a vítima

caminhava cuidadadoso entre arbustos e árvores. seu olfato e sua audição refinados lhe conduziam sem erros. sem enganos farejava a caça. a transpiração do animal oculto na vegetação o causava lhe prazer. com cuidado cercou a vítima, conseguia sentir o cheiro que o medo provocava nela. observou-a sem pressa, era bom ouvir dela a respiração ofegante e já antes de poder abocanha la ja apreciava o coração alheio, quente e pulsante em sua boca. apenas estranhava por que ela estava daquele jeito amarrada engaiolada. sua interrogação foi resolvida assim que ouviu o disparo e o chumbo faiscante atravessar seus pelos cinzentos e mostrar, além da dor e da derrota, todo o sangue e vísceras das quais era feito. antes de desmaiar desejava apertar a mão ou tirar o chapéu para quem o derrotou, mas isso ja era humano demais pra ele. viu a ultima sombra e tudo escureceu

Den
Enviado por Den em 13/03/2010
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