Como encontraram e salvaram "Pelucinha"

Era verão. Mais precisamente dia 15/11/1998, por volta das

21:00 hs.

Elas estavam numa festa de uma amiga conversando na calçada quando, por entre as pernas de Cacá começou a se esfregar uma filhote de vira-lata.

Tinha no máximo um mês de vida. Sozinha e perdida na noite.

Estava toda suja, fraca e magrinha, enfim com todos os adjetivos que fariam ela ser de pronto recusada por qualquer pessoa.

Mas não foi o sentimento que ocorreu à Cacá e sua irmã Gigi.

Preocupadas com a integridade física do frágil e doce cãozinho que poderia morrer atropelado na rua, pegaram-no e o colocaram dentro de uma casa cuja grade, na sua parte inferior, não permitiria que a mesma fugisse. Ao menos assim e até o dia seguinte, o desprotegido animalzinho estaria seguro.

Chegado o horário de irem para casa, Cacá e Gigi telefonaram para seus pais que estavam em outra festa os quais foram buscá-las.

Lá chegando, lhes contaram a estória daquele cãozinho e os fizeram passar de carro em frente à casa onde a haviam deixado.

Era 1:00 hora da madrugada. Silêncio na rua, ninguém acordado na casa e uma luz relativamente fraca estava acesa na área mesma.

Pararam o carro na frente e não viram nada.

Cacá não deixou por menos e quis descer para averiguar.

Ficou triste e decepcionada pois nada mais viu ali.

Foi quando seu pai lhe disse:

- Cacá, parece que no fundo da área, bem no cantinho atrás da mesa tem alguma coisa encostada na parede!

- Chame, faça algum barulho para ver se é a cochorrinha.

Cacá, atendento à sugestão do seu pai fez barulho batendo levemente na parede lateral do muro com a mão e também chamando, quando todos foram surpreendidos com aquele cãozinho cambaleante de fraqueza, vindo na direção do portão.

Estava muito fraquinha, mas mesmo assim abanava incessantemente o rabinho numa demonstração de alegria.

Não resistiram, pegaram o mesmo para cuidar e achar alguém que pudesse ficar com ele e o lavaram para dormir em sua casa, um pequeno apartamento.

O dia raiou, a novidade fez com que todos acordassem mais cedo para ver o cãozinho. Estava passando mal, havia vomitado, tremia, teve uma fortíssima diarréia, enfim tudo que um "bebê" não deve ter.

Preocupados com o sofrimento do indefeso animalzinho, deram-lhe um soro caseiro pois, como era domingo não tinham como leválo a um veterinário.

Fizeram de tudo a partir da segunda-feira, até que a cachorrinha se restabeleceu e ficou totalmente curada da forte infecção de que estava acometida.

Passaram-se alguns dias e essa família estava encantada com o pequeno e grato animal. Parece que sabia que o haviam salvado da morte.

Como por natureza eles adoram animais, não tiveram mais coragem para dá-la para alguém, razão pela qual "Brida", seu verdadeiro nome, está com eles até hoje, já passados mais de 7 anos.

Teve uma linda cria de 8 filhotes, no próprio apartamento e sem exagero algum pode ser chamada de "Rainha do Lar" pois é amada por todos.

Carinhosamente porém, é tratada por "Pelucinha" pelo seu pai humano, que como todos a ama de paixão.

Ágora Atheniense
Enviado por Ágora Atheniense em 03/09/2006
Reeditado em 05/09/2006
Código do texto: T231932