Gardênias

Gardênias

Sonhava acordada sempre que recordava dele. Foram gostosos momentos juntos, quantas saudades sentia quando o vento trazia o cheiro das gardênias que sempre estavam floridas na janela, era como se ele estivesse ali, abraçando-a por trás, dando-lhe um beijinho no pescoço, puxando-a pros braços e dançando como dois adolescentes no meio da cozinha. Podia sentir seus corpos dançarem ao som da música que ele cantava ao pé do ouvido, sua risada gostosa quando terminavam a dança...

Tanto tempo se passara, as gardênias continuavam florindo e perfumando recordações de pequenos-grandes momentos em que a vida era puro encantamento, quando os dias passavam rápidos, chegando a noite para que juntinhos pudessem se aninhar um ao outro como as florezinhas nos vasinhos da janela, exalando perfume pela casa, pelos lençóis, enfim...

Agora, sem ele, os dias eram longos, a noite trazia saudades, lembranças boas, mas também tristeza por não te-lo mais em seus braços.

Ele se fora tão cedo, que nem tiveram tempo de realizarem os planos que faziam entre os bons jantares a luz de vela.

Com certeza, onde estaria, poderia sentir o cheiro das gardênias na janela (esta era sua alegria) que cuidava com tanto carinho como sempre cuidara dele. Eram elas a ligação entre eles, entre o céu e a terra. Amém!

Jataí.Go

11.08.06