EU NÃO SOU ESQUISITÃO.

Eu não sou Esquisitão.

Era Uma Vez, um garoto que se chamava André. Amava a natureza e era protetor dos animais. Gostava muito de estudar e aprender coisas novas, era muito inteligente.

André gostava muito de ir para a escola, porém, ele era diferente dos outros alunos, gostava de ficar quieto, olhando para as paredes da sala de aula, imaginando como se elas fossem uma tela de cinema, e na sua mente, ele imaginava tudo o que os professores ensinavam, como se fosse um filme. Pois tinha uma grande imaginação . Assim era a maneira que ele aprendia, tudo que os professores ensinavam. Aliás, André, sempre tirava ótimas notas.

Uma das atividades escolares preferidas do André, era a hora da contação de histórias com a tia Ana. André adorava ouvir as histórias cheias de aventuras e ficava paralisado, imaginando tudo como se fosse um desenho animado.

Mais um dia, durante a contação de histórias, André, começou a perceber que os outros coleguinhas ficavam cochichando e dando risada. E de repente ele escutou alguém o chamando de esquisitão!

Ah! André você é um esquisito, lelé da cuca, retardado.

Quase todos os coleguinhas riam, zombando do jeito dele agir.

André não entendeu nada. Mas ficou triste.

André era muito calado, só conversava com a tia Ana, a contadora de histórias .

Certo dia, depois de ser chamado de esquisitão, por um colega. Foi correndo perguntar para tia.

_ Tia Ana: Eu sou Esquisitão?

E ela disse:

_ Que conversa é essa André ?

André explicou:

_ Não sei porquê, os coleguinhas me chamam assim . Nem sei o que é essa palavra.

Tia Ana respondeu:

_ Meu querido, você não é esquisito. É apenas diferente, Tem um jeito único de brincar de estudar e de agir. E as pessoas, não tem respeito e te chamam assim.

André questionou:

_ Tia Ana, ser diferente é errado?

Ela respondeu:

_Não querido, não há nada de errado. Enfim, no fundo todo mundo é diferente.

André ficou contente, depois da conversa com a tia Ana .

Quando ele ia saindo da Biblioteca da Escola, onde eram feitas as Contações de Histórias, Escutou um aluno gritando:

_André, você é Esquisitão!

André, falou bem alto:

_ Eu não sou esquisitão! Eu sou apenas diferente de você, Eu sou autista, e fico triste quando me chamam de esquisito.

Foi quando o garoto que xingou André, ficou mudo e saiu correndo.

No dia seguinte, na hora da Contação de Histórias, tia Ana, contou uma linda história sobre um coelho diferente.

Todos os alunos, prestaram muita atenção na história, que falava sobre um Coelhinho que sofria bullying, por ser diferente.

E no final da história tia Ana perguntou:

_ Crianças, vocês gostaram da história?

Todos responderam:

_ Sim, tia Ana. Adoramos.

E tia Ana falou:

_ Vocês perceberam, como era errado o que os coleguinhas do coelho da historinha falavam dele? Só por que ele era diferente?

Nesse momento, Alice, a única aluna que nunca havia chamado André de Esquisitão, levantou-se e disse:

_ Tia Ana, nós devemos respeitar as pessoas, pois todos nós somos diferentes! Por exemplo: meu primo é deficiente físico; minha tia tem Transtorno de Ansiedade Generalizada e Depressão; meu irmão é autista. E nós nos amamos e nos respeitamos.

Tia Ana ficou emocionada com as palavras de Alice e acrescentou:

_ É isso mesmo, temos que respeitar todas as pessoas.

Foi então, que o aluno que havia chamado André de esquisitão, ficou envergonhado e disse:

_André, me desculpe, nunca mais vou te chamar de esquisito.

André, apenas sorriu e foi correndo para a casa de sua avó Therezinha, contar sobre aquele dia na escola.

Ele estava muito feliz, pois todos os alunos pediram desculpa por chamá-lo de esquisito. E pediu:

_ Vovó, a senhora pode fazer um bolo de cenoura com calda de chocolate para eu levar amanhã para a escola e repartir com meus colegas?

E radiante de alegria a vó Therezinha responde:

_ Claro, meu fofinho! Farei o bolo de cenoura com calda de chocolate e um empadão de frango com requeijão.

André pulou de alegria:

_ Oba, oba, oba! adoro empadão de frango com requeijão!

No dia seguinte, André levou o bolo e o empadão e dividiu com todos os colegas.

Todos os alunos, ficaram muito felizes e abraçaram André, que mesmo não gostando de contato físico, aceitou o abraço com os olhos cheios de lágrimas, mas lágrimas de emoção e alegria.

FIM!

P.s.: Dedico essa história, para todas as pessoas que como eu , são “ diferentes “. ( T.A.G, T.EA., T.D.A.H ETC..) E para todos que convivem com pessoas “ diferentes “. Para que todos tenham mais empatia e respeito, uns com os outros. Afinal, cada um de nós, é único, mas somos igualmente amados por Deus.

Fabiana W.

Data de criação dessa história: 09 de fevereiro de 2024

Digitação: 30 de março de 2024.

Fabí Arteira
Enviado por Fabí Arteira em 30/03/2024
Reeditado em 04/04/2024
Código do texto: T8031065
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