UM SUSTO

E lá estava a multidão a olhar aquele jovem caído ao chão. Ele tinha uma aparência saudável, entretanto contorcia o corpo e babava muito. Alguns olhavam apavorados àquela cena horrível sem poder fazer nada. Não se atreviam, embora os olhos rúbidos da multidão revelava a piedade de cada um.

Até que chegam os bombeiros:

Afastem-se, deixem-o respirar!

Com perícia, o experiente paramédico segurou a cabeça do rapaz, limpou a espuma que escorria da boca, tratou do ferimento, adquirido minutos atrás, em função da queda brusca. Nada grave.

Pediu auxílio ao companheiro de profissão, colocaram-o na maca e adentraram na unidade móvel de urgência.

Durante o trajeto, outra crise de convulsões. Acreditavam, pelos sintomas, tratar-se de epilepsia. Já estavam próximos ao hospital quando o quadro se agravou. Os batimentos cardíacos aceleravam e subiam à alturas. Os paramédicos tomaram as providências de praxe, seguravam a língua do rapaz que se embolava, jorrando pela boca, agora, uma espuma amarelada. Compressão no peito, controle dos batimentos cardíacos. No hospital aquela correria, enfermeiros a postos corriam com o paciente na maca até à UTI. De repente, o estado convulsivo do rapaz pára e ele volta a respirar novamente.

Mais tarde no diagnóstico, o médico alerta a família que se tratava de ingestão de produtos anabolizantes associados a bebida alcoólica. O jovem frequentava uma academia de jovens “sarados” que treinavam para competições de halterofilismo. Desta vez ele não morreu!
Roberto Dourado
Enviado por Roberto Dourado em 26/11/2008
Reeditado em 26/11/2008
Código do texto: T1303836
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