o cético
seus olhos sempre laboravam em intermináveis engenharias reversas. dissecações infinitas manuseadas por bisturis glaciais de hipóteses, analises e abstrações. um dia o dom tornou-se uma maldição. da obsessão brotou a paranóia, passou meses em hospitais psquiatricos e casas de parentes.
um outro dia a sorte lhe bateu a porta e conheceu ela: mundana, sinuosa, morena e lasciva. houve então a primeira noite: orgasmo de qualidade, ou seriam apenas reações organicas? suou frio, não queria aquela duvida. apenas olhou para ela adormecida entre lencóis e luar de janela, tocou com a mão aspera aquela pele sedosa, tomou um comprimido e desejou um sono entorpecido