levou!

Dona Luzia soltou o novelo de lã na cadeira e saiu voando em disparada, chamando todos os vizinhos.

Passaram a noite toda chamando Piripipim, mas ninguém o encontrou. Dona Luzia só sabia chorar com o gorro inacabado nas mãos. O delegado Lamparina colocou todos os oficiais lampiões para encontrarem Piripipim, mas sem sucesso.

O pai dele Seu Foguinho ficou até meio apagadinho, não sabia mais o que fazer, porém, tinha que parecer forte.

Passaram-se 24 horas e nada de Piripipim. Foi quando Lucinha, sua melhor amiga viu uma luz piscando ao longe e gritou:

-- Piripipim! É você?-- E saiu voando ao seu encontro. Realmente, era o Piripipim.

Foi noite de festa na floresta e o pequeno vagalume contou a todos a sua aventura. Ele contou que chegou a um lugar onde não havia luz e conheceu um humano que se chamava Gabriel.

O Gabriel falava a língua dos vagalumes e disse ao Piripipim que estava há dias sem luz porque tinha acontecido um apagão. Eles ficaram muito amigos e Gabriel o protegeu também.

Quando o dia estava acabando, Gabriel percebeu que havia uma corrente de ar contrária e que aquela seria a melhor hora para Piripipim voltar para casa, pois sua mãe deveria estar triste e preocupada.

Gabriel pôs Piripipim entre suas mãos e foi até a janela e se despediu com certa tristeza:

--Tchau, amigo! Vou sentir sua falta...

Depois o soltou na corrente de vento e ele voltou para casa.

Dona Luzia e Seu Foguinho abraçaram o filho emocionados e o alertaram sobre o perigo de brincar em lugares proibidos.

Ela disse que as crianças humanas também têm suas regras:

Que não podem brincar perto de rede elétrica, que não podem brincar sozinhos em piscinas ou represas sem adultos por perto, não podem entrar em casa de estranhos, nem deixar estranhos entrarem em sua casa se os pais não estiverem, falou também que as crianças humanas não podem aceitar alimentos de pessoas desconhecidas, entre outras coisas.

Piripipim ficou assustado de saber que na cidade, assim como na floresta também tem muitos perigos. Piripipim entendeu a importância de obedecer aos pais.

-- Mamãe!-- disse Piripipim

-- O que é, filho? -- perguntou Dona Luzia, fazendo um cafuné nele.

-- Lá onde eu estava, não tem luz e o Gabriel, meu amigo humano não pode brincar fora de casa, como fazemos aqui.

-- Que pena, filho!

Ele se levantou do colo da mãe e olhou para ela dizendo:

-- A senhora não entendeu, mamãe. Eu quero ajudar o Gabriel e os amigos dele!

Dona Luzia se assustou e perguntou:

-- Como assim, filho? Nós não podemos. Somo só vagalumes.

--Não, mamãe! Nós temos luz e é só disso que precisamos para tornar a vida do Gabriel e dos amigos dele bem melhor. Sozinhos somos só um ponto de luz , mas se nos juntarmos seremos uma constelação na terra.

Dona Luzia ficou fascinada e comovida com o desejo sincero do filho, então, saiu e reuniu todos os vagalumes que quisessem tornar a vida de alguém mais iluminada. Muitos tiveram medo dos predadores e não quiseram ir, mas a maioria achou que valia a pena correr o risco.

Foi assim que no início da noite quando tudo já estava escuro, milhares vagalumes entraram na cidade de Gabriel. Piripipim voou até a casa dele e piscou à sua janela:

-- Você voltou, amigo! - Disse Gabriel, todo feliz.

--Voltei e trouxe meus amigos também! Vamos brincar de pega-pega na rua?

--Vamooos!

Assim Gabriel e Piripipim foram brincar na rua e a rua ficou super iluminada com o brilho dos vagalumes e as crianças vizinhas foram brincar também, enquanto seus pais conversavam alegremente nas calçadas . Foi assim que o prefeito mudou o nome da cidade para Brilho Feliz.

Fim e seja luz como o Piripipim.

Claudia Nunas
Enviado por Claudia Nunas em 04/03/2024
Reeditado em 04/03/2024
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