Essas mulheres....

Quando ela bateu à porta, sobressaltou-se. O membro enrijecido , a mancha umedecida no calção demonstrava os pensamentos obscenos. Delirava com os trejeitos dela.... as ancas arredondadas, o movimento cadenciado dos quadris, a cútis morena, e o cheiro... Tinha cheiro de mulher brasileira, de sangue latino, miscigenado. Mas o que mais o atraía, era o olhar. Manhoso, cabreiro, felino... Parecia um bichinho acuado, às vezes... outras, transformava-se num olhar felino à espreita da presa. Sentia-se amedrontado, devorado, totalmente indefeso. E isso o instigava, ficava pasmo como se sentia frágil diante de um simples olhar, ficava pasmo de como se sentia possuído de um torpor, uma languidez ao imaginá-la tocando-o.

Nova batida na porta traz de volta a sensatez, aperta levemente o volume que insistia em pressionar o tecido, sente os jatos de sangue forçando os vasos, está cada vez mais intumescido... Pressiona-o levemente e ajeita o calção. Abre a porta com mãos trêmulas, força um sorriso e dá um polido “bom dia”. Ela entra e pergunta: A patroa já saiu? Sem esperar resposta, caminha despreocupadamente em direção à cozinha, deixando para trás um atônito Sr. Firmino, com olhar sombrio e pernas bambas....

Sandra Vilela (Eternellement)
Enviado por Sandra Vilela (Eternellement) em 15/09/2008
Reeditado em 06/07/2015
Código do texto: T1179792
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