Um homem do mundo
Da margem avistava-se a minúscula casa em meio à
vegetação. Só ela fazia o contraste naquela pintura
completamente branca. Verde o resto, todo. Era tanto o
silêncio, que dava tempo de cochilar... apenas o vento, de vez
em quando, fazia a diferença a embalar folhas, galhos e a insistir
na batida de uma porta que, sem se saber por que, ficara
aberta. E o rio com águas cor de cinza estirava-se calmamente
entre nós, deste lado, e o lado de lá.
A espera não era confortável; compulsória porém. O que teria
acontecido? Aquele homem do mundo decidira retirar-se da vida,
isolar-se. Ainda estaria vivo? ...quando a balsa chegasse para
fazer a travessia é que os fatos seriam esclarecidos. Tempo
comprido estivemos ali até a hora do embarque.
Ao receber-nos, tremia com um relógio e o diário na mão.
A casa branca ficou para trás em meio ao verde.
E o vento batia em nós e o rio acompanhava-nos na volta.
E o silêncio apoderou-se até de nosso pensamento.