Voltar pode não ser o melhor...

Abriu a porta... tudo como deixara ao sair. Intacto.

O café no bule. A xícara sobre o prato auxiliar.

O guardanapo dobrado. Fatias de pão cobertas com glacê.

Sentou. Com a colherinha pegou um pouco de

açúcar. Mexeu a mistura. Tomou alguns goles. Parou.

Descalçou as botas. Tirou o casaco. Passou as mãos pelo rosto

como se assim retirasse o cansaço.

Olhou em volta.

Defronte, imagens mentais, lembranças... apenas.

O lugar seguiria vazio... a outra cadeira, a outra xícara... ...

Nada seria tocado, usado, mudado.

A gargalhada ecoou até a guarita na esquina.

Em silêncio tumular recolheram o corpo...

perfurado pela solidão.

lilu
Enviado por lilu em 04/10/2009
Reeditado em 04/10/2009
Código do texto: T1848192