O Encontro

Ele caminhava distraído pela rua, quando de súbito a encontrou. Quanto tempo fazia? Anos? Meses? Dias? Ele não se lembrava, e talvez achasse que não importava. Oi, olá, como vai você? A conversa fluía, porém o desconforto em ambos era evidente. Não, provável que não. Talvez apenas ele estivesse desconfortável naquela situação. Foram poucos minutos, até que um “até logo” irrompesse de sua boca, um golpe de misericórdia, para que os dois se virassem e partissem em caminhos opostos. Um aceno talvez fosse mais que o suficiente, mas houve contato. Não o contato de antes, de outrora, de antigamente. Não, fora um contato frio, formal, cortês. Era estranho, era novo, era algo que ele não entendia, não compreendia, não queria. No fim, ela se virou e caminhou. Estava feito. Sem escolha ele se virou e continuou. Tudo bom e nada presta. Assim eles caminharam, cada um seu caminho, cada um sua trilha, sem saber onde o ponto ficava na frase que a vírgula continha.