A inevitabilidade da luz/ com áudio

Infernus que dominava naquele momento a nossa sombria terra acabara de chegar de uma consulta astrológica, onde os astros diziam -claramente- da inevitabilidade da Luz que se aproximava daquele mundinho escuro, perdido na imensidão do universo. Com medo daquela presença que ninguém sabia muito bem o que era, Infernus refugiou-se nas profundezas de um vulcão, espalhando de lá suas virtudes ou a falta delas.

A Luz -como os astros previram- chegou montada em raios coloridos, desfigurando completamente a paisagem daquele pequeno planeta para melhor, é claro, mas deixando Infernus tão apavorado que, temendo perder suas regalias, arquitetou um plano maquiavélico para impedir que isso acontecesse, inventando a Inveja, a Culpa e a Maledicência; saídas quentinhas do interior daquele vulcão que lhe servia de abrigo.

Durante muito tempo, usando essas três poderosas armas, a Luz foi contida no seu ímpeto de transparência. Porém, infelizmente para Infernus, a Luz inventou o Amor, o Perdão e a Amizade, tirando-lhe parte do poder. Furioso, ele teve a mais brilhante de todas as idéias, pois, vestido com pele de carneiro, trouxe ao mundo real a encarnação do Lobo Mau: Inventou um bando de capangas que eram todos -com raríssimas exceções- seus cupinchas; sendo batizados com o simpático nome de: Políticos, argh!

Oficializou-se então a inevitabilidade -permanente e absoluta- da falta de vergonha na cara.

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 01/06/2009
Reeditado em 02/06/2009
Código do texto: T1626413
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