Um homem do mundo

Da margem avistava-se a minúscula casa em meio à

vegetação. Só ela fazia o contraste naquela pintura

completamente branca. Verde o resto, todo. Era tanto o

silêncio, que dava tempo de cochilar... apenas o vento, de vez

em quando, fazia a diferença a embalar folhas, galhos e a insistir

na batida de uma porta que, sem se saber por que, ficara

aberta. E o rio com águas cor de cinza estirava-se calmamente

entre nós, deste lado, e o lado de lá.

A espera não era confortável; compulsória porém. O que teria

acontecido? Aquele homem do mundo decidira retirar-se da vida,

isolar-se. Ainda estaria vivo? ...quando a balsa chegasse para

fazer a travessia é que os fatos seriam esclarecidos. Tempo

comprido estivemos ali até a hora do embarque.

Ao receber-nos, tremia com um relógio e o diário na mão.

A casa branca ficou para trás em meio ao verde.

E o vento batia em nós e o rio acompanhava-nos na volta.

E o silêncio apoderou-se até de nosso pensamento.

lilu
Enviado por lilu em 12/05/2010
Reeditado em 16/05/2010
Código do texto: T2253593