A Hélade

Eu tinha uma idéia genial para um conto: um escrevente

juramentado de um cartório do interior de algum estado do

Brasil (formação intelectual clássica, leu TUDO antes dos

12 anos, formou-se em direito, grandes sonhos, mas só

conseguiu emprego com um tio lá nos cafundós). Numa

cidadezinha onde até o prefeito e os professores são

analfabetos, ele muda todos os nomes "toscos, rudes, sem

significado" que os pais vão pôr nos filhos e acaba por

registrá-los com nomes clássicos, retirados da mitologia

grega. A cidade na prática cheia de capiaus de nomes

comuns, aos seus olhos é a própria Hélade, onde se vêem

Apolo ao lado de Netuno, Afrodite flertando com Aquiles e

por aí vai. Mas achei que era uma história muito chata e

parei. Ou foi preguiça?